Year 10 - N° 468 - June 5, 2016

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Ano 10 - N° 490 - 6 de Novembro de 2016

ORSON PETER CARRARA 
orsonpeter@yahoo.com.br    

Matão, São Paulo (Brasil)

 

 
Leya Fernandes Reis: 

“Sou movida a música,
não vivo sem ela...”
 

A conhecida cantora diz como se tornou espírita e fala-nos sobre seu trabalho de divulgação do Espiritismo por meio da música
 

Leya Fernandes Reis (foto), natural de Rio Claro (RJ) e residente em São José dos Campos (SP), formada em Letras pela Universidade Vale do Paraíba, é vinculada ao Centro Espírita Amor e Caridade. Fazendo dupla musical com seu marido, Paulo Sérgio dos Reis, apresenta-se em eventos e palestras espíritas por várias cidades do Estado. Na 

presente entrevista ela nos fala sobre seu trabalho.

Como e quando se tornou espírita? 

Tornei-me espírita em 1991 logo após o desencarne de meu irmão Marcos, então com apenas 28 anos e pai de 2 filhos pequenos (um menino de 1,8 meses e uma menina de 44 dias). Criada em berço católico, não encontrava resposta para aquela dor, aquela ausência, aquela tristeza. Nada me respondia às dúvidas sobre o que tinha acontecido e o porquê daquela partida tão abrupta e violenta (ele desencarnou em um acidente de carro na Rodovia Dutra, quando voltava do trabalho em São Paulo). Na época, já conhecia o Paulo e tinha um grande amigo que trabalhava comigo e também já era espírita. Eu digo, com certeza e veemência, que ambos contribuíram muito para amenizar meu sofrimento, a dor, a incompreensão por aquela partida repentina. Paulo me deu de presente o primeiro livro espírita: Somos seis (obra psicografada por Chico Xavier) e meu amigo, o Décio Nery, profundo conhecedor e ativo na Doutrina Espírita, me presenteou com muitas lindas histórias sobre o Chico e o Espiritismo. Hoje, quando me lembro da sutileza deles para me “introduzirem” na Doutrina Espírita, dou risada, pois eles eram conhecedores de minha crença católica e devem ter desenvolvido a paciência ao extremo para me confortar naquele período! 

E seu gosto pela música? 

Isso vem de berço! Já cantarolava, segundo minha mãe, desde muito pequena, e também, segundo ela, essa minha desenvoltura se deve ao fato de ter pulado o carnaval comigo no ventre. Aos 10 anos, fui convidada pela saudosa Dona Terezinha, trabalhadora ativa da Igreja Nossa Senhora da Guia em Eldorado Paulista, onde eu cresci, para fazer parte do Coral da Igreja e cantar na Semana da Festa da Padroeira da cidade e, nessa época, participávamos eu, minha irmã Ângela, meu irmão Elias e o Marcos. Amei aquilo tudo, levei tudo muito a sério e me dediquei de corpo e alma, e depois de alguns anos, saiu o primeiro convite para me tornar Verônica na procissão da Semana Santa... E lá fui eu aprender a cantar em Latim, e num estilo “ópera”. Aquilo era um teatro que eu amava fazer. Fui Verônica por 2 anos e quando me mudei para São José de Campos, então com 15 anos, dei um jeito de me apresentar também como Verônica na procissão da Igreja Matriz, com o famoso Padre José. Ainda trago comigo as boas lembranças daquela época e da beleza que aquela arte representou naquela ocasião em minha vida. 

As músicas que você canta são mediúnicas?  

Sim, diria que quase a totalidade. Nas Casas Espíritas, 100% música mediúnica e espírita, não aceito cantar outras que não sejam de cunho doutrinário espírita! As composições espíritas trazem muito ensinamento, verdadeiras aulas de aprendizado. Basta fechar os olhos, elevar os pensamentos, pensar em Jesus, se entregar ao momento e prestar atenção nas letras... É como ler um bom livro de um bom autor com uma boa narrativa. 

Como surgiu a parceria da apresentação musical com o marido? 

Isso aconteceu quando trabalhamos na mesma empresa em São José de Campos (EMBRAER) e ele precisava de mais uma cantora para a Banda Carinhoso (que depois virou Banda Órficos) que havia em Guarulhos. Fui, fiz um teste com a banda e fui aprovada para fazer parte com eles dos eventos, bailes, festas etc. A banda acabou, mas nossa parceria musical sempre esteve presente, afinal isso foi acordo já feito no céu, né?! Eu jamais parei de cantar, e durante os 15 anos que moramos em São Paulo fizemos muitos eventos beneficentes para a Casa Espírita que frequentávamos (Batuíra) e algumas vezes cantei nos bares da Vila Madalena e região. Gostava tanto do que fazia, que saía do bar de madrugada e ainda ia trabalhar no dia seguinte com disposição e bom ânimo.  E o Paulo sempre me apoiou e respeitou, pois sabia do meu amor por esse dom e a necessidade que eu tinha de cantar, cantar, cantar. Sou movida a música, não vivo sem ela... 

Como é para você cantar músicas com tão alta significação espiritual? 

Digo com toda a certeza que, graças a Deus e à espiritualidade, descobri em tempo por que e para que vim. Esse dom hoje faz sentido, hoje tem o seu verdadeiro significado, pois por mais que eu amasse cantar nos bares, nas festas, nos eventos, bailes, entre amigos, apesar de profissional, faltava algo, pois eu sentia a energia que existia naqueles lugares por onde passávamos, e olha que o ambiente era familiar, mas as músicas, ainda que bem selecionadas, não tinham nada de espiritual, doutrinário, relevante, edificante. Sentia que faltava algo, estava faltando uma peça nesse quebra-cabeça... E eis que a peça apareceu! Hoje o quebra-cabeça está completo e afinado! 

Como sente a reação do público? 

Sinto uma deliciosa energia arrepiante; é algo que toma conta, que envolve e que permite às pessoas virem dizer-nos, quando terminamos, com cara de assustados: “Meu Deus, o que vocês fizeram aqui, o que aconteceu?!” E nós só dizemos que fomos instrumentos de Jesus e da espiritualidade amiga que nos assiste e acompanha. O apoio, incentivo e entrega das pessoas que assistem às nossas palestras é algo que nos move a prosseguir e insistir com esse projeto de evangelizar, cantando... 

A sintonia da dupla é difícil? Estão casados há quanto tempo e na parceria musical há quanto? 

Não é muito fácil conciliar casa, marido, filho, escola, empresa, sem deixar que isso afete nossa dedicação a este belo trabalho, mas o Paulo é realmente um “ser de luz” que ilumina meus dias e me acalma quando me descontrolo. Está sempre me trazendo de volta à Terra, me fazendo lembrar a nossa missão e compromisso assumidos há muito tempo. A sintonia existe porque acima de tudo o respeito um pelo outro é o que predomina. Às vezes, ele quer, porque quer, que eu cante uma música e eu não quero, e o contrário também acontece, mas, no fim, a gente se entende e o trabalho flui com tranquilidade. Estamos casados há 24 anos e a parceria musical iniciou-se há 27 anos, quando do primeiro convite para um teste na banda... 

Fale-nos sobre o CD que vocês lançaram? 

Pois é, o CD é aquele que não tínhamos pretensão nenhuma de gravar! Para nós seria apenas um trabalho de Evangelizar através das boas canções espíritas, mas, eis que vem a espiritualidade e nos avisa “terão CD sim!”. Então, para nós, missão dada é missão cumprida! Ficamos muito apreensivos com mais essa surpresa a nós ofertada, pois realmente não pensávamos nessa possibilidade e mais ainda em tão pouco tempo, afinal estamos há apenas 2 anos nesse projeto de entrega e doação. Relutamos muito e chegamos a pensar que estávamos sendo testados por alguns amigos brincalhões, mas que nada... Eles nos foram preparando, abrindo as portas para que tudo corresse bem e fosse algo muito correto e muito bem alicerçado; então fizemos um “acordo” com esses amigos: que nos ajudassem a conseguir as autorizações dos autores (imagine... Nando Cordel, Carlinhos Conceição, Cesar Tucci, Baccelli, Wilson Filho, Thiago Ariel, Gutemberg Paschoal lá iriam saber quem é este casal abusado Leya e Paulo?!) e que o lucro arrecadado com a venda desse CD fosse revertido para a divulgação da Doutrina Espírita. Deu muito trabalho conseguir tudo isso, muita papelada, autorização, cartório, reconhecer firma, muita burocracia, e não é que eles realmente nos surpreenderam com a ajuda e deu tudo certo e o CD está aí! É o primeiro, e agora que já foi, já estamos nos preparando para que venha em breve o segundo. É um CD lindo, com 12 canções espíritas belíssimas, de letras e melodias e arranjos que são verdadeiras psicografias, que tocam a alma. A internet tem-nos ajudado muito nessa divulgação. É possível nos contatar pelo Facebook (Espiritismo com Música), pelo website - http://espiritismocommusica.com.br/ - ou por e-mail (espiritismocommusica@uol.com.br). 

Algo marcante de suas lembranças que gostaria de destacar? 

Sim, muitas coisas boas marcaram essa caminhada espiritual. A separação temporária do meu amado irmão me permitiu conhecer um lado adormecido e antes assustador. Esse medo teve fim quando, em uma de nossas viagens a Paris, tivemos a oportunidade de visitar o túmulo de Allan Kardec no Père Lachaise. Sempre ouvia dizer que estar ali, em frente àquele jazigo, era algo difícil de explicar, só estando lá para sentir e apreciar. Sou grata a Deus pela oportunidade, e de lá para cá nunca mais deixei de apreciar a nossa Doutrina de Luz, estudar e querer saber mais e mais sobre tudo que ela pode nos oferecer para nos ajudar no melhoramento moral. 

Algo mais que gostaria de acrescentar? 

Muitas Casas e muitos irmãos e amigos ainda pensam que somente cantamos, fazemos harmonizações de ambientes, eventos beneficentes etc. Aproveito a oportunidade para esclarecer que nosso trabalho é o de simplesmente e intensamente divulgar a doutrina espírita através de palestras cantadas. São palestras com cunho doutrinário, conteúdos do Evangelho de Jesus, estudados e aprofundados na literatura espírita, em que usamos as obras basilares de Kardec, muitas obras do Chico, muita obra séria, isso tudo embelezado por lindas melodias e imagens. Os temas são diversos e edificantes, e sempre que as Casas nos solicitam preparamos um tema novo para ser apresentado para aquela ocasião. 

Suas palavras finais. 

Só existe uma: gratidão! A Jesus, à espiritualidade, às Casas que abriram as portas para conhecer nosso trabalho, aos amigos que nos incentivam e nos apoiam, a irmãos que se tornaram amigos, como você, Orson Carrara, Sérgio Lino, Jorge Reis, que têm demonstrado carinho e respeito por essa missão que não é só nossa, mas de todos que se comprometeram a servir...  porque para nós é assim que deve ser, afinal “quem não vive para servir, não serve para viver”. E é só isso que pedimos a Deus nosso Pai, que nos permita prosseguir nessa caminhada para SERVIR, SERVIR, SERVIR!

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita