WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 489 - 30 de Outubro de 2016

JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal

 


 

Espiritismo pago?


Estamos num mundo material em que vivemos na matéria, com a matéria, da matéria, mas não objetivamos viver para a matéria. É uma questão de bom senso, e também doutrinária, já que, como espíritas, sabemos que a vida não se esgota na realidade física. O que tem isto a ver com o título “Espiritismo pago”?

Quem é espírita sabe que as atividades espíritas de divulgação doutrinária são gratuitas, palestras, passe espírita (fluidoterapia), desobsessão, atendimento, educação espírita infantil, apoio social a carenciados etc.

Quem é espírita também sabe que os livros espíritas custam dinheiro e, portanto, têm de ser vendidos, o que é óbvio.

Já não é tão óbvio o lucro que algum centro espírita possa ter na venda desses livros, se dificultar a compra dos mesmos por pessoas menos endinheiradas.

O mesmo se passa com os jornais espíritas.

Uma questão mais polêmica começa, por exemplo, nos congressos espíritas, cujos ingressos começam a criar uma elitização dentro do Espiritismo: uns podem pagar e vão, e outros não podem pagar e não vão.

Seria desejável que os eventos fossem a um preço mínimo, de modo a que todos pudessem ter acesso, cortando as despesas dos eventos ao mínimo possível, havendo sobriedade nas ofertas aos participantes, criando inclusive condições de acesso a pessoas que não possam pagar.

Há tempos, fomos convidados para, no âmbito de uma organização à qual pertencemos, efetuarmos um programa de televisão para uma conhecida televisão por internet, que vai passar a ter canais pagos.

Alertamos os responsáveis pelo departamento de divulgação dessa entidade estrangeira para o fato de que o conhecimento espírita via internet não pode, moralmente falando, ser pago, pois só os endinheirados teriam acesso ao conhecimento, e os pobres não, repetindo, mais uma vez, os erros que os católicos cometeram com o cristianismo primitivo. A resposta foi que, se o canal não fosse pago, não suportariam as despesas e teriam de fechar esse canal (entre outros que são de livre acesso). Retorquimos que se não se consegue pagar, é melhor não fazer nada do que fazer asneira.

Pagar conhecimento espírita é atraiçoar o trabalho enorme de Allan Kardec, e a essência de todo o ensinamento dos bons Espíritos. 

O Espiritismo não pode ser um comércio para os centros espíritas, nem um modo de ganhar a vida

No Brasil, começam agora a aparecer plataformas espíritas com conteúdos pagos.

Mesmo que com preços simbólicos, tal situação não se nos afigura enquadrada dentro da doutrina espírita, pois que tal contribui para a sectarização e discriminação no acesso à informação.

Numa altura em que o acesso livre à informação é uma realidade cada vez maior, em que inclusive já se consegue fazer um curso superior, em ensino a distância, gratuito, oferecer conteúdos doutrinários pagos é, no mínimo, um retrocesso evolutivo, depreciando o caminho da evolução, bem como perdendo oportunidade de avançar moralmente, dando o exemplo.

Na nossa opinião, não são os espíritas que devem seguir os exemplos de uma sociedade de mercado (o Espiritismo não está à venda, dá-se, pratica-se), mas sim deveria ser a sociedade consumista a seguir os bons exemplos dos espíritas, se estes fossem o bom exemplo.

Num assunto tão melindroso como este, muitas ideias diferenciadas aparecerão, comparando serviços pagos com os livros, jornais, o que não é comparável.

No entanto, aqui fica um ponto de reflexão para todos nós, espíritas, para que reflitamos o que estamos a fazer com a doutrina espírita.

O nosso papel é esclarecer e consolar, estudar, vivenciar e divulgar a doutrina dos Espíritos, mas não a qualquer preço, e muito menos vivendo à custa do Espiritismo.

Os fins não podem justificar os meios e, com o devido respeito por quem pensa de maneira diferente, uma coisa é certa: a cada um de acordo com as suas obras, conforme nos refere o Evangelho de Jesus de Nazaré.




 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita