WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 488 - 23 de Outubro de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 9)

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares 

A. A regressão de memória permitiu que se esclarecessem os motivos dos transtornos obsessivos e da conduta do sacerdote?

Sim. Mauro foi levado, na regressão, a uma anterior existência que ele teve no início do século XIX, em Paris, quando Napoleão se encontrava no poder. Ele se chamava então Madame X, que comandava as orgias que se realizavam na Mansão M., onde as festas de exaustão dos sentidos, a embriaguez pelo álcool, pelo absinto, pela luxúria esfuziante e depravada eram fato corriqueiro. À medida que a regressão de memória se acentuou, o rosto de Mauro se modificou e assumiu outras características, agora femininas e vulgares. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

B. Os personagens do drama atual de Mauro foram identificados com o auxílio da regressão? 

Sim. Ele tinha sido, como dissemos, Madame X. Seu genitor na atual existência, que dele abusou sexualmente, fora naquela oportunidade pai de uma criança de oito anos tomada à força por ordem de Madame X, para servir nos propósitos do lupanar que ela dirigia. E o algoz do padre, que tanto sofrimento lhe impunha na atual existência, era exatamente aquela criança, que sofreu os maiores abusos e aberrações e, por esse motivo, prometeu vingar-se. Embora a vingança seja um equívoco, motivos não lhe faltavam para assim agir. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

C. Após a regressão, que recomendação o benfeitor espiritual fez ao sacerdote, com vistas à sua regeneração e consequente término da trama obsessiva? 

Eis o que benfeitor espiritual disse ao padre Mauro: “Voltarás ao corpo físico mantendo vagas lembranças destas ocorrências, que estarão presentes em tua memória atual, a fim de ajudar-te a enfrentar as consequências da conduta atroz a que te relegaste. Nunca, porém, te esqueças de Jesus. Abraças uma doutrina religiosa que consagrou santos e heróis, mártires e benfeitores da Humanidade, na qual também tiveram lugar homens e mulheres temerários, que respondem por crimes contra a criatura e a sociedade, mas que te poderá conduzir à paz, se souberes aceitar as injunções que desencadeaste contra ti mesmo e que logo mais te chamarão ao acerto de contas”. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

Texto para leitura 

42. A regressão de memória ajuda a elucidar o caso – O corpo de Mauro se encontrava em sono profundo, enquanto, em espírito, era também adormecido, a fim de que a sua memória liberasse algumas lembranças anestesiadas pelos neurônios cerebrais e seus neuropeptídeos. Com a voz muito calma, em cadência harmônica, o Instrutor impunha o repouso profundo ao paciente: “Recorda, agora recorda o início do século XIX; volve à Paris napoleônica, retorna à Mansão de M., às orgias comandadas por Madame X... Observa o bosque em torno da casa palaciana e acompanha as festas de exaustão dos sentidos, a embriaguez pelo álcool, pelo absinto, pela luxúria esfuziante e depravada... Madame X comanda o espetáculo, em razão dos seus vínculos obscenos e extravagantes com o palácio das Tulherias, a mansão de Malmaison e alguns dos seus famosos políticos e parasitas sociais...”. Dito isso, o Mentor sugeriu ao grupo socorrista que se concentrasse no centro da memória do paciente e acompanhasse o desenrolar dos fatos. À medida que ele ia enunciando o lugar e seus acontecimentos, o rosto de Mauro se modificava, assumindo outras características, agora femininas e vulgares. Vagarosamente plasmavam-se nos delicados tecidos perispirituais as formas e a aparência anteriores, quando, utilizando-se de verbetes e versos fesceninos, o paciente sob hipnose volveu ao lupanar onde vivia e comandava a orgia desenfreada. Entre as ordens que seus lábios expediam, assinalava-se a hedionda imposição da necessidade de crianças para os banquetes da loucura desenfreada, de psicopatas e de histéricas para os histriões e viciados que, à semelhança de animais no cio, se atiravam uns sobre os outros locupletando-se em aberrações de muitos gêneros sob o comando compassivo da proprietária, igualmente debochada. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

43. Esclarecida a identidade do genitor do padre – Num daqueles momentos, um lacaio apresentou-lhe uma criança de oito anos que fora tomada quase à força do pai devotado e trabalhador, que residia na periferia da cidade, e que se encontrava à porta, desejando falar-lhe, suplicar-lhe a libertação da presa valiosa. A infeliz mulher mandou-o entrar, e, sem delongas nem pudor, propôs ao genitor aturdido a compra do seu filho, atirando-lhe um saco de moedas de ouro que, recusadas, conduziram-no a um quase delírio de ódio, ameaçando-a com palavras chulas de vingança pelo descalabro de roubar-lhe o filho. Expulso, sem piedade, e sem ter a quem queixar-se, o desditoso, em pranto e alucinado, desapareceu na noite, ruminando o desforço ante a tragédia que se abatera sobre o seu lar. “Reconheces, Mauro - interrogou o Mentor - esse homem que vitimaste com a tua crueldade e desabrida falta de moral? Reencarnou-se como teu genitor, e não te havendo perdoado, sem mesmo saber a procedência dos sentimentos ambíguos que mantinha em relação a ti, tornou-se o teu algoz infantil, o cruel explorador das tuas forças e pureza. Desditoso, sim, continua, porque ninguém tem o direito de fazer justiça com a própria indignidade, pois que as Leis Soberanas da Vida sempre buscam o calceta e o alcançam, levando-o à reparação. O ódio, porém, semeia venenos que são absorvidos, intoxicando aqueles que o conservam.” Houve um silêncio de perplexidade. Mauro (a antiga Madame X) comoveu-se, e estertorou. Anacleto, porém, prosseguiu: “Conservas uma herança infeliz daqueles dias passados em desrespeito à Vida. A misericórdia do Pai Criador trouxe-te de volta ao corpo, a fim de reparares, encarcerado em corpo diferente, e para que não resvalasses pela borda de novos crimes, porém como filho daquele a quem infelicitaste, para experimentares o licor amargo da recuperação moral. Isso, entretanto, não justifica o desbordamento das paixões a que te vens atirando, afogando-te no trágico pantanal de lascívia e perversão”. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

44. Raízes da vingança perpetrada pelo algoz desencarnado – O paciente sofria ante as cenas que ressumavam do inconsciente, e que Manoel Philomeno conseguia acompanhar na sucessão de suas tragédias. Repentinamente, viu-se um poderoso membro do Império napoleônico acercar-se da grandiosa mansão com o seu séquito e manter entrevista com Madame X. “Necessitava - expunha, diabólico, logo que foi recebido - de carne moça, muito jovem, sem experiência, a fim de ser-lhe o iniciador...” Madame, besuntada de tintas escarlates na face envilecida, não teve dificuldade em atender à hórrida solicitação, mandando trazer-lhe a criança recém-chegada ao bordel de luxo, após o que entregou-a ao psicopata que, cansado de batalhas cruéis e de excessos de perversão, aspirava por prazeres novos ainda não desfrutados à exaustão. O menino, apavorado, conduzido à força, foi entregue ao militar desnaturado, que o levou com a sua corte igualmente insensata... A voz do Benfeitor fez-se ouvir, interrogativa: “Sabes quem é este ser? Consegues identificá-lo hoje? Dir-te-ei que o mesmo, ao largo dos anos, adaptou-se à situação, mantendo terrível ódio contra ti. Na idade adulta, tornando-se corrompido ao máximo, nunca esqueceu a cena em que o pai desesperado recusou a oferta de ouro pela sua inocência e a tua perversidade empurrou-o para o lixo e o apodrecimento moral a que foi relegado. A morte, que a todos recolhe, tomou-vos a todos, e a Vida voltou a reunir-vos no momento próprio, a fim de que recupereis os tesouros atirados fora e as oportunidades perdidas. Sabes de quem se trata? O sacerdote, incapaz de responder com segurança na aflição que o dominava, facultou que o Mentor concluísse: “É o algoz que ora te arrebata e te conduz ao abismo sórdido da cidade do deboche onde reside com outros comensais dos prazeres exorbitantes e exaustivos do sexo pervertido. Manténs com ele identificação vibratória que lhe faculta o domínio das tuas forças mentais, saturando-te de fluidos venenosos e desordenados desejos de prazeres não saciáveis”. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

45. O despertar de Mauro após a regressão – Após uma curta pausa, o Mentor voltou a propor com energia e bondade: “Agora, desperta, volta à consciência lúcida atual. Volta... acorda... confia e tranquiliza-te...” O Espírito estremeceu, desapareceram-lhe as marcas da reencarnação anterior e ele abriu os olhos, angustiado, inseguro, temeroso. “Tem bom ânimo, meu irmão” – acalmou-o o nobre Anacleto. “Estás agora entre amigos e companheiros do caminho, que te desejamos o bem, a felicidade, o despertar para a vida, a fim de que esse tormento e esse capítulo hediondo da tua existência cedam lugar a novas experiências iluminativas, libertadoras. Voltarás ao corpo físico mantendo vagas lembranças destas ocorrências, que estarão presentes em tua memória atual, a fim de ajudar-te a enfrentar as consequências da conduta atroz a que te relegaste. Nunca, porém, te esqueças de Jesus. Abraças uma doutrina religiosa que consagrou santos e heróis, mártires e benfeitores da Humanidade, na qual também tiveram lugar homens e mulheres temerários, que respondem por crimes contra a criatura e a sociedade, mas que te poderá conduzir à paz, se souberes aceitar as injunções que desencadeaste contra ti mesmo e que logo mais te chamarão ao acerto de contas.” A genitora do padre Mauro abraçou-o com especial ternura, despedindo-se e acalmando-o com palavras tecidas em fios de esperança e fé em Deus, auxiliando-o a reintegrar-se ao corpo, que ressonava um pouco agitado, pelos reflexos dos acontecimentos revividos na esfera espiritual. Mauro despertou sentindo-se muito cansado e confuso. Levantou-se, banhou o rosto em água fria, absorveu o ar da manhã em festa, aproximando-se do meio-dia, e volveu à meditação, sucumbindo sob os camartelos dos receios que o dominavam. (Sexo e Obsessão, capítulo 5: Conflito obsessivo.) 

46. A diretora do Educandário e suas dúvidas – No Educandário, trêmula e perplexa, a diretora conduziu a criança, que de nada se apercebera, à sua sala, derreando-se na cadeira, enquanto tentava coordenar as ideias. Era a primeira vez que se deparava com algo tão estarrecedor e debatia-se em rude confusão mental, por não saber qual a atitude correta a tomar. Jamais poderia ocorrer-lhe um pensamento de que o jovem sacerdote fora capaz de algo tão inditoso e cruel. Nesse estado de espírito, vinculada à religião dominante, apesar do choque sofrido, buscou sabiamente o concurso da oração silenciosa, a fim de ser inspirada, enquanto o menino aguardava instruções. Aproveitando a natural concentração da senhora, o benfeitor espiritual Dilermando envolveu-a com fluidos refazentes e calmantes, asserenando-a e inspirando-a a comportamento de equilíbrio, já que um escândalo em nada auxiliaria a Escola, à quase vítima, aos demais alunos e aos seus familiares. A Mídia insensata, que se compraz em escabrosidades, logo se envolveria, tornando o fato isolado uma tragédia generalizada, criando situações muito embaraçosas para todos. Assim, quando as ideias se lhe aclararam, ela solicitou a uma auxiliar conduzir o menino à sua sala, diluindo a gravidade da ocorrência que não deveria tomar dimensões maiores do que as reais. Nada obstante, o conflito permaneceu-lhe na mente, considerando a alta responsabilidade que lhe pesava sobre os ombros. Durante as horas que se passaram, interrogava-se, interiormente: "Ter-se-ia equivocado ou chegado a uma conclusão por demais apressada? E, se realmente, o gesto de carícia do sacerdote não passasse de uma atitude de enternecimento sem máculas nem intenções mórbidas?" (Sexo e Obsessão, capítulo 6: Socorros espirituais.) (Continua no próximo número.) 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita