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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 486 - 9 de Outubro de 2016

PEDRO FAGUNDES AZEVEDO
tvp-sul-az@uol.com.br
Porto Alegre, RS (Brasil)

 

 
Espiritismo é ciência, filosofia e também religião.
Por que não?


Faz mais de cinquenta anos que integro o quadro de trabalhadores da Legião Espírita, na cidade de Porto Alegre, no extremo sul do Brasil. Esta sociedade é integrante da Federação Espírita do Estado do Rio Grande do Sul, que por sua vez é filiada à Federação Espírita Brasileira. No decorrer de todo esse tempo, ao estudar a doutrina e exercer as mais variadas funções nesta casa, de recepcionista a presidente, foi se solidificando em mim a forte convicção de que o Espiritismo é amor ao próximo, Ciência, Filosofia e... também Religião, por que não? E quero aproveitar esta crônica para difundir minha opinião sobre o tema, que é idêntica à da Legião Espírita, pois muitos antagonistas dos nossos ideais e até mesmo algumas correntes que se intitulam espíritas insistem na afirmação de que o Espiritismo não é Religião.

Baseiam-se no fato de não termos liturgia, dogmas ou um corpo sacerdotal organizado. Convenhamos, isso é algo que nunca nos fez falta. Alegam também que Allan Kardec não considerou o Espiritismo uma Religião. Sob esse enfoque, basta lembrar que na época do Codificador a ideia de religiosidade estava ligada à intolerância, à dominação e ao proselitismo. Havia também uma orgulhosa casta sacerdotal, com todo seu cortejo de hierarquias e cerimônias, onde se pregava o temor a Deus, deixando em segundo plano a sua infinita bondade. Os líderes religiosos de então estavam ligados ao poder político e tinham por hábito rituais de muita pompa. Ora, a doutrina que Kardec codificou não tem nada disso. Prima pela simplicidade, é desprovida de interesses mundanos e nela cada um tem que ser o seu próprio sacerdote, sem privilégios. Entretanto, apesar destes contrastes, mesmo cercado de tantas ideias distorcidas sobre Religião, na conclusão de O Livro dos Espíritos, o Codificador já vislumbrava que o “primeiro e mais geral efeito do Espiritismo consiste em desenvolver o sentimento religioso até naquele que, sem ser materialista, olha com absoluta indiferença para as questões espirituais”.

E como Kardec sempre asseverou que esta é uma doutrina evolucionista, convém admitirmos que – se antes não era – o Espiritismo evoluiu até tornar-se uma Religião nos dias de hoje, pelo menos, nos termos em que é praticado no Brasil e em Portugal... É Religião no legítimo sentido etimológico desta palavra, ao religar a criatura ao seu Criador, através do Evangelho redivivo de Jesus, nossa prática diária. Quanto à sua parte científica, o Espiritismo trata da origem, da natureza e do destino dos Espíritos, além das relações entre o mundo corporal e espiritual. Como Filosofia mostra que somos os autores do nosso próprio destino, que o nosso hoje é consequência do nosso ontem, assim como neste momento estamos a construir o nosso amanhã.

Emmanuel, o saudoso mentor de Chico Xavier, estava com a razão quando asseverou que: “no aspecto religioso repousa a grandeza divina do Espiritismo, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo”. E a inspirada Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Franco, afirma: “à Religião cumpre a tarefa relevante de invitar o homem aos deveres mais elevados, que são os espirituais, armando-o com recursos hábeis e preciosos para lográ-lo”. Não é exatamente isso que o Espiritismo faz com todos nós? Assim, da próxima vez que um pesquisador bater em nossa porta e perguntar que Religião praticamos, respondamos alto e bom som, com entusiasmo e alegria: Espiritismo. Caso contrário, ele pode assinalar que somos ateus...

 

Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre, é jornalista.



 


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