Year 10 - N° 468 - June 5, 2016

WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Entrevista Espanhol Inglês    

Ano 10 - N° 484 - 25 de Setembro de 2016

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)

 

 
Édo Mariani: 

“Hugo Gonçalves foi quem melhor compreendeu, sentiu
e viveu os ensinamentos
de Cairbar”
 

Próximo de completar 90 anos, o conhecido espírita matonense fala-nos sobre sua vivência espírita e seu convívio com
Cairbar Schutel e Hugo Gonçalves
 

Édo Mariani (foto) é natural de Matão (SP), onde reside. Nasceu em 14 de abril de 1927 e se aproxima, portanto, dos 90 anos de existência física. Técnico em Contabilidade e vinculado à Comunidade Espírita Cairbar Schutel, sua experiência de vida traduz os frutos do conhecimento espírita junto à família e ao trabalho

do bem. Com estreitos laços que o ligaram durante toda a existência a Hugo Gonçalves, suas respostas oferecem ampla visão dessa experiência rica de vivência e aprendizado espírita. 

De seu histórico familiar espírita, o que mais lhe é marcante? 

O que mais marcou a minha vida familiar espírita foi a convicção de que o conhecimento do Espiritismo e sua prática no Lar nos proporcionam maiores possibilidades de educação fraterna entre pais e filhos e, por conseguinte, paz entre todos. 

Quais as lembranças de Cairbar Schutel? 

Minhas lembranças de Cairbar não são muitas, pois quando ele desencarnou ainda não havia completado onze anos. Nasci em abril de 1927 e seu desencarne se deu em 30/01/1938. Segundo a minha visão de criança, era um homem de ótima aparência física, elegante, simpático, amável para com todos, sempre bem-vestido, geralmente de branco, e realçava sua personalidade o cavanhaque sempre bem cuidado e o uso de gravata. Era afável no convívio com todos, atraente, postura humilde, mas de atitudes enérgicas, bondoso e de coração magnânimo, especialmente para com a pobreza. Cuidava dos animais como se fossem humanos. Orador de bom quilate, sabia como poucos se fazer compreendido, pois sua empatia a todos envolvia.  

E da convivência com Hugo Gonçalves, o que tem a dizer? 

Hugo Gonçalves na minha visão foi quem melhor compreendeu, sentiu e viveu os ensinamentos de Cairbar. Foi seu admirador incondicional e assimilou com clareza as marcas de Cairbar. Para nós foi um dos galhos resistentes da frondosa árvore plantada por Schutel em Matão e transportado para a cidade de Cambé (PR), onde criou raízes, cresceu transformando-se em outra árvore de idênticas características e também produziu sombra para os desvalidos, flores e frutos para todos. Todo o Norte do Paraná foi beneficiado com a sua constante pregação sobre a vida e os feitos de Cairbar. Fundou, juntamente com Luiz Piccinin, seu grande amigo, o jornal O IMORTAL que circula ainda nos dias de hoje. Foi em Cambé que recebeu a insígnia carinhosa de “paizinho” pelo seu devotado trabalho como diretor, por muitos anos, do Lar Infantil Marília Barbosa.

Quando residente em Matão, sempre foi o tio querido dos sobrinhos. Para nos incentivar no interesse pelo Espiritismo, ensaiava peças de teatro que eram apresentadas na casa do vovô José Maria com a presença de todos os familiares e amigos. Foi quem me levou ao conhecimento do Espiritismo e o incentivador de meus primeiros trabalhos apresentados nas reuniões do Centro Espírita Amantes da Pobreza, hoje O CLARIM. 

Sobre as experiências do Lar, o que tem a dizer sobre esses anos todos? 

Sempre fomos apaixonados por crianças e no Lar Infantil Cairbar Schutel, fundado em 8 de maio de 1955, junto a companheiros da Mocidade Espírita Cairbar Schutel, tivemos como vivenciar esse trabalho, que é muito compensador. Temos de todos, colaboradores e abrigadas, lembranças emocionantes. Fizemos do Lar a continuação de nossa família. Ali vivenciamos dias felizes. Nossos filhos aprenderam a aceitar as meninas do Lar como irmãs, pela forma igual como eram tratadas. Até hoje se tratam assim. Ficou na amizade e os unem fortes laços de fraternidade. 

Fale-nos sobre as atividades da Comunidade Espírita Cairbar Schutel. 

A Comunidade Espírita Cairbar Schutel é entidade sucessora da Mocidade Espírita Cairbar Schutel. Não houve mudanças na orientação doutrinária. Atividades novas foram criadas, com novos programas de trabalho. Sempre pautou sua orientação doutrinária nas obras basilares da codificação espírita. Nos programas de estudo e divulgação da doutrina conserva ainda os traços do que aprendemos com os exemplos pautados pelo nosso orientador, mestre e patrono espiritual, Cairbar. 

Sobre o Núcleo Assistencial, qual a experiência mais enriquecedora? 

O Núcleo Assistencial Espírita utiliza-se do prédio onde se localizou por muitos anos o Lar Espírita Cairbar Schutel, transferido para novo endereço por alteração em seu regime de trabalho com as crianças. Atualmente ali se realizam vários programas assistenciais, alguns de parceria com o SENAI. Para todos os participantes, grupos de voluntários da Comunidade ministram aulas de educação, moral e ética, embasadas na doutrina espírita.  

Qual a sensação de um espírita na proximidade dos 90 anos de existência física? 

Aproximando-me dos 90 anos de idade física, recordando a história dos missionários do Espiritismo, desbravadores dos primeiros tempos, sinto-me certo de que a afirmação dos Espíritos Superiores, cooperadores de Kardec na organização de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ao responderem à questão 798, afirmaram que o “Espiritismo se tornará crença geral”, vem se cumprindo, embora paulatinamente, pois o Espiritismo tende a marcar nova era para a humanidade com a transformação da Terra em Mundo de Regeneração. É do Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, a incumbência da propagação do Espiritismo para a humanidade, sedenta de um roteiro de luz. Aqui se realiza o exemplo do trabalho. A criação de Associações Espíritas das mais variadas entidades de classe levará os princípios da doutrina ao conhecimento de médicos, juristas, advogados, militares, psicólogos e tantas outras categorias de profissionais, ao aprofundamento da ciência Espírita e, concomitantemente, a sua vivência propiciará a transformação do Mundo. 

Qual o fato mais marcante de sua existência? 

O fato que marcou minha existência foi a fundação da Mocidade Espírita Cairbar Schutel que nos proporcionou a participação no primeiro congresso das Mocidades Espíritas, realizado na cidade do Rio de Janeiro em 1948, pela iniciativa do professor Leopoldo Machado, grande incentivador e propagador da criação de Mocidades Espíritas por todo o Brasil.

À Mocidade Espírita Cairbar Schutel sucedeu a COMUNIDADE ESPÍRITA CAIRBAR SCHUTEL, cuja entidade nos proporcionou maior conhecimento doutrinário e daí a convicção para algumas mudanças em minha vida, formando uma família e, com a ajuda de todos, Dirce (esposa que já retornou) e filhos, continuar o incansável trabalho nas obras espíritas dali originadas. 

Algo mais que gostaria de acrescentar? 

Nasci em Lar Espírita. Meus avós maternos foram grandes amigos de Cairbar Schutel. Minha querida mãe foi encaminhada para o Espiritismo logo na infância. Ela foi uma admiradora das atividades de Cairbar e fazia parte das datas festivas que eram comemoradas pelo Centro Espírita Amantes da Pobreza, como declamadora de poesias escolhidas e ensaiadas pelo próprio. Seguindo a sua dedicação à Doutrina, encaminhou os filhos desde a infância para o Centro Espírita. Por isso posso dizer que fui espírita desde a infância. 

Suas palavras finais. 

Só agradecer por esta entrevista, que me trouxe recordações tão gratas. 

 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita