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Brasil
Ano 10 - N° 482 - 11 de Setembro de 2016
PAULO SALERNO
pgfsalerno@gmail.com
Porto Alegre, RS (Brasil)
 

  

Divaldo Franco: “O amor
cala a violência, o amor
enaltece a paz”

 De volta ao Rio Grande do Sul, Divaldo Franco falou aos espíritas de Canela, Caxias do Sul, Porto Alegre e Novo Hamburgo


Após exitosa tarefa em Minas Gerais, o Arauto do Espiritismo dos dias atuais, Divaldo Pereira Franco, desenvolveu atividades em quatro cidades gaúchas no período de 24 a 28 de agosto de 2016: Canela, Caxias do Sul, Porto Alegre e Novo Hamburgo.

Em Canela, que esteve visitando pela primeira vez, o conferencista e médium Divaldo Franco apresentou no dia 24 de agosto o tema “A consciência perante o mundo atual”, no Teatro Municipal da cidade. O evento foi patrocinado e organizado pela União Municipal Espírita de Canela (RS). Esse trabalho integrou quatro instituições espíritas: a Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, a União Espírita Francisco de Assis e a Sociedade de Estudos Espíritas Sementes do Evangelho, de Canela, e a Sociedade Espírita Esperança, de Gramado, todas formando uma exemplar parceria de trabalho e dedicação em divulgar a Doutrina Espírita.

A mobilização fraternal e caridosa de todos os envolvidos nesse evento – organizadores e participantes – gerou o saldo de 350 quilos de alimentos doados ao Oásis Santa Ângela e ao Centro Social Padre Franco, de Canela, e ao Lar de Idosos Maria de Nazaré, de Gramado. Além desse esforço em prol da arrecadação de alimentos, foram coletados e doados ao Hospital de Caridade de Canela 181 pacotes de 500 folhas de papel tamanho A4.

Antes da conferência, Divaldo foi entrevistado pelos jornais Nova Época e Integração e pela Rádio Clube FM. Os assuntos foram sobre a aceitação do Espiritismo no exterior e seu acolhimento, e os aspectos filosófico, científico, ético/moral de consequência religiosas, bem como a solidariedade que deve existir entre as criaturas humanas. Divaldo disse na oportunidade que os conflitos da atualidade demonstram que a crise atual é oriunda da crise individual, e que há necessidade de que cada indivíduo faça sua própria transformação moral. Falando ao vivo para a Rádio Clube FM, Divaldo disse que falaria a seguir, na conferência, sobre temas da atualidade, a consciência, os aspectos sociológicos, ético- morais e filosóficos e a solidariedade. Endereçou, então, elogios aos trabalhadores do Espiritismo e aos cidadãos de Canela e região.

Após bela apresentação musical pelo grupo composto de trabalhadores das casas espíritas envolvidas na programação e execução do evento, Divaldo assomou à tribuna para dizer que o enigma da criatura humana é ela própria. Para compreender a criatura humana foi criada a filosofia, que deparou com um grande desafio: a vida após a vida do corpo. Antes e depois de Sócrates, diversos conceitos foram desenvolvidos com o objetivo de conhecer em profundidade o ser humano, o desafio do autoconhecimento, conforme o filósofo grego encontrou no Santuário de Delphos: Conhece-te a ti mesmo. Essa lapidar expressão é a melhor informação para que o homem descubra o sentido da vida. A vida é, além da manifestação material, a realidade última do ser.

As 5 características essenciais do ser humano, segundo a proposta do médico psiquiatra e psicólogo cubano Emilio Mira y López, são: personalidade, conhecimento, identificação, consciência e individualidade. De acordo com esse estudo, todos os indivíduos possuiriam máscaras (personas) que utilizam para a convivência social. Essas máscaras representam o Ego, que se distingue da realidade profunda, ou seja, a essência (Self). A condição de ser e a de parecer propicia um dos grandes conflitos existenciais a serem vencidos pelo ser humano.

George Gurdjieff estabeleceu que o ser humano é uma essência divina abrigada na matéria. Seu discípulo, Pedro Ouspensky, classificou o ser humano em quatro níveis de consciência: 1º) Consciência de sono; 2º) Consciência desperta; 3º) Consciência de si mesmo. Neste nível o autor apresenta as funções da máquina – o ser humano. A primeira função é a intelectiva. A segunda é a emocional. Na ordem estão as funções: instintiva, motora e sexual. A sexta função é a emotiva superior, e a intelectiva superior é a sétima. Estas funções devem ser administradas por essa consciência de si mesmo. Peter Ouspensky denominou o 4º nível como sendo o de consciência objetiva, que Allan Kardec chamou de consciência cósmica.

As aspirações de cada um, os seus objetivos de vida, são os fatores que determinam em que nível cada pessoa se encontra.

Segundo essa análise sobre a consciência, no ser humano, ao atingir o nível de consciência de si, a máquina humana funcionaria executando sete funções principais: intelectiva, emocional, instintiva, motora, sexual, emocional superior (moral) e intelectiva superior ou coletiva. A última característica do ser humano é a individualidade, ou conforme a classificação junguiana, o Self, ou seja, o ser espiritual profundo em perfeita identificação com Deus.

A consciência, segundo Carl Gustav Jung, que escreveu febrilmente durante três dias e três noites o livro Resposta a Jó, é o estado de lucidez, ou o momento em que o Ego toma conhecimento dos conteúdos psíquicos do indivíduo.

Narrando dois expressivos casos, Divaldo apresentou exemplos de consciência. Um ainda por despertar; o outro, já desperto, doou-se completamente aos seus irmãos em necessidade, como fez o Dr. Albert Schweitzer.  

A consciência perante o mundo atual ainda se encontra produzindo perturbações como individualismo, o consumismo, a sexolatria, a ansiedade. A educação do pensamento seria, portanto, essencial para o processo de cura integral do ser humano, tirando-o da crise moral. Somente a consciência reta, que vem dos hábitos corretos, produzirá o homem bem-aventurado, feliz. O exercício da solidariedade, da fraternidade, da caridade, o de estar pleno em si e em Deus, são os indicativos do homem consciente.

O público, formado por mais de 650 pessoas, foi estimulado a não desistir de sonhar, de se tornar útil e dedicado ao próximo. Divaldo Franco, finalizando, e elevando os sentimentos dos presentes, recitou o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues. Os aplausos foram demorados, calorosos e fortes. Na sequência do encerramento foi cantado pelo grupo musical a canção Paz pela Paz, de Nando Cordel. O público, entusiasmado e vibrando, cantou junto, em bonito coro. 

“Perturbações Espirituais” foi o tema da conferência proferida em Caxias do Sul

No dia 25 de agosto, o Salão dos Capuchinhos, em Caxias do Sul, engalanou-se para receber o ilustre conferencista baiano. Recepcionado pelas lideranças espíritas da região, Divaldo Franco falou para um público formado por mil e duzentas pessoas, lotando o auditório. O tema selecionado foi “Perturbações Espirituais”. Após a harmonização através da música e as apresentações normais, Divaldo Franco discorreu sobre a história da humanidade, abordando particularmente o conhecimento produzido por notáveis pensadores, filósofos e cientistas de várias épocas, notadamente a respeito de Deus.

Blaise Pascal (1623-1662), gênio da matemática, inventor da máquina de calcular, filósofo e místico, percebeu, de golpe, a grande contradição dos tempos modernos que acabavam de se firmar: a desarticulação entre dois princípios que ele chamou de esprit de géométrie e esprit de finesse. Espírito de geometria representa a razão, o cálculo, de cunho instrumental-analítica, que se ocupa das coisas, numa palavra, a ciência moderna que com seu poder mudou a face da Terra. Espírito de finura que pode ser traduzido por espírito de gentileza representa a razão cordial - logique du coeur (a lógica do coração), segundo Pascal – correlacionando as pessoas e as relações sociais, numa palavra, outro tipo de ciência que cuida da subjetividade, do sentido da vida, da espiritualidade e da qualidade das relações humanas. O filósofo francês é autor da famosa frase “o coração tem razões que a razão desconhece”, que tratou nos seus Pensées (Pensamentos) sobre estas duas disposições da alma humana, caracterizando cada uma com muita perspicácia e inteligência.

Nas suas várias experiências, o homem incansável e insaciável, buscou soluções no materialismo histórico, dialético e mecanicista, nas revoluções, no desenvolvimento das artes, da literatura, da filosofia e de tantos outros ramos do saber. Contudo, somente a Doutrina Espírita, com o advento de O Livro dos Espíritos, em 18 de abril de 1857, conseguiu responder positivamente, caracterizando o ser humano, sua origem, seu destino, os efeitos da lei de ação e reação, em uma lógica irretocável, com conteúdo científico, filosófico, ético-moral, preparando o homem para alcançar o estado numinoso, conforme designação do eminente Carl Gustav Jung, ou como ensinou o Mestre dos Mestres: o reino dos céus está dentro de cada um.

De conquista em conquista, iluminando-se, o ser humano vai construindo-se, aperfeiçoando-se. Acentua-se a compreensão da mensagem lúcida de Jesus, enaltecendo o amor e suas ações e, desse modo, envolvendo o homem. Apesar do destaque com que o desamor é apresentado, gerando perturbações, há, por outro lado, na atualidade, a ação benfazeja do amor, que se enriquece através da solidariedade, da fraternidade, da caridade.

Com duas histórias que retratam a ação irresistível do amor, Divaldo Franco soube tocar os corações sedentos de paz e serenidade, destacando que o amor não encontra barreiras, liberta, restitui a saúde, encarrega-se de apaziguar algozes, perdoa e promove o próximo. Todos os que estão sintonizados nas faixas vibracionais do amor sentem-se repletos de energias benéficas, vivendo em um mundo de afinidades de energias benfazejas. Toda vez que o indivíduo sai da normalidade, relaciona-se com entidades perturbadoras, ensinou o nobre conferencista.

É necessário criar uma revolução – a do amor – e voltar aos ensinamentos do Mestre Galileu, colocando em prática cotidiana a parábola do Bom Samaritano, isto é, exercitando, com todo o ímpeto, a caridade, a fraternidade, o exercício do amor. O Espiritismo é amorterapia, em várias ações que contemplam as necessidades do ser humano, tornando as criaturas melhores, fazendo com que elas posterguem as ações nefastas, tornando-as melhores, lúcidas, úteis. O amor cala a violência, o amor enaltece a paz, a fraternidade, o perdão, sentenciou Divaldo Franco, finalizando, assim, o magnífico trabalho de despertar e esclarecer, consolar e pacificar, fazendo com que as perturbações sejam cada vez menos expressivas. O Poema de Gratidão, de Amélia Rodrigues, apresentado com emoção, constituiu-se em verdadeira prece que se elevou da crosta ao infinito em busca de corações aflitos e perturbados, aliviando-os com os óleos do amor. Após efusivos aplausos, as pessoas foram se retirando, em meditação, sorvendo as bênçãos que ali foram buscar. 

Visita à “Casa do Espírita”, nova sede da Federação Espírita do Rio Grande do Sul

No início da tarde do dia 26 de agosto, em Porto Alegre, Divaldo Franco foi entrevistado pelo jornal Zero Hora, quando falou sobre o momento atual de insegurança, afirmando que há uma verdadeira guerra não declarada. Para responder positivamente, anulando o mal que ainda viceja no seio da humanidade, é necessário acalentar os corações dos que se encontram em aflição, diminuir a dor dos que não encontram consolo. A violência, disse, é uma doença da alma, conforme conceito da Organização Mundial de Saúde. Para debelar a violência, a solução é a educação, o fortalecimento da família e o investimento no campo socioeconômico. Compreende-se que o mal vige na sociedade humana devido a existência de pessoas particularmente perturbadas. Na atualidade a humanidade se encontra em condições melhores do que no passado. Há mais amor, solidariedade, compreensão, caridade. As pessoas encontram-se ávidas por mensagens de conforto ofertadas pela Doutrina Espírita, mensagens que lhes deem ânimo, confiança e alegria de viver. Destacou que o caminho para a felicidade é viver a proposta de Jesus, amando-se e amando o semelhante, plenificando-se através do exercício do amor. Sobre a tecnologia, afirmou que é uma bênção, pois que, usando-a racionalmente, torna-se ela uma ferramenta para a evolução. Usando uma citação de Fiódor Mikhailovich Dostoiévski, escritor russo, Divaldo destacou a sentença que se encontra na obra “O Idiota”: A beleza salvará o mundo! -, para dizer que o ser humano ao aperfeiçoar-se torna-se mais aformoseado.

No final da tarde, atendendo a um convite da Diretoria Executiva da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Divaldo visitou a sede que se encontra em novo endereço, na Travessa Azevedo, 88, bairro Floresta, em Porto Alegre. Recebido com alegria pelos dirigentes e auxiliares, enquanto percorria as diversas dependências, foi ele apresentando as informações que lhe chegavam através de Espíritos desencarnados, antigos dirigentes e colaboradores, agregando orientações. Instado a dirigir algumas palavras aos presentes, Divaldo destacou que as edificações físicas, por mais sólidas que sejam, desgastam-se com o tempo, tornam-se escombros; assim, o que permanece é a edificação interior de cada ser, aprimorando-se, depurando-se no trabalho incessante do bem, pacificando-se, construindo o templo interno com a ação do amor. Destacou que se sentia feliz ao visitar a “Casa do Espírita”, conforme designação de Francisco Spinelli. O Cristo é luta, e a condecoração do verdadeiro cristão é a chaga cicatrizada, atendendo os aflitos e desvalidos, como símbolo da Nova Era, oferecendo a dádiva da solidariedade, trabalhando unidos, sem receios. Jesus, disse ele, conduz a nau terrestre, estabelecendo na Terra o reino divino. 

“A Felicidade é Possível” foi o tema do minisseminário
de Porto Alegre

Com sua alegria habitual e disposição para o trabalho, Divaldo Pereira Franco foi recepcionado pelo público com uma grande salva de palmas ao entrar no salão lotado para expor, em minisseminário, o tema “A Felicidade é Possível”. Eram mil pessoas acolhendo-o carinhosamente, reverentemente. Falou inicialmente sobre os conceitos de Fritjof Capra, autor da obra O Tao da Física, que nos apresenta este conceito: “O ser é imortal. A vida não se extingue com a morte do corpo físico”.

Tanto no Oriente, quanto no Ocidente, o homem se esforça para alcançar a felicidade. Sendo a vida de natureza transcendente, cada indivíduo deve expandir o Reino dos Céus que está dentro si para o exterior, visando atender todos os que lhe estão próximos, construindo a sua felicidade. Será possível ser feliz? O que é a felicidade, afinal? Ante tal pergunta, Divaldo disse que a felicidade parte do coração para o exterior. A felicidade é um estado de plenitude. O importante, frisou, é que o sol da alegria brilhe na intimidade da alma, apesar das dores, dos percalços que a vida oferece. A felicidade consiste em lutar internamente para sentir-se plenificado apesar dos desencantos. Entre outros, os conceitos filosóficos de Anaxágoras e de Anaxímenes foram abordados de forma rápida, preparando o desenvolvimento para o estudo da conquista da felicidade sob a ótica dos filósofos gregos Epicuro, Diógenes, Zenão e Sócrates.

Epicuro, com sua filosofia hedonista, afirmava que o indivíduo para ser feliz necessitaria possuir e desfrutar de recursos materiais, retendo-os consigo. Para Diógenes, ao contrário, a felicidade seria não possuir nada, pois entendia que aquele que tem não é o possuidor, mas é possuído pelo que tem, tornando-se seu escravo. A terceira vertente filosófica grega é a doutrina estoica, de Zenão de Cítio. Ele incentivava que a pessoa deveria abandonar-se a um estado de apatia, resistindo à dor, em uma demonstração de virtude.

A verdadeira felicidade, porém, é a plena consciência, cheia de ideais, de beleza, do mundo interior. A felicidade e a desdita estão vinculadas à emoção. Ser feliz é uma possibilidade que está ao alcance do indivíduo, bastando para tal, amar Quando se ama, não se perde; ao contrário, ganha-se.

O conceito socrático, por sua vez, preconiza que a felicidade não consiste no ter, no possuir, mas sim em ser, em cultivar os valores ético-morais, vivendo de acordo com a consciência. Essa proposta de Sócrates, sobre a felicidade, está em perfeito acordo com os ensinamentos contidos no Evangelho de Jesus, em que a criatura busca o sentido da vida quando entende que a morte não é o fim, é, antes, a porta para outra dimensão da mesma realidade, a espiritual.

Incentivando a conquista da felicidade, desde agora, Divaldo sugere que os bens materiais não sejam retidos pelos seus donos, mas que os doe, permanecendo tranquilos por já não possuir a posse, que em muitos casos é a verdadeira possuidora. Exerça o prazer de doar, ensinou o orador baiano. Veja sempre o lado bom da vida, seja altruísta, desprendido, otimista, caridoso, doando-se, tanto quanto seja possível. Esteja sempre disposto a aprender, mesmo nos infortúnios.

A felicidade é possível. Para tal, é necessário que o indivíduo se utilize do recurso terapêutico de sentir-se feliz, erradicando a tristeza, a apatia, tornando-se alegre e contagiando com essa alegria os que estão próximos. Sempre entremeando conceitos e histórias de diversos pensadores, algumas para provocar o riso, Divaldo Franco discorreu, com base nos estudos da Dra. Susan Andrews, psicóloga pela Universidade Harvard, atualmente radicada no Brasil, sobre as cinco ilusões a respeito da felicidade: a riqueza, a juventude, o sucesso, o prazer e a felicidade condicional, ou a expectativa de viver a felicidade.

Com base em vários pensadores e pesquisadores do psiquismo humano, Divaldo Franco apresentou alguns conceitos, a saber: a felicidade não é a riqueza, embora a riqueza possa gerar momentos de bem-estar; ser feliz é preocupar-se em ser melhor, e não em possuir muito; a felicidade real é sentir-se pleno consigo e com as circunstâncias da vida; e a felicidade é desenvolver o bom hábito de tratar com benignidade a todos com quem se relaciona.

Segundo Rollo May, psicólogo americano, o homem da atualidade vive para atender a três necessidades: sexismo, consumismo e individualismo, que invariavelmente aturdem e perturbam o ser em busca de felicidade. Apoiando-se nos ensinamentos do filósofo grego Epicteto, Divaldo discorreu sobre como viver em plenitude, ter uma vida feliz, com boas qualidades morais. A felicidade e as realizações pessoais decorrem de atitudes corretas. Com informações sobre a felicidade e sua construção na intimidade do ser, o emérito conferencista apresentou diversos conceitos exarados por Joanna de Ângelis, Carl Gustav Jung, Hanna Wolff e Sidarta Gautama, o Buda.

Como exemplo de alguém que se sentia feliz, Divaldo Franco discorreu sobre a vida e a obra de Francisco e Clara de Assis, que, despojados de bens materiais, sentiam-se felizes, apesar do sofrimento e da aspereza da vida, sensibilizando os corações afetuosos que os buscavam.

A felicidade é possível, apesar das circunstâncias. Dê o melhor de si e seja sempre bom. A felicidade é dar-nos mais. O amor, força sustentadora da vida e do Universo, se expressa pela aceitação e pela compreensão. A felicidade começa neste mundo, estabelecendo o Reino de Deus nos corações do homem. É necessário que cada um busque se aprimorar, deixando de lado o queixume, a vitimização.

Finalizando esse encontro de emoções e sentimentos, Divaldo Franco, valoroso trabalhador espírita, encerrou o enriquecedor minisseminário, declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, após o que o público, de pé, o aplaudiu demoradamente. 

“O Ser Humano em Busca de Deus” foi o tema do minisseminário de Novo Hamburgo

Em tarde/noite agradabilíssimas, foi realizado no dia 28 de agosto em Novo Hamburgo minisseminário “O Ser Humano em Busca de Deus”, ministrado pelo orador Divaldo Franco. O evento, promovido pela União Municipal Espírita de Novo Hamburgo, foi realizado no Teatro da FEEVALE, na mesma cidade.

Apresentando os principais acontecimentos históricos, notadamente na França a partir do século XVIII, Divaldo promoveu uma viagem ao passado. O empirismo filosófico cedeu lugar ao Iluminismo, à queda da nobreza, ao coroamento de Napoleão e sua queda, à reencarnação de Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais tarde conhecido como Allan Kardec.

Citando Abraham Cressy Morrison, químico americano, O Semeador de Estrelas discorreu sobre a tese em que o químico descreve sete razões pelas quais um cientista acredita na existência de Deus: a lei de probabilidades; a vida; os instintos dos animais; os genes e cromossomos; a inteligência/razão; o equilíbrio do ecossistema; e a imaginação.

A constatação de Cressy Morrison está em concordância com os ensinamentos espíritas, notadamente no que diz respeito ao conteúdo das perguntas e respostas de números 1 e 4 de O Livro dos Espíritos, em que se lê que Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas, e que a prova de sua existência está neste axioma aplicado à Ciência: "Todo efeito tem uma causa; todo efeito inteligente tem uma causa inteligente".

Após narrar a comovente história de Leland Stanford Junior e de sua família, que deu origem à Instituição Stanford, nos Estados Unidos, uma das mais reconhecidas universidades no mundo, Divaldo falou da proposta da Doutrina Espírita e dos benefícios proporcionados por ela em nossas vidas.

O projeto Genoma Humano, desenvolvido por renomados pesquisadores, concluiu que há no homem um gene divino, o que significa que Deus está no gene do homem. Deus é amor, quem ama deixa pegadas de luz na noite escura.

Pesquisas científicas realizadas pelo Dr. Michael Persinger e Dr. Vilayanur Ramachandran, neurocientistas que descobriram o denominado “Ponto de Deus” no cérebro humano, e pela Dra. Danah Zohar, física que falou por primeira vez da existência da inteligência espiritual, estabelecendo-se, dessa maneira, uma ponte entre a Ciência e o Espiritismo e demonstrando que ambos os conhecimentos estão em perfeita sintonia entre si e apontam o ser profundo, que somos, como a fonte geradora da saúde integral.

O Espiritismo, afirma Divaldo, conduz os indivíduos para além da simples crença nos seus postulados básicos. Oferece as provas da existência de Deus, da imortalidade da alma, da comunicabilidade dos Espíritos e da reencarnação, convidando-nos a todos a cultivar a beleza da vida e a alegria de viver, por meio da adoção de um sentido psicológico profundo para a existência e da transformação moral para melhor. Destacando a necessidade da autoavaliação e levando em conta a evolução do homem e da natureza que o cerca, colhe ao mesmo tempo o produto de sua semeadura.

A criatura humana é o resultado do somatório de suas próprias aspirações. O homem deve vencer com sacrifício e vontade bem direcionados. Tendo como referência o livro “Os Quatro Compromissos” do autor americano-mexicano tolteca Miguel Ruiz, Divaldo falou sobre a civilização tolteca surgida há 5.000 anos.

Os Toltecas habitavam as regiões onde hoje se situa o México e em algumas áreas do atual Panamá. Vários filósofos e cientistas toltecas se concentraram na cidade de Teotihuacán, com o propósito de estudar a sabedoria espiritual de seus antepassados, que era encarada como uma fonte Divina de felicidade e amor, demonstrando que a ética contemporânea é tão remota quanto a arte de pensar. Nessa cultura, a vida está vinculada a quatro compromissos morais, que são atualíssimos. A verdadeira felicidade é consequência daquilo que se pensa e faz.

Os Xamãs Toltecas elaboraram um método que permitia ao povo assumir uma nova postura na vida, mediante o desenvolvimento de um novo comportamento, no qual as pessoas deveriam assumir quatro compromissos em todas as atitudes na vida para consigo, para com o próximo e para com a Força Geradora: 1) Seja a vossa palavra incorruptível; 2) Viva de tal forma que não perturbe o outro e ajude, ajudando; 3) Tenha em mente que o mal dos maus não lhe faz mal; 4) Quando você fizer algo, faça-o muito bem, dando sempre o melhor de si.

Aproximando-se do final do enriquecedor trabalho, Divaldo Franco narrou a comovente história de sua mãe, Ana Franco, notadamente a sua desencarnação, sua preocupação com a família e suas atividades no mundo dos Espíritos, em uma demonstração de amor irrestrito e de confiança em Deus. Com a habitual declamação final, momento de enlevo e de oração, as bênçãos divinas se faziam presentes, envolvendo o público composto por 1.850 pessoas. Em reconhecimento e gratidão, Divaldo foi amplamente aplaudido.
 

Divaldo com a equipe de colaboradores

 

Notas do autor: 

As fotos de Canela, Caxias do Sul e Porto Alegre são de Jorge Moehlecke. As de Novo Hamburgo são de Leandro Cunha.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita