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Brasil
Ano 10 - N° 481 - 4 de Setembro de 2016
AMERICO DOMINGOS NUNES FILHO
amecgs@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

  

Dr. Jorge Andréa,
100 anos de vida

 O conhecido médico, escritor e orador espírita comemora seu centésimo aniversário lançando um novo livro
 

Em 13 de agosto, o CEJA-BARRA (Centro Espírita Joanna de Ângelis - Barra da Tijuca), situado na Av. Gilberto Amado, 311, na Cidade do Rio de Janeiro, foi palco de um evento considerável, comemorando os 100 anos de vida do profícuo pesquisador, escritor e orador espírita Jorge Andréa dos Santos, considerado uma das mais importantes figuras do Movimento Espírita no Brasil. Reencarnado em Salvador, Bahia, em 10 de agosto de 1916, formou-se em Medicina, tendo exercido a especialidade da Psiquiatria. Oficial da FAB (Força Aérea Brasileira) e presidente de honra do ICEB (Instituto de Cultura Espírita do Brasil), é Sócio-Funda-dor da AME-RIO (Associação Médi-

co-Espírita do Estado do Rio de Janeiro) e responsável pela sua Primeira Palestra Científico-Doutrinária. É, ainda, autor de dezenas de livros, sendo o último, lançado no evento, intitulado “Do Outro Lado da Matéria-Enigma da Vida”.

Com um público calculado de mil pessoas, a festa foi dirigida pela Sra. Iraci Campos, dirigente do CEJA-BARRA, assessorada pelo Presidente do ICEB, Cel. Cesar Soares dos Reis. Estava presente o Presidente da FEB, Sr. Jorge Godinho Barreto Nery. Abrilhantaram a festa o estimado tribuno espírita Divaldo Pereira Franco, que proferiu brilhante conferência, e a valorosa cantora Anatasha Meckenna, que brindou a todos com belas canções.

Versado em Ciência Espírita, Andréa, durante mais de meio século, fez palestras por todo o país e, igualmente, no Exterior. Participou de inúmeros Congressos Espíritas, em vários Estados do Brasil, como também foi entrevistado em diversos programas de Rádio e TV. 

Tive a oportunidade de desfrutar de sua presença por muitos anos, trabalhando juntos, em dobradinha, no ICEB (instituto de Cultura Espírita do Brasil), por uma década, sendo responsáveis pela Cadeira de Ciência Espírita.  

Uma pessoa de bem com a vida 

Na AME-RIO (Associação Médico-Espírita de Estado do Rio de Janeiro), sua presença era constante, desde a sua fundação em primeiro de outubro de 1995. Sempre se apresentava nas palestras de cunho científico-doutrinário, não só como magistral orador, mas também como participante, deixando sempre, no final dos eventos, seu comentário bem abalizado.

Sempre que viajávamos juntos por diversos Estados do País, participando de eventos médico-espíritas, até mesmo pernoitando no mesmo quarto, comprovei de fato ser Andréia uma pessoa extremamente agradável, portador de uma simplicidade comovedora, muito alegre, sempre sorridente e afável. Nos momentos inesquecíveis de bate-papo, revelava-se portador de assaz erudição. Falávamos muito por telefone e sempre o chamei carinhosamente e reconhecido de “garoto”, pela jovialidade continuamente demonstrada e de estar sempre de bem com a vida.

Lembro que fomos convidados para um dos encontros científico-doutrinários na cidade de São Paulo, e nos colocaram hospedados em um hotel da Rua Augusta, no mesmo quarto. Pois bem, fomos acordados em plena madrugada por berros e risadas, os quais pareciam ressoar dentro do nosso cômodo. Constatamos, então, que éramos vizinhos de um inferninho e foi muito difícil, inicialmente, conciliar de novo o sono. Aproveitei o ensejo, sabendo do bom humor inerente ao Andréa, para gracejar um pouco, inclusive com o sentido de desanuviar o mal-estar e sairmos daquela situação constrangedora. Galhofando, convidei-o para irmos participar da farra ao lado. Sua resposta foi uma intensa gargalhada, tão especial que me fez também sofrer um ataque de riso que parecia não mais ter fim. A presença dele realmente se revelava especial e com sua reação tão humorada, nossos ouvidos se fizeram moucos ao barulho e pudemos dormir em paz. 

O caso do avião que balançava muito 

Outro episódio digno de menção foi quando retornávamos ao Rio e o avião onde viajávamos passou por uma intensa turbulência. Estávamos em grande altitude e a aeronave começou a balançar demasiadamente, fazendo com que os copos e pratos de plástico da nossa refeição fossem arremessados para longe. Aproveitei o ensejo para testar o amigo Andréa, ao meu lado, sobre a possibilidade de o avião ser derrubado e desencarnarmos. Com muita tranquilidade, ele me acalmou, dizendo que as aeronaves modernas são dimensionadas para resistir às muitas e intensas intempéries e que ele, na Aeronáutica, servindo no Correio Aéreo Nacional, teve a oportunidade de aterrissar de barriga inúmeras vezes por motivo de panes nos aviões monomotores. Acentuou que, se não desencarnara naquelas situações, não seria agora em um avião tão especial e, ao mesmo tempo, ao meu lado, porquanto eu mais jovem poderia dar ainda muito de mim para a minha família e para a Doutrina Espírita. Realmente, com tanta demonstração de conhecimento e de experimentação, me senti mais reconfortado e confiante.

Contou-me, a seguir, que ao participar de uma reunião com sensitivo versado em desdobramento perispirítico consciente, desejando obter a comprovação do fenômeno, solicitou ao projetor que fosse até à sua residência e descrevesse com detalhes todo o local. Assim fez com sucesso, exceto o quarto do casal, porquanto foi impedido por uma entidade que se apresentou como um índio, o qual lhe relatou estar ali protegendo o Andréa e, ao mesmo tempo, lhe disse ser aquele dormitório um ambiente sagrado. Interessante que o sensitivo descreveu com detalhes todos os presentes indígenas afixados na parede da sala: cocares, arco e flecha etc.  

O “pajé branco” e a tribo agradecida 

Sempre juntos nas viagens, conversávamos muito e gostava de ouvir seus interessantes causos. Certa feita, contou-me que, servindo à Aeronáutica, teve o ensejo de conhecer quase todo o Brasil e, em uma oportunidade, foi-lhe solicitada a intervenção médica em uma tribo indigenista, assediada por um surto gripal, com inúmeros silvícolas gravemente adoentados. Andréa foi recebido pelos índios como “pajé branco” e, prontamente, atendeu e medicou a todos com muita disposição e carinho, o que é inerente a um médico que professa a excelsa Doutrina dos Espíritos, revivendo em tempos hodiernos a mensagem do Mestre de todos nós, o amado Jesus. Pois bem, foi recompensado com inúmeros presentes pelos indígenas, reconhecidos e satisfeitos com o acolhimento médico recebido. Em se sentindo à vontade, foi fazer um passeio de reconhecimento no interior das tabas e, quando fazia menção de entrar em uma das ocas, se deparou com vários guerreiros, preparando-se para abatê-lo como se faz com uma caça, apontando seus arcos e flechas em sua direção. Foi salvo pelo guia da FUNAI, apavorado, que relatou ao atemorizado Andréa que ninguém podia penetrar naquele local, exceto o pajé, porquanto é o santuário sagrado da tribo. Depois de tanto ajudar os indígenas, o meu estimado amigo passou por um momento assaz trágico. Contou-me tudo isso sorrindo muito, tendo eu a chance de igualmente me divertir. Afinal, ele sobreviveu... 

O caso do general nazista 

Em outra oportunidade, discorreu a respeito de um caso memorável, do qual eu já conhecia os pormenores na leitura de um dos seus livros (“Pelos Insondáveis Caminhos da Vida”). Contou-me que se encontrava em pleno trabalho mediúnico, doutrinando uma rude Entidade que lhe relatou ter sido um general nazista, o qual se manifestava refratário às suas oportunas e carinhosas palavras de soerguimento espiritual. Contudo, após exaustivas tentativas por parte do bondoso seareiro espírita, o Espírito se mostrou mais tolerante e receptivo. Agradecido, despediu-se, revelando ao Andréa que iria reencarnar como seu filho, fato que parecia ser inteiramente impossível pelo fato de sua esposa Gildinha, já com oito gravidezes, ter sido submetida à esterilização voluntária definitiva com suas trompas cortadas e suas extremidades amarradas.

Andréa não fazia ideia do que estava para acontecer, porquanto após algum tempo decorrido da despedida do irmão espiritual, a companheira lhe comunica a possibilidade da ocorrência de uma nova e estranha gestação. Isso mesmo: o antigo general alemão realmente reencarnou em seu lar, assim como tinha afirmado, apesar da impossibilidade biológica.

Digno de registro, inclusive pela faceta humorística, o fato de o caçula, ainda começando a andar, já praticar acentuados atos de malcriação e rebeldia. Então, insatisfeito, Andréa deu-lhe a seguinte reprimenda: - Você foi general em vivência passada; agora, aqui em casa, quem manda sou eu. Tudo bem?

Realmente, ser amigo desse ser excepcional é para mim muito gratificante. Certamente, nossa amizade e apreço têm suas origens no passado distante, se mantêm firmes e perdurarão para sempre.

Chegar aos 100 anos não é para qualquer um, principalmente esbanjando jovialidade, alegria e saúde. É sem dúvida, um feito, uma missão para poucos. Obrigado, Andréa, por tudo que me ensinaste e, principalmente, agradeço a Deus pela maravilhosa benção a mim concedida de conhecer e ser amigo de uma pessoa tão excepcional. Parabéns, amigo, pelo centenário e por me ter dado a chance de estar presente em um evento histórico para o movimento espírita do Brasil.


Americo Domingos Nunes Filho é médico na cidade do Rio de Janeiro.



 


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