WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 480 - 28 de Agosto de 2016
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

O Além e a Sobrevivência
do Ser

Léon Denis

(Parte 8)

Continuamos nesta edição a apresentar o estudo do livro O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira. 

Questões preliminares 

A. Que disse sobre a tragédia do Titanic o Espírito de William Stead, que foi também uma das vítimas do conhecido naufrágio?

A mensagem de William Stead foi transmitida no dia 21 de maio de 1912, a Mme. Hervy, em um grupo de Paris. Segundo ele, a agonia do Titanic teve alguma coisa de horrível, mas também de sublime. Houve desesperos loucos e manifestações covardes e brutais do egoísmo humano. Mas, quantos, por outro lado, medindo toda a extensão da coragem, se sentiram maiores diante da morte, mais nobres e mais santos, mais perto de Deus! Agonia de centenas de seres, sim, mas agonia que para muitos era a aurora de um novo dia. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

B. Na visão de William Stead, quem mais sofreu com o afundamento do Titanic?

Em sua mensagem William Stead diz que os que morreram com o naufrágio sofreram, sim, mas pouco, menos do que os que sobreviveram. É que eles, os escolhidos, já estavam a meio no mundo espiritual, onde em tudo rebrilha uma vida etérea. A maior amargura, pois, não era a deles, mas a dos que, presos à matéria, enchiam os barcos de socorro, que os levavam para continuarem neste mundo a peregrinação da dor, de que ainda não se haviam libertado. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

C. Extasiados com a maravilhosa beleza da vida espiritual, os Espíritos tendem a esquecer seus amigos encarnados na Terra?

De modo nenhum. A vida espiritual, de maravilhosa beleza, não os faz esquecer seus amigos terrenos. Por felizes que sejam, por indizíveis que sejam os gozos que os embriaguem, sempre e sem cessar são eles atraídos para o lugar onde transcorreu sua última existência e para todos aqueles a quem os unem os laços de uma afeição fraterna. Eles vão até onde se encontram seus afetos, para repetir, num eco distante, que devemos esperar e amar acima de tudo, por muito rude, por muito árida que seja a vida. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

Texto para leitura

97. Léon Denis refere-se, na sequência, às mensagens que primam pela elevação do pensamento, das quais inseriu nesta obra algumas até então inéditas. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

98. Eis a primeira, transmitida pelo publicista inglês William Thomas Stead no dia 21 de maio de 1912, a Mme. Hervy, em um grupo de Paris. Stead foi uma das vítimas do naufrágio do Titanic. Disse ele: 

“Caros amigos, uma sombra feliz vem até vós. Desconhecendo-lhe a pessoa, não lhe ignorais, entretanto, o nome, nem a morte trágica no naufrágio do Titanic. Sou Stead. Amigos comuns, entre os quais a duquesa de P..., me trouxeram aqui para que me manifestasse por intermédio de Mme. Hervy, sua amiga. Talvez vos cause admiração que meus Espíritos familiares não me tenham avisado da fatalidade que pesava sobre o Titanic. É que nada pode prevalecer contra o destino, quando irremediável, e eu devia morrer sem que a nenhuma potência humana ou espiritual fosse possível retardar a minha derradeira hora. A agonia do Titanic teve alguma coisa de horrível, mas também de sublime. Houve desesperos loucos e manifestações covardes e brutais do egoísmo humano. Mas, quantos, por outro lado, medindo toda a extensão da coragem, se sentiram maiores diante da morte, mais nobres e mais santos, mais perto de Deus! Saber que se vai morrer na plenitude da vida, na exuberância da força, pela ação dessas potências da Natureza, indomadas sob a aparência da submissão; morrer ao cintilar das estrelas impassíveis; morrer na calma fúnebre do mar gelado, em meio de uma solidão infinita, que angústia para a pobre criatura humana! E que apelo desvairado ela dirige a esse Deus, cujo poder repentinamente descobre!... Oh! as preces daquela noite, as preces, os desprendimentos, as consciências a se iluminarem por súbitos relâmpagos e a fé a se elevar nos corações por entre as harmonias do belo cântico: ‘Mais perto de ti, meu Deus!’ Agonia de centenas de seres, sim, mas agonia que para muitos era a aurora de um novo dia. Há, para os que viveram, pensaram, sofreram, como também para os que muito gozaram das falazes alegrias que a fortuna dispensa às suas vítimas, um alívio interior e como que um arroubo de esperança, ao reconhecerem que dentro de alguns instantes tudo estará acabado. A alma freme na carne e a subjuga, malgrado os sobressaltos inconscientes da animalidade. E quantos dentre nós, proferindo as palavras do cântico: ‘Mais perto de ti, meu Deus!’ se sentiram bem perto do Ser inefável que nos envolve com a sua onipotente serenidade! Pelo que me toca, vi, cheio de estranha doçura, aproximar-se a morte, sentindo-me amparado pelos meus amigos invisíveis, penetrado de um misterioso magnetismo que galvanizava os que iam morrer e que tirava à morte todo o horror. Os que morreram sofreram pouco, menos do que os que sobreviveram. Os escolhidos já estavam a meio no mundo espiritual, onde em tudo rebrilha uma vida etérea. A maior amargura não era a deles, mas a dos que, presos à matéria, enchiam os barcos de socorro, que os levavam para continuarem nesse mundo a peregrinação da dor, de que ainda se não haviam libertado.” – W. Stead. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

99. Mais duas mensagens obtidas por meio da escrita mediúnica, em março e abril de 1912. A primeira é assinada por Loyson: 

“Prezada Senhora, obrigado pelo serviço que me prestastes, obrigado por me terdes ajudado a sair da perturbação que se segue à morte, obrigado por me haverdes posto em contacto com almas tão nobres, tão puras, que sonham com o triunfo do verdadeiro Cristo e com o da prática da sua doutrina no seio de uma Humanidade corroída pela febre malsã do materialismo e pelo surto dessas doutrinas de uma filosofia nebulosa, que, pretendendo criar super-homens, desconhecem o homem. O materialismo de um lado e, de outro, as nefastas doutrinas que hão exaltado o eu em detrimento do nós e o indivíduo à custa da coletividade humana, da qual não o podem separar, criaram uma amoralidade geral, uma degeneração da consciência, que as velhas fórmulas religiosas são incapazes de deter. Oh! muito teremos que fazer, nós os missionários do Cristo novo, e não nos faltará trabalho na vinha do Senhor; mas, que alegria para o apóstolo é sentir que sua missão se precisa e se dilata, ver que a morte, longe de imobilizar o homem sob a lápide do sepulcro, lhe aumenta, estende, amplifica as faculdades, que a liberta das dúvidas, das hesitações, dos falsos escrúpulos que lhe turbavam a consciência! Minha vida passada não foi mais do que a baça crisálida em que minha alma se transformou, pelas provações e dores, em maravilhosa borboleta. Oh! alegria imensa que faz regurgitar o coração!, alegria que arrebata a alma como que num arranco desordenado, para arrojá-la, palpitante de reconhecimento, aos pés do Criador Celeste, que tão generosamente paga o resgate do pecador! Não, meus irmãos, imersos nas trevas da prisão terrestre, não podeis conceber a felicidade da libertação terrena. Sentir o engrandecimento da capacidade de conhecer e aprender, que já fez do homem o senhor do universo material; sentir que, com a inteligência e a compreensão, crescem todas as possibilidades de ação; sentir que o coração se depura e conhecer, enfim, a verdadeira amizade e o verdadeiro amor na comunhão íntima dos seres, que, por intransponíveis barreiras, os pesados invólucros materiais separam, são coisas que se não podem exprimir por palavras e impossível me é fazer-vos experimentar a plenitude de vida que sucede ao sono terrestre; pois que, na Terra, o homem se assemelha à semente enterrada no solo, gérmen obscuro, noção que prepara o desabrochar futuro, mas que não está, por isso, menos enredado nos liames da matéria. Obrigado, ainda uma vez, Senhora, por terdes apressado o meu despertar, por me terdes granjeado tantos e tão elevados amigos, tão dignos e tão compenetrados da palavra do Cristo; obrigado por me terdes feito entrar nesta falange que conta os Lacordaire, os Didon, os Bersier, falange que desempenha a missão divina da renovação do ideal do Cristo. Aqui está, pois, de novo o ardente, o fervoroso apóstolo que conhecestes, minha querida e fiel irmã (o Espírito se dirige neste ponto a uma das pessoas presentes), dispondo de  maior clarividência e de mais inteligência das coisas, com a esperança viva de poder mais tarde e mais perfeitamente retomar a tarefa que tentou levar a cabo nesse mundo e que deixou, ah!, tão imperfeita. Foi o vosso pensamento que me atraiu para junto da vossa médium. Obrigado, portanto, a vós também. Deixo-vos, meus amigos, possuído de uma alegria pura e santa, alegria que ultrapassa todas as alegrias da Terra, todas as harmonias terrestres, como o canto do rouxinol sobreleva e abafa o chilrear da toutinegra. Obrigado ainda; o apóstolo ganhou novamente confiança na sua missão divina e ei-lo de novo pronto a combater pelo triunfo do Espírito do Cristo.” – Loyson. (O Além e a Sobrevivência do Ser.) 

100. A outra mensagem, abaixo transcrita, é assinada por Eduardo Petit: 

“A vida espiritual, de maravilhosa beleza, não faz esquecer os nossos amigos terrenos. Por felizes que sejamos, por indizíveis que sejam os gozos que nos embriagam, sempre e sem cessar somos atraídos para o lugar onde transcorreu a nossa última existência, para todos aqueles a quem nos unem os laços de uma afeição fraterna, para junto de vós, enfim, ó bem-amados. Sim, pensamos em vós, mesmo das alturas mais inacessíveis a que se possa elevar o pensamento! Vimos até onde estais para vos repetir, num eco distante, que deveis esperar e amar acima de tudo, por muito rude, por muito árida que seja a vida. A esperança e o amor vertem, na existência, a linfa do esquecimento. Dão a coragem, a vontade forte que nos permitem arrostar de ânimo sereno a tempestade. Mas, venha a calma após a borrasca, venha a hora do repouso benéfico e sentireis que nas vossas veias circula a eterna felicidade celeste, que Deus espalha sem medida pelos pobres humanos. O tempo, às vezes, vos parece bem longo. De nós esperais as menores comunicações com impaciência e também com uma espécie de curiosidade, e cheios de vaga esperança de que elas vos venham revelar alguma coisa do mistério dos mundos. A Providência, porém, sabe que as revelações não seriam compreendidas. Não! A hora ainda não soou! As frases que vos possamos transmitir ficarão sendo, por enquanto, meras frases; exortações à prática do bem, certamente! Cumpre orientar para o melhor as pobres almas sofredoras. Pela doçura, pela bondade, deveis chamar ao vosso seio os irmãos incrédulos. E podeis também, pela caridade, fazer-lhes entrever a meta sublime para a qual deve tender a vida. A vida continua, bem o sabeis. Só muda a forma. Todavia, não muda demasiado rápido, porquanto, durante largo tempo, nos conservamos terrestres. Quiséramos poder exprimir-vos tudo o que o infinito nos dá a contemplar. Mas, ah!, a linguagem humana é pobre, suas palavras são duras, agudas, pesadas como a matéria, ao passo que seriam precisas palavras leves e suaves, de uma suavidade toda especial, capazes de exprimirem os sons e as cores. A atmosfera que vos envolve é por demais espessa para permitir que percebais, ainda que pouco, toda a harmonia que reina nos planos superiores do Universo. Ah!, que esplendores aí se desdobram! E que consolação, que grande recompensa aos nossos males é esta vida, esta embriaguez de todos os instantes! Continuamos a ocupar-nos das almas errantes, mas a fonte de amor em que nos dessedentamos é tão viva e tão abundante, que basta para nos deixar entrever destinos inda mais gloriosos. A ascensão prossegue, sem nunca parar. Subir ainda, subir sempre, sem jamais atingi-lo, para o foco da perfeição, para a Causa suprema que nos deve absorver, conservando-nos a personalidade própria. O amor, qualquer que seja o mundo em que se esteja, é a força, o eixo das esferas que gravitam em suas órbitas. Na natureza, nos infinitamente pequenos, é o amor, antes de tudo, que guia o instinto. No homem, na sociedade inteira, é o amor que forma as simpatias, que torna possíveis as relações dos humanos entre si. Seja qual for a expressão sob a qual o queiram deformar, seja qual for o nome com que o ridiculizem, se analisardes um pouco, encontrareis sempre o amor, o amor mais ou menos purificado, que existe em todo ser. Ele é o centro, a causa. Reina no lar. É sobre suas fiadas que se constrói a família, a família que perpetua, no tempo e no espaço, a longa série dos séculos, marcando o progresso das humanidades. E é também o amor que rege as amizades sólidas. Constituís uma força poderosa, quando as mesmas ideias, o mesmo ardente desejo do bem vos animam. A força fluídica que vos cerca é considerável, e se, de sua resistência, o granito vos pode dar ideias, o cristal, em cujas facetas se vem irisar a luz, poderá fazer-vos perceber-lhe a incomparável pureza. Desde o menor até o maior, amai; e, em vossos corações, em vossas almas, correrá a fonte de vida. Sim, é necessário amar ainda, amar sempre, ensinando, continuando a propagar, em toda a sua grandeza, a filosofia que encerra o porquê dos destinos humanos. Trabalhai a terra; deixai que nela entre a relha do poderoso arado do amor e, um dia, as messes louras germinarão ao sol radiante do futuro. Propagai sem descanso. Propagai amando.” – Eduardo Petit. Morto a 15 de setembro de 1910, em Paris. (O Além e a Sobrevivência do Ser.) (Continua no próximo número.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita