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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 480 - 28 de Agosto de 2016

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 

 
Obsessão, idiotia, loucura

O que parece inexplicável, o Espiritismo racionalmente explica

“(...) A nulidade moral dos estropiados do  cérebro, não significa nulidade do Espírito”. Allan Kardec[1]


Kardec está coberto de razão (como sempre) ao afirmar[2] que “o Espiritismo é a chave com a qual tudo se explica de modo fácil”. Ele fornece a senha das relações existentes entre a alma e o corpo e prova que um reage incessantemente sobre o outro.  É o que informaram os Espíritos Superiores ao egrégio Mestre Lionês.

Estejam as causas de aflições nesta ou em outra vida, o fato é que seus corolários se mostram inapelavelmente, dinamizados pela Lei de Causa e Efeito.

Não se pode entender a afligente realidade das obsessões, da idiotia e da loucura se na equação de nosso raciocínio não estiverem agregadas as condicionantes: reencarnação, imortalidade da alma, lei de causa e efeito, justiça divina...  Sem essas premissas caminharíamos por ruas sem saída, esbarraríamos em barreiras intransponíveis.

Antes de o conhecimento espírita clarear a mente humana, colocava-se até mesmo em dúvida a existência da alma dos idiotas, e muitos se perguntavam se eles realmente pertenciam à espécie humana. E mesmo nos dias de hoje, em que pesem os avanços da ciência, da psicologia e da medicina, muitos especialistas não conseguem estabelecer a fronteira entre a loucura, a idiotia e os processos obsessivos.

Manoel Philomeno de Miranda[3], mui judiciosamente, explica: “(...) o distúrbio provocado pela obsessão, difere bastante daqueles de natureza orgânica, que produzem a idiotia e a loucura. Em todos esses casos, porém, encontram-se Espíritos enfermos, aqueles que estão reencarnados, endividados perante as Leis Cósmicas, em processos graves de provações dolorosas ou expiações reeducativas.  Na obsessão, encontra-se atuante um agente espiritual que se faz responsável pelo transtorno reversível; no entanto, nos casos em que o ser renasce sob estigma da idiotia ou chancelado pelos fatores que propiciam a loucura, os seus débitos e gravames são de tal natureza grave, que imprimiram no corpo o látego e o presídio necessários para a sua renovação moral.

(...) A fase inicial das obsessões, antes da tragédia da subjugação, de mais difícil reequilíbrio, nada mais é que provação, enquanto que a idiotia e a loucura estão incursas nas expiações redentoras, através das quais o Espírito calceta desperta para a compreensão dos valores da vida, enriquecendo-se de sabedoria para os futuros comportamentos.

Assim mesmo, nos casos dessa ordem, a contribuição psicoterapêutica do Espiritismo através da bioenergia, da água fluidificada, da doutrinação do paciente e dos Espíritos que, possivelmente, estarão complicando-lhe o processo de desequilíbrio, a oração fraternal e intercessória são de inequívoco resultado saudável, proporcionando o bem-estar possível e a diminuição de sofrimento do paciente, a ambos encaminhando para a paz e a futura plenitude”.

Afirma o notável Mestre Lionês[4]: “(...) o modo pelo qual o Espiritismo encara essas realidades é muito moralizador e instrutivo... Considerando, por exemplo, que os corpos dos idiotas e loucos encerram almas que já teriam brilhado na Terra; almas tão presentes e lúcidas como as nossas a despeito do pesado invólucro que lhes abafa as manifestações; considerando que o mesmo pode acontecer conosco se abusarmos das faculdades que a Providência nos concedeu; considerando tudo isso, não teremos assunto para sérias reflexões? Sem admitirmos a pluralidade de existências, como poderemos conciliar a imbecilidade com a justiça e a bondade de Deus? Se a alma não viveu anteriormente, então é que foi criada ao mesmo tempo em que o corpo, e, nesse caso, como explicar a criação de almas tão precárias da parte de um Deus justo e bom?   É bem de ver que aqui não se trata da loucura, que se pode prevenir ou curar.  Os idiotas nascem e morrem como tais, sem a noção do bem e do mal. Qual, portanto, a sua sorte na vida eterna? Serão felizes ao lado dos homens inteligentes e laboriosos? Mas, por que tal favoritismo se nada fizeram de bom? Ficarão no que chamam limbo, isto é, um estado misto que não é feliz nem infeliz? Mas, por que essa eterna inferioridade? Terão eles a culpa de serem por Deus criados idiotas? Desafiamos a todos quantos negam a reencarnação, para que saiam deste embaraço.

Pela reencarnação, ao contrário, o que se afigura injustiça torna-se admiravelmente justo, o que parece inexplicável, racionalmente se explica. Demais, sabemos que os adversários do Espiritismo não têm argumentos para combatê-la, além daqueles oriundos da repugnância pessoal de terem de voltar à Terra.

Respondemos-lhes: para que volteis não se vos pede a vossa permissão, pois o juiz não consulta a vontade do réu para enviá-lo ao cárcere.  Todos têm a possibilidade de não reencarnar, desde que se aperfeiçoem bastante para se alçarem a uma esfera mais elevada. O egoísmo e o orgulho não se compadecem, porém, com essas esferas felizes, e daí a necessidade de todos se despojarem dessas enfermidades morais, graduando-se pelo trabalho e pelo próprio esforço”.

Segundo instrução[5] de um Espírito, ministrada na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, “(...) os idiotas são os seres castigados pelo mau uso de poderosas faculdades; almas encarceradas em corpos cujos órgãos impotentes não podem exprimir seus pensa­mentos. Esse mutismo moral e físico constitui uma das mais cruéis punições terrenas, muitas vezes escolhidas por Espíritos arrependidos e desejosos de resgatar suas faltas. A provação nem por isso é improfícua, porque o Espírito não fica estacionário na prisão carnal; esses olhos estúpidos veem, esses cérebros deprimidos conce­bem, conquanto nada possam traduzir pela palavra e pelo olhar. Excetuada a mobilidade, o seu estado é o de letár­gicos ou catalépticos, que veem e ouvem sem, contudo, po­derem exprimir-se. Quando tendes esses horríveis pesa­delos, durante os quais procurais fugir de um perigo, gri­tando, clamando, não obstante a imobilidade do vosso corpo como da vossa língua; quando tal sucede, dizemos, a vossa sensação é idêntica à dos idiotas.  É a paralisia do corpo ligada à vida do Espírito.  Assim se explicam quase todas as enfermidades, pois nada ocorre sem causa, e o que chamais injustiça da sorte é apenas a aplicação da mais alta justiça. A lou­cura também é punição ao abuso das mais elevadas fa­culdades; o louco tem duas personalidades - a que de­lira e a que tem consciência dos seus atos sem poder guiá-los.

Quanto aos idiotas, a vida contemplativa, isolada, da sua alma sem os prazeres e gozos do corpo, pode igual­mente tornar-se agitada pelos acontecimentos, como qualquer das existências mais complicadas; revoltam-se alguns contra o suplício voluntário e, lamentando a es­colha feita, sentem violento desejo de voltar à outra vida, desejo que lhes faz esquecer a resignação do presente e o remorso do passado, do qual têm a consciência, visto como, embora idiotas e loucos, sabem mais que vós, ocul­tando sob a impotência física uma potência moral de que não tendes ideia alguma.   Os atos de fúria, como de im­becilidade a que se entregam, são no íntimo julgados pelo seu ser, que deles sofre e se vexa.  Eis que, escarnecê-los, injuriá-los, mesmo maltratá-los, como por vezes se faz, é aumentar-lhes o sofrimento, fazendo-lhes sentir mais cruamente a sua fraqueza e abjeção.  

Sendo o progresso condição expressa da humanidade as provações tendem a modificar-se, acompanhando a evolução dos séculos.  Dia virá em que as provações devam ser todas morais; e quando a Terra, nova ainda, houver preenchido todas as fases da sua existência, então se transformará em morada de felicidade, como se dá com os planetas mais adiantados”. 


 

[1] - KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 51.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, cap. VIII, p. 408.

[2] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. I, item 5, “in fine”.

[3] - FRANCO, Divaldo. Reencontro com a vida. Salvador: LEAL, 2006, p.49 e 52.

[4] - KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 51.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, 2ª parte, cap. VIII, p.p. 410-411.

[5] - Idem, ibidem, p. 408-410. 



 


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