WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 477 - 7 de Agosto de 2016

CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 

 

Energias umbralinas


Hoje pela manhã, cedo, na iminência de retomar o corpo totalmente (muitas vezes é nesse momento que são insufladas as mensagens importantes, certamente na intenção de que sejam devidamente recordadas no estado de vigília), meu mentor, amoroso como sempre, me transmitiu um recado estranho: 

O mundo vive um momento complicado. Mas, ao invés de ceder ao medo ou ao desânimo prejudicial, procure confiar no que você já sabe a respeito da vida espiritual, a verdadeira, que prescinde das aparências da esfera material.

Todos respiramos dentro da faixa vibratória / energética de nossas próprias emissões íntimas, e isso, sobretudo, é a sua maior salvaguarda. É como se, literalmente, você se tornasse inacessível, invisível às más influências e às ameaças. A invigilância ocasional – justo os nossos lapsos de consciência, que nos atiram em estados de espírito indesejáveis – é que, eventualmente, nos entrelaça com as realidades mais densas deste mundo, e nos expõe, em grau maior de vulnerabilidade, aos riscos!

Portanto, lembre-se e confie. Preservando o mais possível a sua condição espiritual nas faixas vibratórias do otimismo, da gratidão pela realidade da luz divina influenciando as vidas de todos, você não precisa temer nada dentro do repertório d e seu presente período reencarnatório!” 

Acordei, portanto, com essas palavras soando repetidamente na minha audição interior, e, durante as primeiras atividades da manhã, uma série de reflexões e lembranças oportunas serviram para confirmar a veracidade incontestável das advertências do querido tutor, em época turbulenta no país e na minha cidade natal, em que, em contato inevitável com o noticiário cotidiano, a vontade real, muitas das vezes, é de não deixar o ambiente seguro do lar rumo às atividades diárias. 

Tive que reconhecer, em contrapartida, que muito das energias umbralinas predominantes na atualidade derivam, mesmo, da nossa invigilância frente às atitudes próprias e pensamentos recorrentes. 

Quantos de nós, influenciados pelo bombardeio de notícias deprimentes sucessivas, veiculadas em quase todos os canais de mídia, não nos deixamos arrastar pela onda irrefreável de revolta, queixas, irascibilidade, medo, ódio, e pelo se deixar levar ao círculo vicioso de conversas com temáticas deprimentes?

Na sucessão exaustiva de um dia após o outro, mergulhados no ritmo eletrizante dos compromissos e responsabilidades, quem, vez por outra, pelo menos, não se deixa desfalecer de ânimo e de otimismo em relação aos destinos deste mundo e da humanidade reencarnada? 

Pior – num nível piorado de inconsciência! –, quantos não abandonam suas preferências a esta qualidade deteriorada de noticiário, experimentando certo gosto mórbido no se presenciar as dificuldades mais ou menos chocantes enfrentadas pelas populações reencarnadas, imergindo num silencioso, estranho e tacanho sentimento mesquinho, de não se estar sozinho em meio às atribulações? 

Lembro-me com clareza de que, há muitos anos atrás, quando iniciava meus anos de vida profissional e decidi optar por outro ambiente de trabalho, prestando concurso para a Justiça, ouvi comentários de alguns amigos deixados nos serviços de antes, no sentido de que muitos, ostensivamente, detestaram minha conquista trabalhista. 

Eu havia me dedicado arduamente durante mais de um ano a cursos preparatórios, para prestar concurso e me situar entre as vagas disponíveis, esforço este que foi coroado com uma vitória alegremente comemorada entre os meus. Mas, passados os meses, soube dessas notícias surpreendentes. Que colegas que antes me ombreavam no dia a dia de trabalho não conseguiam disfarçar a contrariedade e a maledicência, sempre que alguém conseguia prosperar num outro destino profissional mais compensador.  

Os mesmos que, a despeito da constante insatisfação e negatividade diária, não se mexiam para mudar a própria realidade em benefício próprio. Preferiam prosseguir imersos no círculo vicioso de reclamações improdutivas, querendo, em contrapartida, que ninguém escapasse ao barco de negatividade doentia. Sempre, portanto, que alguém saía, feliz por prosperar em novas frentes, manifestavam uma onda de ponderações deprimentes, desmerecendo os feitos do colega então ausente, infelizes de que alguém, por mérito, buscasse destinos mais condizentes aos seus objetivos profissionais. 

Estas lembranças condizem com o que se observa hoje, de maneira generalizada. Em variados contextos, nota-se a insatisfação exasperada da população com a violência, com os níveis elevados da falta de segurança, de educação. Todavia, com espanto, se observarmos com atenção, percebemos com facilidade que a mesma população que reclama aparentemente se compraz com tais situações sacrificadas; e, mesmo, as alimenta, e, num sentido estranho, resiste às mudanças proativas que modificariam tudo para melhor – de maneira gradativa, claro, na proporção em que mais e mais pessoas se questionassem sobre o que, de fato, desejam para o mundo, para a melhoria da qualidade de vida.  

Porém, reformulando atitudes neste mesmo sentido! E, não, se comprazendo com quadros deprimentes da sociedade, e se sentindo silenciosamente aliviados por, de uma forma ou de outra, alguns atravessarem as mesmas dificuldades que enfrenta – em lugar de lançar luz para a frente e para o alto, com o fim de melhorar os cenários humanos para si e para todas as demais pessoas. 

Assim, nada mais justo do que se ressentir do grau de insegurança com que todos vivemos coletivamente – todavia, os níveis de violência, desrespeito e agressividade começam a ser modificados no cotidiano doméstico de cada um de nós. Evitando-se o desrespeito pelos familiares; no comportamento individual, abolindo dos hábitos o uso das palavras ou atitudes deprimentes ou agressivas. A agressão física ou verbal, como solução para os problemas. A emissão de palavreado tosco no cotidiano, em quaisquer ambientes, porquanto se sabe, pelos estudos espirituais, que tudo o que emitimos para o mundo são energias, reveladoras da marca d’água de nossas qualidades e imperfeições – e o verbo, como tudo o mais, é indicativo importantíssimo desta marca d’água. 

Normal que, pelas mesmas razões, sinalizemos pela necessidade da melhoria da educação em nosso país; todavia, imprescindível que a educação formadora de indivíduos respeitadores, desde cedo, do ambiente das escolas e universidades, comece em casa – no mesmo ninho familiar onde as crianças deveriam, desde a mais tenra idade, aprender sobre responsabilidades próprias e respeito pelos mais velhos, pelas lições e cuidados importantes que esses têm para lhes transmitir. 

Inútil, por outra, se falar em educação e prosseguir fazendo do ambiente das vias urbanas latas de lixo diárias. Falar-se inflamadamente sobre direitos políticos e sociais desrespeitados, quando não se cede lugar aos idosos nos coletivos, e se avança, sorrateiro, o sinal de trânsito fechado sobre pedestres em travessia. 

Falácia levantar bandeiras em prol de direitos – sejam esses ligados às esferas da saúde, educação, ou outras muitas – se cada qual não aplica, no cotidiano mais simples, a vigilância da reformulação própria, naquele mesmo sentido para o qual quer mudanças. 

Agindo assim, obviamente não se conseguiria, por milagre, a modificação das sequelas mais complexas que ainda fazem sofrimentos neste mundo material, situando-o como um local de provas e expiações.  

Todavia, não se pecaria por grave incoerência. Cada um que assim despertasse para realizar na rotina diária o mundo que quer para si e para os seus colaboraria para que, em processo gradativo, o sonho se tornasse realidade em tempo mais breve. E se observaria, desta forma, com maior clareza, a verdade do que meu mentor desencarnado, Caio Fabio Quinto, outra vez me lembrou nas primeiras horas deste sábado de sol no Rio. 

Criamos, literalmente, o mundo que queremos. Mas, não, lançando mão das mesmas atitudes, pensamentos, e emissões agressivas, de revolta, de medo e inconformação improdutiva, dos quais tanto reclamamos, no ambiente que queremos modificar. 

Comecemos do que é mais próximo. Tentando moldar nossos lugares mais íntimos, a partir de nós mesmos, segundo as melhorias ambicionadas – para, então, estendê-las ao nosso derredor, com maior segurança, e sem contradições pessoais. Pois assim, naturalmente, nos imunizamos contra os efeitos deprimentes dos desacertos desencadeados na vida cotidiana pelo estado ainda rude de inconsciência humana. Rompamos a sintonia. Tornamo-nos mais imunes a eles, na medida em que nos depuramos e não mais engrossamos energeticamente as aglutinações sombrias de ordem espiritual, ao passo em que contribuímos, de modo efetivo, para a evolução terrena e para o bem-estar da coletividade, como um todo. 

A natureza nos oferece desde sempre lições simples e sábias.

Nenhum fruto suculento amadurece de fora para dentro.

A Terra, com sua população reencarnada e desencarnada, é um fruto cósmico bendito do Criador, e só pode alçar voos mais luminosos se o seu amadurecimento for o da qualidade de seu conteúdo vital. Não somente o de meros devaneios e aparências.

 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita