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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 476 - 31 de Julho de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 42)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Em que condições Evaldo desencarnou?

Sob a justificativa da viuvez, Evaldo se afastou da vida que levava e refugiou-se em pertinaz depressão que passou a consumir-lhe as metas existenciais, a razão de viver e qualquer objetivo que o pudesse arrancar da penosa situação. Torturado pelo remorso, começou a perceber quanto a sua avidez contribuíra para a miséria de muitos seres humanos necessitados, os quais deveria defender e amparar através dos mecanismos políticos e da fé espírita que anteriormente esposara. Assim, tentando ocultar o drama, seu inconsciente começou a criar a teia vibratória que terminou por envolvê-lo, então sob o direcionamento do seu adversário espiritual. Três anos transcorridos após a desencarnação da senhora, sucumbiu em triste ruína humana, negando-se à alimentação e ao tratamento especializado, que, embora sob imposição vigorosa de outros familiares, não logrou arrancá-lo do abismo da consciência culpada ao qual se atirara com sofreguidão. (Tormentos da Obsessão, cap. 21 – Experiência incomum.)

B. Que situação Evaldo encontrou no plano espiritual?

Havendo desencarnado em deplorável estado mental e físico, e jugulado a uma estranha obsessão, Evaldo foi recebido por seu inimigo desencarnado, que o aguardara no pórtico da imortalidade, encarcerando-o nos fios vigorosos da própria urdidura mental e recambiando-o para o escuso recinto onde se homiziava. Ali, sob hipnose cruel, vergastou-o por mais de um decênio, após o que Evaldo foi transferido para o Sanatório Esperança, graças à intercessão de sua abnegada mãezinha. (Tormentos da Obsessão, cap. 21 – Experiência incomum.)

C. Desafio dignificante, a existência corporal deve ser encarada de que forma?

A existência corporal – que é, como sabemos, um desafio dignificante – deve ser vivida com elevação e respeito pelos postulados que facultam o crescimento interior no rumo da plenitude. Mas nem todos aqueles que se encontram mergulhados na neblina carnal dão-se conta do alto significado dessa concessão superior da misericórdia divina, até que adquiram  a consciência de si mesmos, definindo-se, então, pela marcha ascensional sem estágios nos patamares de sombra e dor. (Tormentos da Obsessão, cap. 22 – Lições de sabedoria.)

Texto para leitura 

215. Como Evaldo desencarnou – Reportando-se ainda ao caso Evaldo, o médico informou que ele lentamente se afastara da agitada vida mundana sob a justificativa da viuvez, e, apesar de insistentemente convidado pelos comparsas, refugiou-se em pertinaz depressão que passou a consumir-lhe as metas existenciais, a razão de viver e qualquer objetivo que o pudesse arrancar da penosa situação. A mãezinha, então desencarnada, envidou esforços exaustivos para arrancá-lo da situação pungente a que se entregou, mas tudo redundou inútil, porque o torturado começou a perceber quanto a sua avidez contribuíra para a miséria de muitos seres humanos necessitados, os quais deveria defender e amparar através dos mecanismos políticos e da fé espírita que anteriormente esposara. Acrescentou o psiquiatra: “Tentando ocultar o drama, o seu inconsciente começou a criar a teia vibratória que terminou por envolvê-lo então sob o direcionamento do adversário espiritual. Três anos transcorridos após a desencarnação da senhora, sucumbiu em triste ruína humana, negando-se à alimentação e ao tratamento especializado, que, embora sob imposição vigorosa de outros familiares, não logrou arrancá-lo do abismo da consciência culpada ao qual se atirara com sofreguidão”. (Tormentos da Obsessão, cap. 21 – Experiência incomum.) 

216. Mais será pedido àquele a quem mais foi dado – Nesse ponto o psiquiatra silenciou, demonstrando uma profunda compunção pelo enfermo e, a seguir, concluiu: “Em deplorável estado mental e físico desencarnou, jugulado à estranha obsessão por ressonância dos pensamentos perversos do inimigo que o aguardou no pórtico da imortalidade, encarcerando-o nos fios vigorosos da própria urdidura mental e recambiando-o para o escuso recinto onde se homiziava. Ali, sob hipnose cruel, vergastou-o por mais de um decênio, após o que foi transferido para nosso Hospital por intercessão da mãezinha abnegada, aqui demorando-se até este momento, quando começa o seu processo de despertamento para o encontro lúcido com a realidade”. Findo o relato, Manoel P. de Miranda exclamou, emocionado: “Deus, meu! Quanto a aprender e a corrigir no mundo íntimo!” E Alberto, sempre silencioso, aduziu com jovialidade: “Não é por outra razão que o Mestre nos informou que mais será pedido àquele a quem mais foi dado. De fato, quem possui a luz embutida na mente e no coração não pode andar em trevas, semear escuridão, para tanto apagando a própria claridade íntima, pois que, sem qualquer dúvida, voltará a percorrer o mesmo caminho e o defrontará conforme o haja deixado”. Em seguida, emocionados e reconhecidos, os dois amigos despediram-se do culto e generoso médico, rumando ao gabinete do dr. Inácio Ferreira, onde eram gentilmente aguardados. (Tormentos da Obsessão, cap. 21 – Experiência incomum.) 

217. Existência corpórea: desafio dignificante – A aprendizagem prosseguia ampliando, com relação a Manoel P. de Miranda, os horizontes do entendimento em torno do ser, do seu destino, das aflições e alegrias que são vividas ao largo do processo evolutivo. Em todo lugar, naquele pavilhão, que era apenas um dos quatro reservados aos alienados mentais que permaneciam vinculados às reminiscências terrestres e aos seus engodos, defrontava-se a Lei de Causa e Efeito no seu mister de disciplinar e educar, orientar e libertar o Espírito das amarras que o jugulam às heranças do primarismo por onde passa ao largo da vilegiatura carnal. Novos contatos permitiam a Miranda penetrar em questões dantes jamais concebidas, que fazem parte da natureza humana e se sediam nas estruturas mais complexas do ser espiritual. A existência corporal é sempre um desafio dignificante, que deve ser vivida com elevação e respeito pelos postulados que facultam o crescimento interior no rumo da plenitude. Nem todos aqueles que se encontram mergulhados na neblina carnal dão-se conta do alto significado dessa concessão superior da misericórdia divina. Enquanto transcorre em clima de júbilos infantis sem mais graves compromissos, predominam os encantamentos, que logo passam, à medida que se desenham os exercícios de autoaprimoramento, de autoiluminação mediante o serviço do bem, o sacrifício das paixões, a renúncia às ilusões, o testemunho depurador pelo sofrimento. Anestesiado pelos vapores do organismo, o Espírito transita sem responsabilidade, comprometendo-se e despertando para os necessários resgates, até adquirir a consciência de si mesmo, definindo-se, então, pela marcha ascensional sem estágios nos patamares de sombra e dor. O tropismo divino atrai-o e fascina-o, poderoso e absorvente, fazendo-o superar os atavismos ancestrais e romper as vigorosas redes retentivas da retaguarda. (Tormentos da Obsessão, cap. 22 – Lições de sabedoria.) 

218. Importância do auxílio ao próximo – O processo de libertação é, às vezes, penoso, feito com suor e lágrimas, oferecendo, logo depois, o prêmio da harmonia, da superação dos instintos e dos tormentos. Empenhar-se com acendrado interesse por consegui-lo deve ser a meta de todos nós, que ainda nos encontramos vinculados aos vícios milenares, prejudiciais e asselvajados. Ali, Miranda tivera oportunidade de conhecer abnegados servidores anônimos que se encarregavam de tarefas humildes umas, aparentemente insignificantes outras, nas quais investiam todo o amor e alegria, procurando ser úteis, intensificando propósitos de sublimação e aguardando confiantes o futuro. Espíritos que, na Terra, haviam envergado a túnica do destaque social, mantido nas mãos a adaga do poder, transitado entre honrarias e louvores, agora se encontravam mergulhados na simplicidade por onde recomeçavam o desenvolvimento ético-moral para a construção superior de si mesmos. Por outro lado, ele encontrara testemunhos de renúncia incomparáveis, em que almas nobres aguardavam a recuperação dos seus afetos para somente depois ascenderem a planos mais elevados e desfrutarem de bem-estar. O serviço de auxílio ao próximo sofredor em nome do amor, exigindo-lhes sacrifícios contínuos, possuía-lhes significado essencial em detrimento das próprias alegrias que adiavam, a fim de que os seus júbilos não se assentassem no esquecimento das lágrimas que os aguardavam para enxugá-las. (Tormentos da Obsessão, cap. 22 – Lições de sabedoria.) 

219. Visita aos enfermos e amigos – Um mês se havia passado desde que Manoel P. de Miranda chegara ao Hospital e fora ali carinhosamente recebido. Com esse saldo credor na economia dos sentimentos, ele dirigiu-se ao gabinete do dr. Inácio Ferreira, a fim de informá-lo de que, no dia imediato, retornaria à comunidade onde residia, ali prosseguindo no desempenho das atividades que lhe diziam respeito. O médico recebeu-o com efusão de júbilos, informando que Eurípedes Barsanulfo, recordando-se de que o prazo referente ao seu estágio terminava, convidava-o para reunir-se, junto de outros amigos, em sua residência, a fim de participarem de um encontro informal de despedida, o que ocorreria às vinte horas daquele mesmo dia. Comovido com o convite, Miranda buscou o amigo Alberto, a fim de visitarem, juntos, os enfermos e os novos amigos com os quais travaram contato naquele período, deixando-lhes exteriorizados seus sentimentos de gratidão e votos de breve recuperação das dores pungitivas que a alguns excruciavam, pórtico, porém, das inefáveis alegrias que os esperavam. Eles foram, então, ao encontro de Almério, que se apresentava com excelente disposição psíquica e continuava no atendimento aos visitantes do pavilhão. Miranda agradeceu-lhe a gentileza com que o houvera recebido no primeiro dia, confiando-lhe a sua história rica de lições e, com isso, ajudando-o a resguardar-se das próprias mazelas. Logo mais, restabeleceram o contato com dr. Leôncio, que se conscientizava, a cada novo dia, com mais amplo tirocínio dos deveres para com a vida e para com si mesmo, ao invés da intolerância e do radicalismo que invariavelmente ocultam os conflitos graves, que logo se exteriorizam assim que surja a oportunidade. (Tormentos da Obsessão, cap. 22 – Lições de sabedoria.) (Continua no próximo número.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita