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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 476 - 31 de Julho de 2016

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 

 

Males da irritação, da cólera

“A cólera prejudica o repouso da vida e a saúde do corpo; ofusca o entendimento e cega a razão.” - Diderot - 1713/1784.


Filha
do orgulho, a cólera induz-nos ao crime, ao desrespeito ao próximo e a nós mesmos e gera enfermidades físicas e espirituais.

Encolerizar-se por bagatelas revela má educação. Afastamos, com ela, quem está próximo a nós e que nos auxiliaria na dificuldade que a motivou, mas que se mantém a distância, temendo reações intempestivas. Emitimos e atraímos más vibrações, além de companhias espirituais que nos agravam os males. Com ela, geramos antipatias aonde vamos.

Somos, por acaso, melhores que os demais, e donos da verdade?

“A cortesia é o primeiro passo da caridade.

A gentileza é o princípio do amor. (...)

As melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores se fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros.” 1

Uns alegam: é o meu temperamento!

Ao discordar, afirmamos que a causa, em essência, está em nossa falta de educação! Cabe-nos educar-nos.

“O orgulho vos leva a julgar-vos mais do que sois; (...) a vos considerardes (...) tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. (...)

Se pensasse que a cólera nada resolve, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. (...) torna infelizes todos que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os seres a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar por toda a sua vida!

(...) a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal.” 2

Aos animais, a vacina antirrábica; para nós, a vacina chama-se educação.

Um dos primeiros passos para dominá-la é aprender a amar o próximo, pois a irritação indica que nosso coração ainda não aprendeu a arte de amar ao semelhante, seja ele quem for.

Na Bíblia, são fartas as lições quanto à cólera, à ira eis que o problema é antigo! – mas em parte alguma há exaltação maior da virtude que as elimina, quanto na passagem em que Jesus assim se exprime:

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra” - Jesus – Mt, 5:5.

Nem tão bela e resumida receita de paz, quanto nesta outra:

“(...) não se ponha o sol sobre a vossa ira,...” - Paulo: Efésios 4-26.

A cólera é bomba mental que faz vítimas em várias direções. E a maior delas é sempre quem a expressa, por pequenas ou grandes razões. O preço desse mau hábito é o remorso, a doença, o arrependimento e, até, a morte física.

Eliminá-la requer observar a própria conduta, analisar reações impulsivas, e identificar-lhes as causas – quaisquer sejam elas. E mudar o modo de proceder, eliminando esse hábito inconveniente, perverso, a que damos pouca ou nenhuma importância. Nesse aprendizado, corrigir o automatismo de nossas reações. E que o façamos com sinceridade, sem justificativas inúteis.

“Contrariar-se alguém a propósito de bagatelas e a todos os instantes do dia será baratear os dons da vida, desperdiçando-os, de modo inconsequente, sem o mínimo proveito para si mesmo ou para os outros.” 3

Eis sínteses muito divulgadas e que modificam a conduta de muita gente, quando observadas:

Não grite. Converse.

Não critique. Auxilie.

Não acuse. Ampare.

Não se irrite. Sorria”. 4

Irritar-se é, além de perda de tempo, desperdício de energias: não resolve problemas. Agrava-os. O correto é direcionar esforços à solução deles, com adoção de soluções práticas.

O pneu furou? Troquemos o pneu, sem irritação inútil. Pneus furam mesmo. O gás se acaba. Troque-o. É da vida.

Alguém nos agrediu? Aviemos a receita de Jesus: ofereçamos a outra face. Silêncio à injúria; ou resposta educada, às vezes até se desculpando por erro não praticado. Não importa. O que vale é preservar a própria Paz, evitando agravar o desequilíbrio alheio. O outro compreenderá um dia e se emenda.

Para Espíritos eternos, é sempre oportuno o aprendizado.

O poeta Raimundo Correia, no soneto intitulado “Mal Secreto”, expressa verdade incontestável:

Se a cólera que espuma (...) no rosto se estampasse (...) quanta gente, talvez, que inveja agora nos causa, então piedade nos causasse!

Nosso estado de humor afeta-nos a saúde e a de quem nos cerca. O que é melhor: compartilhar nossa alegria de viver ou suportar-nos o mau humor?

Com irritação, vertemos bílis em excesso no estômago, dificultando a digestão e envenenando todo o organismo. Com o hábito da cólera, inútil ingerir medicamentos. Há que lhes eliminar as causas.

Grande progresso faríamos nesta encarnação se, triunfando de nós mesmos, vencêssemos a ira, a cólera, por ninharias ou mesmo por grandes razões.

Indispensável crescer e superar-se.

 

Referências:

1)           XAVIER, Francisco C. Escrínio de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 2. ed. Matão: Casa Ed. O Clarim, 1982. p. 62.

2)           KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. 1. impr. –. 82 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. cap. 9. it. 9.

3)           XAVIER, Francisco C. Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito André Luiz.  6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. p. 138.

4)           XAVIER, Francisco C. Respostas da Vida. 9 ed. São Paulo: IDEAL, 1980. Cap. 27: Pacificar.



 


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