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Estudo das Obras de Allan Kardec  Inglês  Espanhol

Ano 10 - N° 475 - 24 de Julho de 2016

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

Obras Póstumas

Allan Kardec 

(Parte 21)
 

Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro Obras Póstumas, publicado depois da desencarnação de Allan Kardec, mas composto com textos de sua autoria. O presente estudo baseia-se na tradução feita pelo Dr. Guillon Ribeiro, publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões para debate 

137. Que significa a palavra aristocracia?

138. Qual foi a primeira de todas as aristocracias?

139. Por que a autoridade dos patriarcas não persistiu ao longo dos tempos?

140. Como surgiram as aristocracias em que a força do dinheiro e depois a da inteligência foram o fator predominante?

141. A aristocracia da inteligência será a última? É ela a mais alta expressão da Humanidade civilizada?

Respostas às questões propostas

137. Que significa a palavra aristocracia?

Aristocracia vem do grego aristos, o melhor, e kratus, poder. A aristocracia, em sua acepção literária, significa, pois: Poder dos melhores. Obviamente, o sentido primitivo da palavra foi, por vezes, singularmente desviado; mas o Espiritismo, por sua influência, pode fazer com que ela retome seu significado original. Para isso é preciso tomemos as coisas desde o ponto de partida e sigamo-las através das idades, para delas deduzir o que pode ocorrer mais tarde. (Obras Póstumas – As aristocracias.) 

138. Qual foi a primeira de todas as aristocracias? 

Em nenhum tempo e em nenhum povo, os homens em sociedade puderam abster-se de chefes; estes são encontrados entre os povos mais selvagens. Isso se prende a que, em razão da diversidade das aptidões e dos caracteres inerentes à espécie humana, há por toda a parte homens incapazes que é preciso dirigir, fracos que é necessário proteger, paixões que é preciso comprimir; daí a necessidade de uma autoridade. Nas sociedades primitivas, essa autoridade foi deferida aos chefes de família, aos anciãos, aos velhos, em uma palavra, aos patriarcas. Essa foi a primeira de todas as aristocracias. (Obras Póstumas – As aristocracias.) 

139. Por que a autoridade dos patriarcas não persistiu ao longo dos tempos? 

O motivo foi que, tornando-se as sociedades mais numerosas, as querelas entre os diferentes povos ocasionaram os combates; foi preciso, então, para dirigi-las, não de velhos, mas de homens fortes, vigorosos e inteligentes; daí os chefes militares. Vitoriosos esses chefes, foi-lhes conferida a autoridade, contando encontrar, em sua bravura, uma garantia contra os ataques dos inimigos; e muitos, abusando de sua posição, dela se apoderaram eles mesmos. Depois, os vencedores se impuseram aos vencidos, ou os reduziram à servidão, advindo daí a autoridade da força bruta, que foi a segunda aristocracia.

Na sequência dos fatos, os fortes, com seus bens, transmitiram, muito naturalmente, sua autoridade aos filhos, e os fracos sob compressão, não ousando nada dizer, se habituaram, pouco a pouco, a considerar estes como os herdeiros dos direitos conquistados por seus pais e, por conseguinte, como seus superiores. Adveio disso a divisão da sociedade em duas classes: os superiores e os inferiores, aqueles que mandam e aqueles que obedecem, surgindo daí, por consequência, a aristocracia de nascimento, que se tornou tão poderosa e tão preponderante quanto a da força. Tendo o poder nas mãos, os que o detinham se outorgavam vários privilégios; para lhes dar o prestígio da legalidade, fizeram-se leis, mas isso nem sempre era suficiente. Veio-lhes, então, a ideia de conferir-lhes o prestígio do direito divino, para torná-los respeitáveis e invioláveis. E para assegurar o respeito da parte da classe submissa, que se tornava mais numerosa e mais difícil de contentar, mesmo pela força, não havia senão um meio: impedi-la de ver claro, quer dizer, mantê-la na ignorância. (Obras Póstumas – As aristocracias.) 

140. Como surgiram as aristocracias em que a força do dinheiro e depois a da inteligência foram o fator predominante? 

Com o tempo a classe submissa pôde ver claro e percebeu a pouca consistência do prestígio que se lhe opunha; sentindo-se forte pelo número, aboliu os privilégios e proclamou a igualdade diante da lei. Esse princípio marcou, em certos povos, o fim do reino da aristocracia de nascimento, que não era mais do que nominal e honorífica, uma vez que ela não conferia mais direitos legais. Levantou-se, então, um novo poder, o do dinheiro, porque com dinheiro se dispõe de homens e de coisas. O que não se concedia mais ao título, agora se concedia à fortuna, e esta teve privilégios iguais.

Percebeu-se, então, que para se fazer fortuna era preciso certa dose de inteligência, e o dinheiro perdeu, pouco a pouco, seu prestígio moral, advindo daí uma outra aristocracia: a da inteligência, diante da qual todos podiam se inclinar sem se aviltar, porque ela pertencia tanto ao pobre quanto ao rico. (Obras Póstumas – As aristocracias.) 

141. A aristocracia da inteligência será a última? É ela a mais alta expressão da Humanidade civilizada?  

Não, porque a inteligência nem sempre é garantia de moralidade, e o homem mais inteligente pode fazer um emprego muito mau de suas faculdades. Por outro lado, a moralidade – sozinha – pode ser incapaz. É, pois, necessária a união dessas duas faculdades, inteligência e moralidade, para criar uma preponderância legítima, à qual a massa se submeterá cegamente, porque ela lhe inspirará toda a confiança por suas luzes e por sua justiça.

Essa, sim, será a última aristocracia, a que constituirá a consequência, ou antes, o sinal do advento do reino do bem sobre a Terra. Ela chegará naturalmente pela força das coisas; quando os homens dessa categoria forem bastante numerosos, para formarem uma maioria imponente, será a eles que a massa confiará os seus interesses.

Como vemos, todas as aristocracias tiveram sua razão de ser, pois nasceram do estado da Humanidade, embora nenhuma delas tivesse por base o princípio moral. Só esse princípio pode, contudo, constituir uma supremacia durável, porque animada dos sentimentos de justiça e de caridade, à qual chamaremos: aristocracia intelecto-moral.

Um tal estado de coisas será possível com o egoísmo, o orgulho, a cupidez que reinam soberanos sobre a Terra?

“Sim”, responde Kardec, com firmeza. Não somente é possível, mas efetivamente se concretizará, porquanto é inevitável.

Hoje a inteligência domina; é soberana, ninguém pode contestá-lo; e isso é tão verdadeiro que vemos homens do povo chegar aos primeiros cargos. Essa aristocracia não é mais justa, mais lógica, mais racional do que a da força bruta, a do nascimento ou a do dinheiro? Por que, pois, seria impossível juntar-lhe a moralidade? Evidentemente, para isso, é preciso que a moralidade domine numericamente e há muito a fazer. Mas, ainda uma vez, haveria tola presunção em dizer que a Humanidade chegou ao seu apogeu, quando é vista a marchar, sem cessar, no caminho do progresso.

Os bons não são inteiramente tão raros neste globo quanto se crê; os maus são numerosos, isto infelizmente é verdade; mas o que os faz parecer mais numerosos é que são mais audazes e sentem que essa audácia lhes é necessária para triunfarem. Os bons, ao contrário, não exibem as suas qualidades; não se colocam em evidência; eis por que parecem tão pouco numerosos. (Obras Póstumas – As aristocracias.) 

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita