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Estudo das Obras de Allan Kardec  Inglês  Espanhol

Ano 10 - N° 474 - 17 de Julho de 2016

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

Obras Póstumas

Allan Kardec 

(Parte 20)
 

Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro Obras Póstumas, publicado depois da desencarnação de Allan Kardec, mas composto com textos de sua autoria. O presente estudo baseia-se na tradução feita pelo Dr. Guillon Ribeiro, publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões para debate 

132. Que importância tem o lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade

133. Como podemos definir a fraternidade e qual seu peso no lema citado? 

134. Por que se diz que a liberdade é filha da fraternidade e da igualdade? 

135. A igualdade necessita também da fraternidade para que o edifício social tenha estabilidade?  

136. A destruição do egoísmo e do orgulho é um objetivo possível?  

Respostas às questões propostas 

132. Que importância tem o lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade? 

Esse lema tem enorme importância, visto que estas três palavras constituem, por si sós, o programa de toda uma ordem social que realizaria o progresso mais absoluto da Humanidade se os princípios que representam pudessem receber integral aplicação. (Obras Póstumas – Liberdade, Igualdade, Fraternidade.) 

133. Como podemos definir a fraternidade e qual seu peso no lema citado? 

A fraternidade, na rigorosa acepção da palavra, resume todos os deveres dos homens relativamente uns aos outros. Significa devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência; é a caridade evangélica por excelência e a aplicação da máxima: "Agir para com os outros como gostaríamos que os outros agissem conosco". Sua contrapartida é o egoísmo. A fraternidade diz: "Cada um por todos e todos por um". O egoísmo diz: "Cada um por si".

Sendo elas a negação uma da outra, é tão improvável a um egoísta agir fraternalmente para com seus semelhantes, quanto o é para um avarento ser generoso, a um homem pequeno alcançar a altura de um homem grande. Ora, sendo o egoísmo a praga dominante da sociedade, enquanto ele reinar dominador o reino da verdadeira fraternidade será impossível; cada um quererá a fraternidade em seu proveito, mas não a quererá para fazê-la em proveito dos outros, ou, se isso faz, será depois de estar seguro de que não perderá nada.

Considerada, pois, do ponto de vista de sua importância para a realização da felicidade social, a fraternidade está na primeira linha: é ela a base, e sem ela não poderia existir a igualdade nem a liberdade sérias. A igualdade, por sua vez, decorre da fraternidade, e a liberdade é consequência das outras duas. (Obras Póstumas – Liberdade, Igualdade, Fraternidade.) 

134. Por que se diz que a liberdade é filha da fraternidade e da igualdade? 

Trata-se da liberdade legal, não da liberdade natural, que é, por direito, imprescritível para toda criatura humana, desde o selvagem ao homem civilizado. Vivendo os homens fraternalmente, como irmãos, com os direitos iguais, animados de um sentimento de benevolência recíproco, praticarão entre si a justiça, não procurarão nunca se fazer o mal, e não terão, consequentemente, nada a temer uns dos outros. A liberdade não apresentará nenhum perigo, porque ninguém pensará em dela abusar em prejuízo de seus semelhantes.

A liberdade supõe confiança mútua; ora, não pode haver confiança entre pessoas movidas pelo sentimento exclusivo da personalidade e que sempre estão em guarda uns contra os outros.

É diferente, no entanto, a situação quando a fraternidade é o sentimento predominante.

Esses três princípios são, pois, solidários uns com os outros e se servem mutuamente de apoio; sem sua reunião, o edifício social não poderia estar completo. A fraternidade praticada em sua pureza não poderia estar só, porque sem igualdade e sem liberdade não haverá fraternidade verdadeira.

A liberdade sem a fraternidade dá, por sua vez, oportunidade de ação a todas as más paixões, que não têm mais freio. Sob a égide da fraternidade, o homem não faz nenhum mau uso de sua liberdade: é a ordem. Sem a fraternidade, ele a usa para dar curso a todas as suas torpezas: é a anarquia, a licenciosidade. (Obras Póstumas – Liberdade, Igualdade, Fraternidade.) 

135. A igualdade necessita também da fraternidade para que o edifício social tenha estabilidade?  

Sim. O motivo é que a igualdade quer também liberdade, e, sob pretexto de igualdade, o pequeno abate o grande, para se substituir a ele, tornando-se tirano a seu turno, o que não é senão um deslocamento do despotismo. Um equilíbrio artificial se estabelece; há, sem dúvida, melhoria, mas sente-se que as bases sociais não estão sólidas; o solo treme a cada instante sob os passos, porque não é, ainda, o reino da liberdade e da igualdade sob a égide da fraternidade, visto que o orgulho e o egoísmo estão ali, levando ao fracasso os esforços dos homens de bem.

Todos os que sonhamos com essa idade de ouro para a Humanidade, trabalhemos, antes de tudo, na base do edifício, antes de querer coroar-lhe a cumeeira. Procuremos dar-lhe por base a fraternidade em sua mais pura acepção; mas, para isso, não basta apenas decretá-la e inscrevê-la em uma bandeira; é preciso que ela esteja no coração e não se muda o coração dos homens com decretos. Do mesmo modo que para fazer um campo frutificar é preciso arrancar-lhe as pedras e os espinheiros, trabalhemos sem descanso para extirpar o vírus do orgulho e do egoísmo, porque aí se encontra a fonte de todo o mal, o obstáculo real ao reino do bem.

Destruamos nas leis, nas instituições, nas religiões, na educação, até os últimos vestígios, os tempos de barbárie e de privilégios e todas as causas que mantêm e desenvolvem esses eternos obstáculos ao verdadeiro progresso; só então os homens compreenderão os deveres e os benefícios da fraternidade e se estabelecerão por si mesmos, sem abalos e sem perigo, os princípios complementares da igualdade e da liberdade. (Obras Póstumas – Liberdade, Igualdade, Fraternidade.) 

136. A destruição do egoísmo e do orgulho é um objetivo possível?  

Kardec diz com convicção, alta e ousadamente: Sim; de outro modo seria preciso colocar uma suspensão no progresso da Humanidade. O homem cresce em inteligência, é um fato incontestável; chegou ao ponto culminante que não poderia ultrapassar? Quem ousaria sustentar essa tese absurda? Progride ele em moralidade? Para responder a esta pergunta, basta comparar as épocas de um mesmo país. Por que, pois, teria alcançado o limite do progresso moral antes de atingir o limite do progresso intelectual? Sua aspiração para uma ordem de coisas melhor é um indício da possibilidade de a isso chegar. Cabe aos homens progressistas ativar o movimento pelo estudo e pela prática dos meios mais eficazes. (Obras Póstumas – Liberdade, Igualdade, Fraternidade.) 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita