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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 472 - 3 de Julho de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 38)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Quais as causas reais dos distúrbios mentais?

Na raiz de todo processo de desequilíbrio mental e emocional, as causas dos distúrbios são os valores morais negativos do enfermo em processo de reeducação, como decorrência das ações pretéritas ou atuais por ele praticadas. Não existindo efeito sem causa, é compreensível que toda ocorrência infeliz de hoje resulte de atividade agressiva e destrutiva cometida anteriormente. (Tormentos da Obsessão, cap. 19 – Distúrbio depressivo.)

B. É verdade que, na cura da depressão, o trabalho desempenha um papel terapêutico fundamental?

Sim. De acordo com a experiência do dr. Orlando Messier, ao lado de todos os tratamentos especializados para a cura da depressão, assim como de outros distúrbios de comportamento, o trabalho desempenha um papel terapêutico fundamental. E o mesmo se dá com a psicodança. Enquanto a mente do enfermo se encontrar direcionada para um objetivo saudável, desvinculando-se da ideia depressiva, irá regularizando a distonia e provocando uma positiva reação cerebral, em face da imposição do pensamento bem direcionado, que agirá nos neurônios, favorecendo-lhes as sinapses em ritmo equilibrado.  (Tormentos da Obsessão, cap. 20 – Terapias enriquecedoras.)

C. No tratamento da obsessão, o trabalho exerce igualmente um papel terapêutico importante?

Sim. O trabalho é um dos mais eficazes mecanismos de promoção do indivíduo. E ajuda, nos processos obsessivos, o obsidiado a sair da inércia, da autocompaixão, da frustração existencial ou da revolta nele instalada pela ação corrosiva da obsessão. Quando a mente se desvincula de atividades enriquecedoras, o drama da obsessão se torna mais grave, porque a insistente ideia transmitida torna-se acolhida pelo enfermo, que passa ao diálogo desestruturador do comportamento. O trabalho produz efeito contrário e, por isso, tem no processo desobsessivo um papel terapêutico que não devemos desprezar. (Tormentos da Obsessão, cap. 20 – Terapias enriquecedoras.)

Texto para leitura 

196. Causas reais dos distúrbios mentais – Dando prosseguimento à exposição, o conferencista lembrou que nunca será demasiado repetir que na raiz de todo processo de desequilíbrio mental e emocional, nas psicopatologias variadas, as causas dos distúrbios são os valores morais negativos do enfermo em processo de reeducação, como decorrência das ações pretéritas ou atuais praticadas. Não existindo efeito sem causa, é compreensível que toda ocorrência infeliz de hoje resulte de atividade agressiva e destrutiva anterior. E acrescentou: “Não poucas vezes, também se pode identificar na gênese da depressão o fator responsável pelo funcionamento sexual deficiente, receoso, frustrante, que induz o paciente ao desinteresse pela vida, à fuga da realidade... Desse modo, a depressão, mesmo quando decorra de uma psicogênese bem delineada, seja pela hereditariedade ou pelos fatores psicossociais e outros, sua causa profunda se encontra sempre no Espírito endividado que renasce para liberar-se da injunção penosa a que se entregou. Assim sendo, aproxima-se o dia, no qual, a ciência acadêmica se dará conta da realidade do ser que transcende a matéria, e cujas experiências multifárias através dos renascimentos corporais responde pelo binômio saúde-doença”. “Como ninguém pode deter o progresso, que se multiplica por si mesmo, o amanhã constitui a esperança dos que tombaram nos processos perturbadores e degenerativos, quando encontrarão a indispensável contribuição dos cientistas e religiosos que, de mãos dadas, estarão trabalhando em favor da sua recuperação mental e orgânica.” (Tormentos da Obsessão, cap. 19 – Distúrbio depressivo.) 

197. Jesus, o psicoterapeuta excepcional – O conferencista fez, propositadamente, nova pausa, que a todos comoveu pelo que disse de imediato: “Não há como negar-se: Jesus-Cristo é o psicoterapeuta excepcional da Humanidade, o único que pôde penetrar psiquicamente no âmago do ser, auxiliando-o na reestruturação da personalidade, da individualidade, facultando-lhe uma perfeita identificação entre o ego e o self, harmonizando-o para que não mais incida em compromissos degenerativos. Por isso mesmo, todos aqueles que lhe buscaram o conforto moral, a assistência para a saúde combalida ou comprometida, física ou mental, defrontaram a realidade da vida, alterando a forma existencial do comportamento que lhes seria de inapreciado valor nas futuras experiências carnais. A Ele, o afável Médico das almas e dos corpos, a nossa sincera gratidão e o nosso apelo para que nos inspire na equação dos dramas que afligem a humanidade, tornando a Terra um lar melhor para se crescer moral e espiritualmente, onde os sofrimentos decorrentes das enfermidades de vária gênese cedam lugar ao equilíbrio e à produção da vera fraternidade assim como da saúde integral”. A conferência chegara ao fim e todos apresentavam o semblante irradiante de júbilo. O lúcido orador mantinha-se sereno e suavemente iluminado, banhado por peregrina claridade que jorrava dos Altos Cimos... Eurípedes levantou-se, abraçou-o, conduziu-o à mesa diretora da solenidade e, visivelmente feliz, proferiu inesquecível oração gratulatória, dando como encerrados os trabalhos. Os mais interessados acercaram-se do palco, a fim de conhecer mais de perto o convidado e com ele dialogar brevemente. (Tormentos da Obsessão, cap. 19 – Distúrbio depressivo.) 

198. Dr. Orlando Messier – No dia seguinte, Alberto apresentou Manoel P. de Miranda ao dr. Orlando Messier, que fora, no país onde vivera a sua mais recente experiência carnal, devotado psiquiatra que se dedicara ao estudo da psicologia com alma. Ele não conhecera o Espiritismo; contudo, mediante cuidadosas investigações com os seus pacientes, ao lado da análise demorada das obras dos drs. Roberto Assagioli e Viktor Frankl, conseguira detectar a sobrevivência do Espírito à disjunção molecular da matéria e entender a interferência que os desencarnados exercem na conduta dos viandantes terrestres. Tivera também oportunidade de atender diversos pacientes portadores de obsessões, em cujas oportunidades se manifestaram os seus algozes, bem como examinou a contribuição do psiquiatra Karl Wikland, através das narrações das suas experiências de consultório, exaradas no livro Trinta anos entre os mortos, que o auxiliaram a aceitar a realidade da vida além do corpo, facultando-lhe desenvolver psicoterapias valiosas no atendimento àqueles enfermos mentais que o buscaram. Desencarnado, foi convidado a especializar-se no Sanatório Esperança, onde se encontrava em atividade socorrista fazia mais de dez anos. Ele também estivera na conferência da noite anterior e encontrava-se vivamente fascinado com a exposição do visitante ilustre. Para ele não houve propriamente novidades quanto às origens dos distúrbios psicológicos e das alienações mentais, bem como no tocante às terapias que eram aplicadas largamente naquele Sanatório. Todavia, as referências procedentes de mais doutos conhecedores da psique humana, perfeitamente concordes com as suas conclusões, constituíam-lhe motivo de compreensível gáudio. Foi, portanto, num clima de muita cordialidade que decorreu o encontro, que propiciou a Miranda mais amplas possibilidades de aprendizagem. (Tormentos da Obsessão, cap. 20 – Terapias enriquecedoras.) 

199. O papel terapêutico do trabalho – Dando início à conversação, dr. Orlando Messier declarou: “Convenço-me, cada vez mais, que ao lado de todos os tratamentos especializados para a cura da depressão, assim como de outros distúrbios de comportamento, o trabalho desempenha um papel terapêutico fundamental. O mesmo acreditamos, no que diz respeito à psicodança. Enquanto a mente do enfermo se encontrar direcionada para um objetivo saudável, desvinculando-se da ideia depressiva, irá regularizando a distonia e provocando uma positiva reação cerebral, face à imposição do pensamento bem direcionado, que agirá nos neurônios, favorecendo-lhes as sinapses em ritmo equilibrado. O trabalho é recurso muito valioso para fazer o tempo passar, informa a tradição terrestre, mas, sobretudo, para que passe de maneira saudável e dignificadora, acentuamos nós. Felizmente, a praxiterapia vem sendo utilizada com propriedade, colhendo resultados positivos. Quando o indivíduo se envolve com qualquer tipo de trabalho ou responsabilidade edificante, concentra-se na sua execução e mantém-se atento aos objetivos delineados. Naturalmente estimulados pela ação mental saudável os neurônios produzem enzimas carregadas de energia que, à semelhança de fótons especializados, produzem harmonia vibratória nos neurotransmissores, proporcionando reequilíbrio. O mesmo milagre produz a oração. Como, porém, raros desses pacientes podem demorar-se concentrados na prece, na meditação ou nas leituras elevadas, porque entram em divagação pessimista, o trabalho e a dança, em razão do esforço físico para desempenhá-los, produz resposta mais direta e imediata”. (Tormentos da Obsessão, cap. 20 – Terapias enriquecedoras.) 

200. Efeitos da laborterapia – Na sequência, dr. Messier esclareceu: “Sempre quando atendia um cliente portador de distúrbio depressivo, após as recomendações terapêuticas acadêmicas, propunha-lhe qualquer tipo de laborterapia, a começar por quase insignificantes esforços no próprio lar, no jardim, na reparação de objetos ou móveis quebrados até os serviços de beneficência em favor da comunidade. Os resultados, apesar das permanentes negativas do mesmo em executá-los, explicando que lhe era quase impossível atender-me, redundavam sempre positivos. Renascia-lhe o interesse pela vida, o desejo de prosseguir, a diminuição da ansiedade, a autoconfiança, claro que lentamente. O importante era demonstrar-lhe as imensas possibilidades que lhe estavam à disposição e que, por momentos se encontravam adormecidas, aguardando somente o despertar da vontade e do esforço. Como passo seguinte procurava identificar-lhe a confissão religiosa, a fim de estimulá-lo à crença em Deus, eliminando as propostas fanatizantes das diversas religiões, ensinando que o apoio divino nunca falta, e quando a criatura se entrega ao Criador, Ele corresponde-lhe com segurança e amor. Esse meu comportamento causava estranheza em muitas famílias, nas quais se encontravam os problemas depressivos, bem como entre os colegas, quase sempre aferrados a terrível convicção materialista. No entanto, a observância de tal procedimento terapêutico conferia-me estatística valiosa, quantitativa e qualitativamente, confirmando-me a sua excelência nos resultados favoráveis à recuperação da saúde”. (Tormentos da Obsessão, cap. 20 – Terapias enriquecedoras.) 

201. Por que, na desobsessão, o trabalho faz bem – Dito isso, olhando-o com interesse, o médico perguntou a Miranda se em suas experiências com obsidiados na Terra alguma vez sugeriu o trabalho como terapia libertadora. Miranda respondeu-lhe: “Somos também de parecer que o trabalho é, realmente, um dos mais eficazes mecanismos de promoção do indivíduo. Jesus teve ocasião de acentuar, conforme anotado pelo evangelista João, no capítulo 5, versículo 17: — Meu Pai trabalha até agora e eu também trabalho, demonstrando a alta significação desse procedimento. Não poucas vezes, estimulando os obsessos ao trabalho, eles reagiam justificando-se incapacidade de realizar alguma coisa de útil, ao que lhes objetava, informando que sempre se pode fazer algo, mínimo que seja, quando se tem interesse. E insistindo, conseguia auxiliá-los a sair da inércia, da autocompaixão, da frustração existencial ou da revolta neles instalada pela ação corrosiva da obsessão... Quando a mente se desvincula de atividades enriquecedoras, o drama da obsessão se torna mais grave, porque a insistente ideia transmitida torna-se acolhida pelo enfermo, que passa ao diálogo desestruturador do comportamento. Quanto mais recua para o interior, vivenciando a conversação infeliz, mais poderosa se torna a indução do agente perseguidor”. (Tormentos da Obsessão, cap. 20 – Terapias enriquecedoras.) (Continua no próximo número.)




 


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