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Internacional
Ano 10 - N° 469 - 12 de Junho de 2016
JÚLIO ZACARCHENCO
juliokachenco@gmail.com
Sumaré, SP (Brasil)
 


Divaldo Franco: “A busca da felicidade e da plenitude é inerente ao ser humano”

O conhecido médium e orador reuniu em Londres um público expressivo em sua conferência sobre mediunidade e obsessão

Divaldo Franco esteve na noite de domingo, 8 de maio, na cidade de Londres, capital da Inglaterra, onde proferiu uma conferência sobre o tema “Mediunidade, Obsessão Espiritual e a Moderna Psiquiatria”. Anne Sinclair foi sua intérprete (foto).

O evento, organizado pela BUSS - British Union of Spiritist Societies, ocorreu no Perrin Theatre e rece-

beu um público de 480 pessoas.  
   

A abordagem do tema iniciou-se com uma profunda análise da criatura humana. A problemática do indivíduo seria ele próprio, isto é, os seus conflitos e a sua ignorância a respeito da verdade. Cada qual seria hoje a somatória de todas as experiências vividas nesta e em todas as reencarnações anteriores. E cada coisa teria o valor exato que nós lhe atribuíssemos. Dentro desses conceitos filosóficos estaria implícita a questão da felicidade.

Divaldo discorreu sobre o desenvolvimento antropossociopsicológico do ser, conforme a doutrina de John B. Watson, psicólogo americano, que afirmou que as primeiras 

Divaldo com Elsa Rossi

emoções que surgiram nos indivíduos foramo medo, a ira e, por último, o amor. Sendo o amor relativamente recente em nossas experiências humanas, seria natural concluir que ainda estejamos iniciando o aprendizado e a educação dessa emoção.

Dando sequência à análise, falou sobre a classificação dos indivíduos em dois biótipos distintos, criada por Pedro D. Ouspensky: os seres fisiológicos, aqueles que vivem em função da satisfação dos instintos básicos (comer, dormir, fazer sexo); e os seres psicológicos, que, além de exercerem as referidas funções instintivas básicas, também possuem aspirações ético-morais.

Conforme esclarecido, a busca da felicidade e da plenitude é inerente ao ser humano. E, para o melhor entendimento dos mecanismos de conquista daqueles estados, a Filosofia sempre procurou responder às seguintes indagações: quem sou? de onde venho? para onde vou? por que sofro? 

Necessidade da viagem interior – O autoconhecimento seria, portanto, indispensável para se alcançar tal desiderato. Não por outra razão, Sócrates e Platão teriam ensinado sobre a necessidade da viagem interior. Confirmando essa proposta, Jesus falaria sobre o “reino dos céus” dentro do ser humano. E, mais tarde, no século XIX, o Espiritismo recorreria ao “conhece-te a ti mesmo”, do pensamento socrático, para orientar sobre o meio eficaz mais prático para se progredir nesta vida e não se deixar ser arrastado pelas más tendências morais.

Divaldo asseverou que, muito embora os indivíduos estejam cientes dessa urgente necessidade do trabalho autoiluminativo, a maioria opta pelo mero atendimento dos instintos básicos, na busca do prazer imediato. As consequências inevitáveis do comportamento dessa natureza seriam a frustração, o vazio existencial e, consequentemente, o sofrimento.

Demonstrando a grandiosidade da misericórdia divina e do amor de Deus por toda a Humanidade, foi lembrado que, conforme consta de O Evangelho segundo o Espiritismo, o sacrifício mais agradável a Deus não diz respeito ao sofrimento, mas sim ao amor. Seria o sacrifício do orgulho, da mágoa, do ódio, para que o amor seja experienciado em suas manifestações diversas: humildade, perdão, ternura etc.

O ser humano estaria, então, fadado à perfeição e traria em si o roteiro seguro para a jornada iluminativa: as leis divinas escritas na própria consciência. Qualquer desrespeito a essas normas internas de equilíbrio gerariam a desarmonia íntima, ensejando, com isso, a instalação e desenvolvimento de transtornos de natureza psicológica e/ou psiquiátrica.

O pensamento do poeta inglês Thomas Hardy, a afirmar que a criatura humana perdera o endereço de Deus, foi desenvolvido na conclusão pelo orador: o ser humano perdeu o endereço de si mesmo e, por isso, não realiza o processo de identificação com a lei interna e de sua observância. Os comportamentos exibicionista, individualista, consumista, sexólatra seriam a prova disso e gerariam o vazio existencial. Do vazio existencial surgiria a depressão e desta, o transtorno esquizofrênico. 

A esquizofrenia já foi considerada incurável – Segundo Divaldo, a esquizofrenia, que recebera antes os nomes de desagregação da personalidade e demência precoce, teria certos sintomas característicos, como a alteração do pensamento, da percepção sensorial, do comportamento e do afeto. Por muito tempo, ela foi considerada uma punição de Deus ou uma manifestação demoníaca.

Em seguida, descreveu o trabalho do médico francês Dr. Philippe Pinel, considerado por muitos o Pai da Psiquiatria, que libertou os seus pacientes esquizofrênicos do terrível pavilhão Bicêtre, do Hospital da Salpêtrière, para dar-lhes um tratamento mais humano e restituir-lhes a dignidade, criando, assim, o que passou a ser conhecido como “terapia moral”.

Falou, ainda, que, por determinado tempo, a esquizofrenia foi considerada incurável. Com o avanço da Psiquiatria, da Psicologia e das Neurociências, fora descoberto que tal transtorno poderia ser completamente curado e que as causas poderiam ser endógenas (hereditariedade, alterações fisiológicas etc.) e exógenas (eventos de vida, traumas de infância etc.).

Ainda a respeito das causas, Divaldo acrescentou àquelas, conhecidas pela Ciência Acadêmica, os conflitos e culpas de reencarnações anteriores e as obsessões espirituais, que corresponderiam aos efeitos das ações negativas pretéritas. Essas influências negativas e persistentes de Espíritos inferiores sobre um indivíduo poderiam levá-lo a estados de transtornos psicológicos e psiquiátricos, como a esquizofrenia, afetando-lhe não apenas o equilíbrio psíquico, como também a sua estrutura física.

O Espiritismo, então, em sua face científica, apresenta-nos os fundamentos da existência de Deus, da imortalidade da alma, da comunicabilidade dos Espíritos e da reencarnação, oferecendo-nos, ainda, as consequências filosóficas e morais dessas realidades. Tais conhecimentos levariam à compreensão das causas profundas das patologias psicológicas e psiquiátricas. E a solução para todas as dores humanas estaria exarada na mensagem terapêutica de Jesus, quando nos recomendou que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou, perdoando e autoperdoando-nos, de modo a transformarmos a nossa vida em um verdadeiro poema de amor. 

Encontro com os espíritas do Reino Unido – No dia seguinte, 9 de maio, Divaldo Franco deu sequência às atividades doutrinárias na cidade de Londres, realizando um encontro com trabalhadores do movimento espírita inglês. O evento, organizado pela British Union of Spiritist Societies, ocorreu no Perrin Theatre e contou com a participação de 300 pessoas.

Momento de autógrafos

O caráter do encontro foi de confraternização entre os diversos centros espíritas do Reino Unido, de maneira que seus trabalhadores pudessem ter a oportunidade de esclarecer as dúvidas sobre os principais desafios do movimento inglês e receber uma mensagem de orientação abalizada, de estímulo e encorajamento do conhecido ora-

dor e médium.  

Na primeira parte da reunião, Divaldo falou a respeito do Espiritismo como a luz destinada a clarear as sombras da ignorância, sobretudo nestes momentos desafiadores que vivemos. Recorrendo ao pensamento filosófico de Cícero, afirmou que “a História é a pedra de toque que desgasta o erro e faz brilhar a verdade”. Dentro desse mesmo sentido, também se referiu ao raciocínio de Francis Bacon, que afirmava que uma filosofia superficial inclina a mente do ser humano ao ateísmo, mas que uma filosofia de profundidade despertaria a mente humana para a verdadeira religião.

Conforme explicou, a Ciência e a religião permaneceram por muitos séculos apartadas e em verdadeira guerra entre si, em tentativas constantes de negarem uma a outra. Demonstrando o prejuízo causado ao progresso humano por esse orgulho bilateral, Divaldo recordou a proposta de um outro pensador, Blaise Pascal, que asseverava que a sociedade de seu tempo encontrava-se em uma encruzilhada: houvera obtido grande desenvolvimento no campo intelectivo, científico, o que ele denominava de “espírito de geometria”, mas sem um correspondente avanço ético-moral, chamado por ele de “espírito de gentileza”. Esse desequilíbrio, de acordo com Pascal, levaria os indivíduos a se entredevorarem. Seria indispensável, portanto, que ambas as asas do progresso humano pudessem desenvolver-se equitativamente, de maneira a permitir o voo equilibrado em direção à plenitude, ou, ainda, ao “espírito do coração”. 

É preciso viver a caridade tal como a entendia Jesus – Em continuidade ao estudo histórico e filosófico do pensamento humano, foram expostas as contribuições do Iluminismo Francês, do idealismo da Revolução Francesa, do Positivismo de Auguste Comte e, ainda, da extraordinária pedagogia de Johann Pestalozzi, que prepararam a Terra para o advento do Consolador prometido por Jesus, o Espiritismo.

Divaldo lembrou que foi nesse contexto histórico e cultural do século XIX que Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec) reencarnou na Terra, recebendo, ainda na infância, a formação educacional do mestre Pestalozzi. Já na idade adulta, residindo em Paris, tomou contato com os fenômenos das mesas girantes e falantes, como eram conhecidos os fenômenos mediúnicos, e passou a estudá-los em bases científicas, constatando a legitimidade dos fatos e extraindo deles consequências filosóficas e morais, de interesse extremo para o progresso intelecto-moral e espiritual da Humanidade, que, coordenados, formaram a obra O Livro dos Espíritos, lançada em 18 de abril de 1857, marcando o surgimento oficial do Espiritismo na Terra.

Foi destacada a importância de se compreender as consequências filosóficas e, sobretudo, morais dos fatos espíritas, a fim de que pudesse ser possível o progresso efetivo do Espírito e o encontro com a plenitude da vida. Allan Kardec, portanto, teria dedicado uma obra completa, O Evangelho segundo o Espiritismo, para trazer à Humanidade a mensagem moral e psicoterapêutica de Jesus sem as distorções que sofreu ao longo dos séculos, estabelecendo que “fora da caridade não há salvação”, isto é, o amor em sua mais sublime expressão como meio de eliminação de nossos sofrimentos e purificação espiritual.

Em seguida à exposição, foi aberto o espaço para os presentes formularem perguntas, as quais foram elucidadas por Divaldo. Neste período, foram analisadas questões sobre mediunidade, serviço no bem, equilíbrio do trabalhador espírita, justiça divina, microcefalia, transtornos psiquiátricos, familiares em desajuste, dentre outros.

A mensagem final deixada aos presentes foi a do amor a todos, especialmente àqueles que se nos apresentam como companheiros difíceis de jornada, para que possamos, então, viver a caridade consoante a entendia Jesus: benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias e perdão das ofensas.


Nota do Autor:
 

As fotos que ilustram esta reportagem foram feitas por Simon Pires e Alan Page.

 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita