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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 468 - 5 de Junho de 2016

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

 

 
O princípio de servir


Não é difícil constatar que a gigantesca maioria dos humanos atualmente encarnados enfrenta consideráveis dificuldades para vivenciar o Evangelho de Jesus. Não me refiro aqui aos ainda aparentemente impraticáveis imperativos de “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, tão bem endereçados pelo Messias. As evidências coligidas na experiência do dia a dia nas sociedades humanas demonstram clara dificuldade de se encarar os semelhantes sequer sob os olhares abençoados da empatia, respeito e comiseração.

O princípio de servir, tal como proposto pelo Mestre, denota profunda maturidade espiritual: “E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo” (Mateus 20:27). Note que o Mestre alude ao natural desafio de quem busca muito mais do que as oscilantes e fugidias conquistas humanas. No dicionário Houaiss, a propósito, encontra-se a explicação de que servo expressa a posição de quem “obedece ou serve a alguém” ou aquele “que faz ou presta serviços”, particularmente a Deus no caso sob apreço.

Portanto, entendido na sua acepção mais ampla, a recomendação divina abarca o desejo consciente de acolher, ajudar, amparar, assistir, auxiliar, curar, cooperar, ensinar, elucidar e ouvir os nossos companheiros de jornada, entre outras tantas iniciativas benfazejas. Mais ainda, o convite formulado por Jesus às criaturas humanas permanece intacto, inspirando à mudança de atitudes e conduta na direção do bem, especialmente diante das onipresentes tragédias, dores e dificuldades observáveis na paisagem terrena.

No entanto, é surpreendente observar que as instituições e pessoas igualmente tropeçam ou mesmo desprezam a elevada recomendação de servir dignamente os seus interlocutores – não raro, os responsáveis pelas suas sobrevivências ou razão de existir. Por toda parte se observa um quase solene desprezo pelas necessidades e problemas dos outros. De fato, são criadas dificuldades de toda sorte que acabam quase sempre tornando a vida mais dura e as experiências mais sofríveis.

Lidar com burocracia desmedida, mau humor constante de atendentes/funcionários, má vontade e insensibilidade crônicas, excessiva lentidão no atendimento/providências, sistemas de trabalho inflexíveis (dificilmente alguém poderá fazer uma queixa, por mais justa que seja, a um SAC, sem fornecer o seu número de CPF, RG, telefone celular etc.) são coisas corriqueiras de quem precisa solucionar algum problema. Quem nesse mundo já não passou por alguma situação em que o “espírito de desserviço” não estava claramente presente?

No entanto, o exemplo de Jesus continua a desafiar o escopo e a qualidade do papel por nós desempenhado – seja ele qual for – nesse mundo: “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:28). É fascinante que o Mestre tenha assim se posicionado. Logo ele que já havia alcançado a perfeição evolutiva não se furtou ao sacrifício de retornar ao escafandro corpóreo pelo desejo sincero de servir amorosamente à humanidade com todas as suas misérias éticas e morais.

Fez ele, aliás, absoluta questão de vivenciar os seus ensinamentos para que guardássemos no imo de nossas almas os seus exemplos dignificantes. No tópico sob análise, pode-se afirmar que ele nos proporcionou uma das lições mais ricas a respeito do que a espiritualidade espera de nós. Desse modo, podemos inferir que o imperativo de servir à humanidade nos convoca à ação benéfica, produtiva, apaixonada, sincera e desinteressada, praticamente todos os dias de nossas vidas. Afinal, quem está impossibilitado de fornecer uma réstia que seja de boa vontade, atenção, esforço, respeito e empatia nas relações humanas?

O apóstolo Paulo, nesse sentido, foi extremamente feliz ao ressaltar: “Servindo de boa vontade, como sendo ao Senhor, e não aos homens” (Efésios, 6: 7). Mas mesmo devotando as nossas melhores possibilidades em favor do próximo não estamos imunes a colher algumas decepções e frustrações, que não devem diminuir o nosso fervor. Cabe também acrescentar que ao incorporar o princípio de servir, estamos colocando de lado o nosso eu, as nossas necessidades particulares, os nossos problemas, enfim, que normalmente tangenciam o egoísmo, e nos engajando, por extensão, em algo muito maior. É certo também que, em assim procedendo, estamos efetivamente trabalhando para um mundo melhor e cooperando, de fato, na seara divina.  



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita