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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 467 - 29 de Maio de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 33)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Os processos de auto-obsessão costumam deixar sequelas?

Sim. Os processos de auto-obsessão prolongada deixam muitas sequelas que somente o tempo e o esforço do paciente poderão drenar, superando-as. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.)

B. Servir, amar, contribuir são procedimentos realmente importantes em nossa vida?

Evidentemente. Quando auxiliamos a alguém, que passa a contribuir positivamente no grupo social em que se encontra, os juros de amor são-nos também acrescentados, porquanto o importante é o ato inicial de ajuda. O bem é sempre melhor, mais proveitoso, mais positivo para aquele que o realiza. É por isso que nunca devemos desperdiçar o ensejo de servir, de amar, de contribuir em favor do progresso, por menor que seja a nossa contribuição, por menos valiosa que ela se nos apresente. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.)

C. Há na vida encontros e desencontros. Podemos afirmar, então, que todo encontro é um reencontro?

Não. Nem todo encontro se trata de um reencontro. Estamos diariamente fazendo novos amigos ou afastando-nos deles conforme as nossas ações. No caso do médium Honório, foi ele quem abrira brechas mentais para a parasitose espiritual, atraindo Mefistófeles (o obsessor) pelo teor de vibrações emanadas pela sua mente em desalinho, mas não se conheciam. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.)

Texto para leitura 

170. A mãe conversa com Honório – Tendo a mãe ao seu lado, Honório chorava e sorria, num misto de tristeza profunda e de alegria que o tomava. Enquanto isso, após uma breve pausa, que deveria auxiliá-lo a absorver-lhe as considerações, a mãezinha prosseguiu: “Visitei-o durante os longos anos da nossa separação física, mas você não me pôde identificar. A solidão em que esteve atirado por vários fatores, ao invés de direcionar-lhe a mente para Deus e para a paz, empurrou-o para as fugas espetaculares no rumo do delírio e das abjeções morais. Não desejamos julgar-lhe a conduta. Apenas queremos informá-lo que tudo isso agora é passado, mas o futuro sorri-lhe mil possibilidades de refazimento, de renovação, de trabalho edificante. Você nunca esteve realmente a sós... Quanto nos foi possível, procuramos infundir-lhe ânimo ante as vicissitudes e inspiração para suportar o fardo da soledade, que necessitava por imposição evolutiva. Optando pelos devaneios, associou-se a Espíritos vulgares que o exploraram psíquica e fisicamente, enquanto o auxiliavam no banquete da perversão moral. Mas agora tudo começa a mudar. Permaneça atento, e levante-se, meu filho, para refundirmos nossas energias em um abraço de inefável amor”. Na sequência, a veneranda Entidade dobrou a médium, distendeu os braços e auxiliou o filho a levantar-se. Tremendo como varas verdes, foi ele cingido pela genitora, enquanto apoiava a cabeça suarenta e dorida nos ombros maternos, soluçando, e balbuciando: “Eu não sabia! Eu não sabia...” Auxiliando-o a sentar-se no leito e depois de frases de encorajamento, a mãe de Honório concluiu com doçura: “Nunca se esqueça do amor de Deus. À medida que você compreender o significado deste momento, mesmo que retornando os clichês viciosos à sua consciência, reaja e pense em Deus, buscando a leitura dos textos evangélicos, a fim de conseguir material iluminativo para o seu crescimento interior. Muito bom ânimo, filho da alma! Que Deus o abençoe e o ampare!” Dito isso, ela se retirou. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

171. A auto-obsessão deixa sequelas – Honório respirava sem muita dificuldade, enquanto as lágrimas lhe escorriam lentas e, em reflexão, tentava fixar na mente a ocorrência, sem apresentar os delírios que antes lhe caracterizavam o comportamento. Pairando peculiar silêncio, Eurípedes concluiu a reunião, orando a Jesus, o sábio Médico das almas! Findos os trabalhos, depois de retirar-se do recinto, Miranda perguntou ao dr. Inácio se Honório continuaria lúcido a partir daquele momento. “Não totalmente”, respondeu o médico. “Os processos de auto-obsessão prolongada deixam muitas sequelas que somente o tempo e o esforço do paciente poderão drenar, superando-as. Nesse processo, conforme vimos, o enfermo experimentava o assédio do seu comparsa obsessivo, que se mantinha à distância, mas se lhe vinculava pelo pensamento, induzindo-o constantemente à vivência dos prazeres vulgares. Fazia-se vítima do desequilíbrio pessoal e da ligação perversa. Amparado aquele que o perturbava, e que irá enfrentar as consequências dos seus atos infelizes, o paciente terá pela frente todo um significativo trabalho de reconstrução mental, de reestruturação do pensamento, de mudança da conduta moral. No entanto, sob o adequado tratamento que se prolongará pelo período necessário, conseguirá readaptar-se ao correto, ao moral e ao saudável.” (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

172. Nunca devemos desperdiçar o ensejo de servir – No tocante a Augusto, o ator que se intitulava Mefistófeles, dr. Inácio informou que ele seria atendido conforme merecia, por sua vez desligando-se do outro comparsa mais inditoso, que dele se utilizava para processos vulgares dessa natureza. Disse então o estimado médico: “Nosso relacionamento de criaturas umas com as outras produz efeitos correspondentes aos graus de vinculação. Quando auxiliamos a alguém, que passa a contribuir positivamente no grupo social em que se encontra, os juros de amor são-nos também acrescentados, porquanto o importante é o ato inicial de ajuda. Da mesma forma, quando nos responsabilizamos pela degradação ou queda, infelicidade ou desalinho de outrem, todo o volume de desares que aparece é adicionado à nossa atitude primeira, àquela que deu curso aos desatinos que tiveram lugar a partir dali. Eis porque o bem é sempre melhor, mais proveitoso, mais positivo para aquele que o realiza. Nunca devemos desperdiçar o ensejo de servir, de amar, de contribuir em favor do progresso, por menor que seja a nossa contribuição, por menos valiosa que se nos apresente. Estamos convidados a construir, nunca a perturbar, a erguer o amor às culminâncias, jamais a impedir-lhe o avanço, seja sob qual justificativa o façamos”. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

173. Não é nada fácil a ascensão – No dia seguinte, ao despertar, o drama que envolvia Augusto e Honório retornou à memória de Manoel Philomeno com acentuada nitidez. Relacionava aquelas duas vidas, cujas experiências tiveram cenário em épocas e lugares diferentes, e, no entanto, se associaram de maneira tão perturbadora quão desastrosa. Sem que houvesse algum vínculo pessoal, pelo menos aparente, passaram por experiências doentias que somente a bondade de Deus conseguira interromper. Seguiriam diferente rumo ou voltariam a encontrar-se? Haveria alguma ligação espiritual anterior negativa, que justificasse aquele intercurso obsessivo? Outras questões dentro do mesmo pensamento surgiram-lhe, mas teve de postergar esclarecimentos, aguardando o momento próprio. Alberto também ignorava as implicações em torno do caso muito especial. O fato é que o tema da obsessão sob qualquer aspecto considerado sempre fascinou o autor deste livro, ajudando-o a entender o intrincado da Lei de Causa e Efeito no transcurso da evolução humana. Ele já havia visitado diversos amigos cujas experiências dolorosas anotara, oferecendo-lhes a contribuição possível, e, dentre eles, Honório, que apresentava sinais de visível melhora, embora a expressão dos olhos ainda denotasse fixação nos quadros do passado, conforme era de esperar e assim lhe fora esclarecido. Em verdade, diz Manoel Philomeno, não é nada fácil a ascensão, a transferência do vale estreito para a adaptação no monte que alcança horizontes infinitos. A longa peregrinação pelo charco produz diversos problemas ao organismo que se intoxica das emanações morbíficas, da umidade, do tremedal. À medida que o ser ascende, é convidado à adaptação lenta em cada patamar, a fim de no futuro poder contemplar as alturas e absorver o oxigênio puro a que não está acostumado. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

174. Nem todo encontro é um reencontro –  O dia transcorreu enriquecido de experiências libertadoras, por ensejar a Miranda reflexões cada vez mais profundas em torno dos acontecimentos que elevam ou escravizam o Espírito, decorrentes da sua conduta anterior. Às 23 horas e 30 minutos, dr. Inácio buscou-o no apartamento, ensejando-lhe apresentar-lhe as interrogações sobre o caso Honório. Com muita sabedoria e simplicidade, o médico explicou que nem todo novo encontro se trata de um reencontro, como, aliás, é lógico. Estamos diariamente fazendo novos amigos ou afastando-nos deles conforme as nossas ações. No caso que tanto o impressionara, fora o encarnado quem abrira brechas mentais para a parasitose espiritual, atraindo Mefistófeles pelo teor de vibrações emanadas pela sua mente em desalinho. Disse então o atencioso médico: “Cada experiência humana faculta vinculação com o objetivo a que se direciona, ensejando novos relacionamentos ou dando prosseguimento aos antigos, sem que, necessariamente, esteja a repetir-se com as mesmas personagens. Digamos, por fim, que foi meramente casual esse fenômeno obsessivo, face à similitude vibratória entre os dois cômpares espirituais. Liberados dos laços da afinidade que os retinha em perturbação, marcharão por caminhos diversos, tendo em vista os valores que tipifiquem o processo evolutivo de cada qual. Talvez possam encontrar-se, o que não será indispensável, porquanto despertarão em paisagens mentais próprias a fim de seguirem adiante no rumo do Infinito”. (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) 

175. Um santuário dedicado à mediunidade – O recinto visitado em seguida por Manoel P. de Miranda transcendia a beleza comum, na sua simplicidade quase comovedora. Harmonias espirituais pairavam no ar, produzindo um estado de emoção especial. De reduzidas proporções, era um santuário para as experiências mediúnicas e os intercâmbios com aqueles que transitavam na noite terrestre exercendo atividades muito delicadas. Preservado de vibrações deletérias, convidava à meditação e à prece. Quando Miranda chegou, viu que ali se encontravam o nobre Eurípedes e sua dedicada médium, bem como outros Espíritos afáveis que o receberam com cordialidade e simpatia. A reunião programada seria um pouco mais tarde. A necessidade do encontro antecipado tinha por objeto favorecer o contato proveitoso de Miranda com o dedicado Eurípedes, conforme aconteceu. “Dentre as atividades mediúnicas a que me houvera afervorado na Terra — iniciou, o devotado amigo, a sua explicação — o tratamento com os obsessos sempre me significou ministério delicado e credor do maior empenho. Acompanhar a trajetória de um ser submetido pela mente desarvorada de outro, que se utiliza da situação espiritual para reivindicar valores que lhe não pertencem, porque tudo procede de Deus, ou para exigir pagamentos morais por danos sofridos, sempre se me expressava como uma forma de sofrimento pessoal. Isso, não somente por sentir a alucinação do hospedeiro, mas também por compreender a infelicidade do seu transitório hóspede. Sempre que enfrentava essa pertinaz enfermidade, procurava penetrar no âmago do vingador para despertá-lo para a felicidade que adiava apenas por capricho, ignorância ou rebeldia. Acostumado, no entanto, ao abandono que se permitira ou ao sofrimento a que se deixara arrastar, esse irmão do Calvário relutava em acreditar nos meus sentimentos, sempre supondo que eu guardava motivos subalternos, qual o de afastá-lo do encarnado e semelhantes, sem qualquer consideração pela sua dor. Evitando discussões estéreis, sempre busquei irradiar simpatia e compreensão pelo seu drama, conseguindo sensibilizar um expressivo número de equivocados.” (Tormentos da Obsessão, cap. 18 – Socorro de emergência.) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita