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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 465 - 15 de Maio de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


 
Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 31)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Honório, um dos internos do Sanatório, debatia-se com desesperação, como se quisesse livrar-se de agressores invisíveis. Quem eram esses agressores?

Honório lutava contra formas hediondas que o ameaçavam e logravam atacá-lo, mas, em verdade, tratava-se de formas-pensamento, que foram elaboradas por ele mesmo durante quase toda a existência de adulto, e de que não se conseguiu desembaraçar na Terra, continuando no seu campo mental após a morte física. Tão vívida era a sua constituição que adquiriram existência e eram nutridas agora pelo medo e pelo mecanismo da consciência culpada. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.)

B. Honório era dominado também por um Espírito mentalmente poderoso. Como ele se identificou na sessão mediúnica presidida por Eurípedes Barsanulfo?

Ele se apresentou declarando o seguinte: “Eu sou o Senhor dos vândalos e perversos. Sou a chibata que estimula e que pune. Sou Mefistófeles, de que se utilizou Goethe, para o seu Fausto. Atendo aos chamados, inspiro e passo a comandar aqueles que se me afeiçoam e passam a dever-me a alma. Logo se me faz oportuno, arrebato-a para os meus domínios. Qual é o problema que aqui se delineia, exigindo minha presença? Venho espontaneamente, bem se vê, a fim de inteirar-me do que se deseja”. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

C. Diante de um Espírito que se julgava acima de tudo e de todos, que é que Eurípedes lhe disse?

Eurípedes lhe lembrou que na vida o único doador real é Deus, a quem tudo pertence. O que parece pertencer-nos é de Sua propriedade, especialmente no que diz respeito ao poder, que no mundo é sempre transitório e vão. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.)

Texto para leitura 

161. Honório, uma vítima de si mesmo – Finda a visita a Gustavo Ribeiro, Manoel Philomeno de Miranda visitou uma Enfermaria onde se encontravam diversos pacientes: uns hebetados, outros agitados, todos em lamentável estado de desequilíbrio psíquico. Havia uma gritaria infrene, gargalhadas ensurdecedoras, blasfêmias e vitupérios que se misturavam ao choro convulsivo e aos apelos comovedores. O local diferia pouco das enfermarias terrestres, caracterizada, porém, pela limpeza e pelos cuidados especiais que eram dispensados aos pacientes. Apesar do tumulto reinante, havia uma psicosfera de tranquilidade e de dedicação ao próximo, que surpreendia. Observando os doentes, ele notou que cada um permanecia no seu mundo, totalmente alienado da realidade ambiental, das necessidades do seu companheiro de infortúnio, dos acontecimentos à sua volta. Num dos leitos, separado dos demais por um biombo coberto de tecido alvinitente, encontrava-se um paciente desfigurado, estereótipo do alucinado. Ele gritava e debatia-se com desesperação, como se desejasse libertar-se de agressores invisíveis que o agoniavam. Ele lutava contra formas hediondas que o ameaçavam e logravam atacá-lo. O diretor explicou: “Trata-se de formas-pensamento, que foram elaboradas por ele mesmo durante quase toda a existência de adulto, e de que não se conseguiu desembaraçar na Terra, continuando no seu campo mental após a morte física. Tão vívida era a sua constituição que adquiriram existência, e são nutridas agora pelo medo e pelo mecanismo da consciência culpada”. Tratava-se do irmão Honório, uma vítima também de si mesmo, porém com alguma diferença em relação a Gustavo, como mais tarde Miranda poderia constatar. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

162. O algoz de Honório se manifesta – Anestesiado, Honório foi levado em seguida a um recinto suavemente iluminado onde já se encontravam Eurípedes, dona Maria Modesto e duas médiuns já conhecidas de Miranda. Pairava no ar dúlcida vibração de paz, em razão de o recinto estar invadido por ondas sucessivas de bem-estar com quase imperceptível melodia ambiental, que convidava à reflexão e à prece. Após instalar o enfermo na cama que o aguardava, depois de breves considerações, o venerável Eurípedes orou. Ao silenciar, graças à unção com que pronunciara cada palavra da prece, a vibração superior mantinha-se na sala, gerando emoção de paz e de confiança ilimitada. Logo a seguir, Maria Modesto entrou em transe profundo. À medida que se lhe alteravam as formas do rosto, suave ectoplasma era exteriorizado pelas duas damas envolvendo a médium, auxiliando-lhe a transfiguração. O semblante empalideceu expressivamente e a respiração fez-se-lhe opressiva, quando então uma figura estranha começou a blasonar: “Eu sou o Senhor dos vândalos e perversos. Sou a chibata que estimula e que pune. Sou Mefistófeles, de que se utilizou Goethe, para o seu Fausto. Atendo aos chamados, inspiro e passo a comandar aqueles que se me afeiçoam e passam a dever-me a alma. Logo se me faz oportuno, arrebato-a para os meus domínios. Qual é o problema que aqui se delineia, exigindo minha presença? Venho espontaneamente, bem se vê, a fim de inteirar-me do que se deseja”. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

163. O difícil diálogo com o obsessor – Eurípedes respondeu-lhe com brandura: “Reconhecemos todas as prerrogativas do amigo que nos visita, o que nos constitui um grande prazer e uma honra especial, recebendo-o com carinho e muita fraternidade”. O diálogo que se seguiu foi muito difícil. Eurípedes explicou-lhe o motivo do encontro, cujo objeto era exatamente o atendimento ao irmão Honório. A Entidade, contudo, gargalhando estranhamente, vociferou: “Honório é meu, e o terei pelo tempo que me aprouver, porquanto assim ele quis, já que firmou um pacto comigo para todo o sempre, a partir do momento em que lhe facultei desfrutar do prazer e do gozo. Como me desincumbi da minha parte, ele terá que corresponder ao comprometido”. Eurípedes respondeu: “Não ignoramos que o enfermo manteve largos colóquios mentais com o amigo. No entanto, o seu critério de razão estava perturbado pela insânia de que já se encontrava acometido, embora a aparente conduta equilibrada. Ele preferiu viver o seu mundo mental às experiências dignificadoras do mundo moral. Nessa fuga da realidade, conectou com o amigo que se aproveitou da sua fraqueza para infundir-lhe ideias falsas e brindar-lhe estímulos perversos, qual ocorreu com você próprio em ocasião oportuna, quando se fez vítima de outrem mais perverso que o vem explorando...” O Espírito não gostou do que ouviu e, em ruidosa gargalhada de mofa, afirmou: “Eu sou senhor dos meus atos e movimento-me na área que me agrada, onde sou respeitado e temido”. Na sequência, disse, revoltado: “Dou-me conta que você não me conhece. Lamento que não tenha informações a meu respeito, não obstante tenho-as muitas em referência à sua pessoa. E porque sei quem é, não temi enfrentá-lo, desejando, neste momento, medir forças com o adversário...” (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) 

164. O único doador real é Deus – Eurípedes explicou à Entidade que não era do seu interesse medir forças: “O pouco de que disponho não é meu, antes é-me concedido por misericórdia de acréscimo. Além do mais, apoiamo-nos no amor, e com ele esperamos encontrar o recinto de paz e entendimento para seguir juntos na direção da Grande Luz”. Ante tais palavras, o Espírito acentuou com desdém: “A mim não me interessa grande ou pequena luz. Já tenho a minha claridade essencial, aquela que me norteia os passos. A questão, todavia, é outra. Trata-se de Honório e nada mais me interessa”. Eurípedes foi então direto ao ponto: “Penso diferente. Creio que se trata de você, que se encontra em sofrimento que escamoteia com a máscara da indiferença. O nosso irmão Honório, que tem sido sua vítima, naturalmente necessita de libertação, para que, posteriormente você se libere dos próprios conflitos”. E, enquanto o obsessor espumava de ira, acrescentou: “O único doador real é Deus, a quem tudo pertence. O que parece pertencer-nos é de Sua propriedade, especialmente no que diz respeito ao poder, que no mundo é sempre transitório e vão. Por um processo de afinidade, o caro Mefistófeles estimulou mentalmente o descuidado, já que ambos navegavam na faixa da ilusão, facultando-lhe experiências perturbadoras e doentias que se lhe fixaram na mente, gerando formas psíquicas que se condensavam quando lhes recorria às imagens para deleitar-se na alucinação que o assaltava”. (Tormentos da Obsessão, cap. 17 – Alucinações espirituais.) (Continua no próximo número.)




 


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