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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 462 - 24 de Abril de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


 
Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 28)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Qual foi o passo em falso que levou a nobre Senhora ao fracasso?  

Segundo ela mesma narrou, um passo em falso na difícil ascensão, e tudo pode transformar-se em sofrimento, em desalinho, em queda... Foi o que lhe sucedeu, porquanto, convidada a edificar uma Obra de amor para atender criaturas infelizes, que a orfandade recolhera e o abandono social crestara, passou a imaginar uma construção fabulosa e se deixou envolver pela imponência da ilusão, pensando em detalhes sem importância, a que atribuía alto significado, e deixando o tempo correr, precioso patrimônio que escapava, enquanto os candidatos espirituais ao amparo se perdiam nos cipoais dos vícios e da delinquência. Resultado: ela acabou desencarnando antes de concluir a obra com que tanto sonhara. (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.)

B. Podemos afirmar, sem medo de errar, que a reencarnação é uma dádiva de Deus?

Sim. Dádiva e não castigo, como algumas pessoas pensam. A esse respeito fazemos nossas as palavras da nobre Senhora citada por Manoel P. de Miranda: “A reencarnação é dádiva de Deus, sem a qual ninguém lograria o triunfo sobre as próprias paixões. Etapa a etapa, o Espírito se liberta dos limites, como o diamante que sai da parte bruta a golpes da lapidação, a fim de brilhar como estrela divina”. (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.)

C. Mediunidade e presunção não combinam?

Evidente que não. Mediunidade e presunção não podem andar juntas sem desastre à vista.  A frase sintetiza o equívoco que a nobre Senhora cometeu e explica em grande parte o fracasso do médium Ambrósio, cuja derrocada ela pôde acompanhar. Visitando-o, ela não pôde furtar-se à reflexão de que também tombara em sutil intercâmbio nefasto, cuja sintonia facultara através da vaidade exacerbada no cumprimento do dever. Sua é a história de muitos de nós, médiuns desprevenidos e vitimados em nós mesmos pela luxúria, pela prepotência, pela sede de glórias terrenas e de encantamentos para a egolatria. (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.)

Texto para leitura 

146. Encontro com um médium incomparável – Feita uma breve pausa oportuna, como que para concatenar as recordações, a nobre Senhora continuou: “Nessa ocasião, um dos casais que se nos tornou muito amigo e afeiçoado informou-nos que pretendia visitar em outra cidade abnegado médium que enriquecia as vidas que o buscavam com mensagens de alta qualidade, porque fiéis aos seus Autores, e cuja vida era um Evangelho de feitos. Sem qualquer dificuldade programamos uma excursão, objetivando visitá-lo, e, na data estabelecida, bem como no horário regulamentar, tivemos a imensa alegria de conhecer alguém que passaria, a partir de então, a constituir-nos exemplo de fé, de coragem, de abnegação na mediunidade e na conduta, cujo convívio iluminava as vidas que se lhe acercavam. Naquela noite incomparável, tivemos a impressão que os Céus desceram à Terra, no modesto recinto onde se orava e se discutiam as promessas do Evangelho, ao tempo em que o medianeiro psicografava sem cessar. Fascinada, acompanhei todos os lances daquele inesquecível acontecimento entre preces de entrega a Deus e, por que não dizer, deslumbramento pelo que acontecia à minha volta. Posso afirmar que também os outros, aqueles que viajaram conosco e diversos mais que vieram de diferentes lugares, participavam do banquete de luz com a mesma emotividade, reconhecidos e firmando propósitos de fidelidade ao dever, à consciência espírita. A reunião prolongou-se por várias horas, e, ao terminar, foram lidas as mensagens de alto conteúdo filosófico, ético e espiritual. Umas de consolação aos familiares aflitos que ali estavam buscando conforto para as dores da saudade e do sofrimento; outras de poetas e escritores que volviam ao proscênio terrestre para traduzir as emoções da sobrevivência ao corpo frágil; outras mais, de orientação e advertência. Foi nesse momento, que o abnegado médium chamou-nos nominalmente, a mim e ao meu marido, passando a ler uma mensagem do Venerável dr. Bezerra de Menezes conclamando-nos ao trabalho da caridade fraternal, da entrega aos filhos do Calvário, da dedicação aos que se encontrassem perdidos na noite da ignorância espiritual... O casal amigo igualmente foi aquinhoado com expressiva mensagem de conforto e de chamamento, que lhes assinalou os sentimentos em profundidade, norteando-lhes a existência a partir de então com segurança e firmeza.” (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.) 

147. Um passo em falso e logo a queda – Segundo a nobre Senhora, concluída essa parte, em convívio espontâneo e quase íntimo, o médium narrou-lhes detalhes da sua faculdade, especialmente aqueles que ocorriam durante o transe mediúnico, informando-os sobre acontecimentos que tiveram lugar na reunião e que se tornaram para todos lições de incomum beleza, que jamais seriam esquecidos ou descurados. Ela, então, continuou a narrativa: “Retornamos aos nossos lares tomados por incoercível felicidade, prometendo-nos servir e amar sem restrição, custasse-nos o preço que fosse. Posso afirmar que aquela experiência iluminativa foi o marco definidor do nosso futuro espiritual, e que, lamentavelmente, não soube preservar por fraqueza moral face ao cerco das más inclinações que predominam em a minha natureza. Outras vezes voltaria àquele santuário, onde a morte era destruída pela presença da vida abundante, e outras páginas de invulgar beleza nos foram dirigidas, convidando-nos ao prosseguimento do serviço e da caridade, caminhos seguros para a libertação do egoísmo, do orgulho e da presunção. Simultaneamente, as faculdades mediúnicas ampliaram-me as possibilidades de captação espiritual e, sem dar-me conta, comecei a intoxicar-me de vaidade, considerando-me quase privilegiada... Como se pode perceber, um passo em falso, na difícil ascensão, e tudo pode transformar-se em sofrimento, em desalinho, em queda... Foi o que me sucedeu, porquanto, convidada a edificar uma Obra de amor para atender criaturas infelizes, que a orfandade recolhera e o abandono social crestara, considerando a minha posição socioeconômica passei a imaginar uma construção fabulosa, longe da simplicidade do bem, empenhando-me com todas as forças e aplicando muitos dos recursos que possuía, a fim de executá-la. A imaginação em febre libertou antigos infelizes hábitos adormecidos no inconsciente, e a Dama, que deveria ser da Caridade, passou a viver a imponência da ilusão, pensando em detalhes sem importância, a que atribuía alto significado, deixando o tempo correr, precioso patrimônio que escapava, enquanto os candidatos espirituais ao amparo se perdiam nos cipoais dos vícios e da delinquência”. (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.) 

148. O bem dispensa atavios – Nesse ponto da narrativa, a Senhora demonstrava visível emotividade. Mas ela prosseguiu: “Peço desculpas pela emoção. Trata-se de recordações muito caras, que não posso esquecer, hoje patrimônio da consciência responsável. Olvidei que o bem dispensa atavios, tem praticidade e urgência. Nos engodos a que me entreguei no mundo, facilmente as imposições da frivolidade se transformam em valores significativos somente porque lhes atribuímos significado. É claro que o nobre dr. Bezerra me advertiu sutilmente várias vezes, não apenas através do seu dócil instrumento mediúnico, como também por meu próprio intermédio. Mas a ilusão, que se me instalara no Espírito, bloqueou-me a razão, e somente eu não conseguia ver o lamentável engano a que me entregava. A morte amiga, nesse momento difícil, arrebatou-me o companheiro, que me deixou um grande vazio existencial, mas não me despertou a humildade necessária para o serviço de Jesus entre os Seus na Terra. Sem a lucidez indispensável, afastei-me dos amigos que me tentavam dissuadir da empresa grandiosa, convidando-me ao singelo trabalho da fraternidade, e reuni um grupo de equivocados como eu, fascinados com as mensagens de que me fazia objeto, sem aplicar a razão, o discernimento, na análise das páginas que então psicografava. Como consequência, não fruí a alegria de albergar aqueles que a Vida me confiava aos cuidados, havendo desencarnado antes de concluir o trabalho...” (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.) 

149. Reencarnação: uma dádiva de Deus – A decepção que a assaltou quando despertou na erraticidade foi muito grande, como ela mesma fez questão de relatar: “À medida que a claridade mental me assomava, mais angústia me assaltava o coração e a razão. O compassivo dr. Bezerra, veio então, mais uma vez, em meu socorro, oferecendo-me conforto moral e esperança em relação ao futuro, de forma que o desespero não me fizesse afundar na depressão ou noutro estado qualquer de perturbação. Esclareceu-me que sempre é tempo de recomeçar, e demonstrou-me que ele próprio prosseguia auxiliando os companheiros que ficaram na retaguarda, o que também eu poderia fazer em companhia do esposo, despertando os amigos aos quais anestesiara, e amparando os necessitados que ficaram na expectativa da assistência que lhes não pude oferecer. É certo que a luz do Espiritismo orientava-me na ação da fraternidade, e procurei atender os aflitos do caminho, assistindo-os com carinho e misericórdia quanto me era possível”. Dito isso, um silêncio espontâneo fez-se no recinto, mas, transcorridos alguns segundos, a nobre Dama adiu: “A reencarnação é dádiva de Deus, sem a qual ninguém lograria o triunfo sobre as próprias paixões. Etapa a etapa, o Espírito se liberta dos limites, como o diamante que sai da parte bruta a golpes da lapidação, a fim de brilhar como estrela divina. O trabalho prossegue, felizmente, e os amigos devotados têm encontrado no Benfeitor vigilante a inspiração, que procuramos vivenciar com eles, restaurando os objetivos desviados e trabalhando afanosamente para que a dor seja menos aflitiva e o amor mais operoso em todas as dimensões”. (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.) 

150. Mediunidade e presunção não combinam – Na sequência, a Senhora informou que fora no início das atividades de construção da Obra que conhecera o médium Ambrósio, numa de suas conferências proferidas em sua cidade. Disse ela: “Vinculamo-nos fraternalmente, e o recebemos em nosso lar, meu marido e eu, diversas vezes, quando ele exercia a mediunidade com elevação. Acompanhei, de alguma forma, o seu declínio, quando mudou de amizades, preferindo os espetáculos estapafúrdios e exibicionistas decorrentes da lamentável obsessão que o acometeu. Visitando-o, não me posso furtar à reflexão, de que também eu tombara em sutil intercâmbio nefasto, cuja sintonia facultara através da vaidade exacerbada no cumprimento do dever. A sua é a história de muitos de nós, médiuns desprevenidos e vitimados em nós mesmos pela luxúria, pela prepotência, pela sede de glórias terrenas e de encantamentos para a egolatria”. E dando um toque final, com um sorriso matreiro, encerrou o nosso encontro, esclarecendo: “Mediunidade e presunção não podem andar juntas sem desastre à vista”. Em seguida, pediu licença e afastou-se airosa, deixando aos amigos que a ouviram mensagens de alta gravidade para reflexão e aprendizado. Manoel P. de Miranda então registrou as seguintes reflexões a respeito da nobre mulher: “Como eu poderia entender que, não obstante o quase insucesso da sua experiência, se apresentasse portadora de valores espirituais relevantes? Logo porém compreendi, por rápida conclusão, que o Bem que se faz sempre é melhor para o seu realizador, não importando como é feito ou vivenciado. A Dama, que ora se analisava com bastante severidade, realizara uma Obra de amor e vivenciara o Evangelho quanto lhe permitiram as possibilidades. Os equívocos, a que se referia, eram consequência de malogradas experiências anteriores, que não conseguiu superar, mas lutou tenazmente para produzir melhor e com mais eficácia. O essencial é não parar, não se acumpliciar com o mal, não perverter os objetivos nobres, permanecendo fiel ao compromisso abraçado para fazer o melhor, mesmo que o não consiga. E ela, de alguma forma, fora uma triunfadora”. (Tormentos da Obsessão, cap. 15 – A consciência responsável.) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita