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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 462 - 24 de Abril de 2016

LUIZ CARLOS FORMIGA 
formigalcd@hotmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 


Tu me amas?


A existência da alma e sua sobrevivência após a morte é tema crucial para a educação, porque pode influenciar a hierarquia de valores, padrões éticos e o comportamento humano. Por não possuírem esse conhecimento, profissionais da educação defendem ideias hedonistas, como o “princípio da pedofilia”.

Quando já sabemos que retornamos com as mesmas almas em diferentes relacionamentos nos tornamos mais atentos, com as relações afetivo-emocionais. Percebemos com maior nitidez que a liberdade tem os seus limites e também os seus compromissos. A educação passa a ser um processo de formação de valores e de libertação espiritual.

Para que o adulto viva na plena consciência da existência será necessário que no período infantil seja atendida a sua necessidade maior, que é encontrar um sentido para a vida.

Profissionais da Educação, que não descobriram a inteligência espiritual, podem se tornar prisioneiros de promessas demagógicas e populistas. Conscientemente, ou não, ajudam a encobrir objetivos ideológicos.

Um Procurador da República disse que o governo havia cometido um crime contra a criança.

Atacar crianças é tão “trevoso” que alguns podem achar que o procurador enlouqueceu.

Lembramos que na década de 1970 lemos sobre uma “organização criminosa espiritual”.

Com o hábito de fazer anotações, nas primeiras folhas, encontramos a indicação no livro “Chico Xavier. O Santo de Nossos Dias”, de R. A. Ranieri, Editora Eco.

Não sei qual a razão da coincidência, mas na página 125 encontramos um folheto impresso com uma “Oração da Criança”. O livro deve pertencer às Edições Paulinas, pela indicação: EP – Momentos – 43.

Diz Ranieri, na mesma página 125:

Certa ocasião, o Chico, mansamente, nos preveniu:

- Disse Emmanuel que com o afastamento e libertação de Gregório, outro Espírito assumiu o comando daqueles que compõem as suas legiões de seres terríveis que aparecem no livro “Libertação”.

 Tamerlão, ao assumir o comando, reuniu os seus companheiros e traçou os seus planos de combate ao Espiritismo e aos espíritas.

Sabem qual é o plano dele?

Nessa reunião, Tamerlão disse: “Para combater os espíritas, o meu plano é o seguinte: SEXO”.

Dito isso, Chico meditativo, esclareceu:

Gregório chefiava essas legiões e foi libertado. Tamerlão é Espírito muito mais terrível do que ele. De agora em diante os espíritas começarão a ser tentados no campo do sexo, e muitos cairão.

Diz Ranieri que, de fato, pouco tempo depois, começamos a ter notícias referentes a espíritas, de grande expressão nacional, que foram se perdendo no campo sexual. Alguns deixaram a família para seguir a ilusão da carne, ou de um amor que não era aquele programado na espiritualidade.

Pelo exposto, cabem perguntas. Em que região do globo trabalha Tamerlão? Qual país abriga o maior o número de espíritas?

Chamou-me a atenção e tocou-me a alma um trecho da Oração da Criança:

(...) Proteja meus professores, pois me ensinam tanta coisa bonita. E eles me falaram que um dia você disse: “Deixai vir a mim os pequeninos”. Então Jesus, acolha nos seus braços a mim, todos os meus coleguinhas e as crianças do mundo inteiro. Que todas nós sejamos alegres e felizes e amanhã possamos fazer alguma coisa por aqueles que hoje fazem tanto por nós.

Tamerlão é terrível, no entanto, não esqueçamos que existem Espíritos como Matilde, a luminosa mãe de Gregório, e que o planeta está sob a direção de Jesus.

Façamos nossa parte. Temos consciência de que ainda somos semelhantes a índios lutando com ricos e poderosos adversários. Nesta luta desigual teremos que melhorar os “sinais de fumaça”. Nesse processo de comunicação, como protestar?

A comunicação busca clareza e objetividade. Ser objetivo é ir direto ao ponto. Clareza é favorecida pela concisão. Estes comentários, feitos em Arte Divina. A Ciência de Ensinar, se aplicam aos protestos, sem violência, com apitos e panelas, contra os atos do governo que geram nossa indignação.

“A indignação deve ser a marca dos protestos, pois é o combustível que move a política.”

No artigo É Política, estúpido algumas palavras se destacam: indignação, foco, tematização, credibilidade, momento ou “timing”.

 A “tematização do objeto, contra o qual se irá protestar, é de suma importância, pois protestos sem foco se tornam desfiles, festivais de selfies e paraíso de vendedores ambulantes. Sorrisinhos, beijinhos e poses para o celular retiram toda a credibilidade do que está ocorrendo. Um protesto não deve parecer um coquetel diplomático.” O momento, ou “timing”, de um protesto é metade de sua importância. A reação deve ser imediata, e demonstrar que estamos de olho.

“Se você não gosta de política, tem nosso respeito, mas saiba que alguém que gosta irá fazê-la por você.”

Como eu, muitos desconfiam da educação. Um sobrevivente de um campo de concentração narrou que viu crianças serem envenenadas por cientistas e que viu também a construção de aparelhos de tortura por engenheiros bem treinados. Por isso eu desconfio da “Educação”.

Na Revista Fraternidade,  de Lisboa, registramos um depoimento:

"Uma vez, na Emergência clínica reparei numa senhora deitada inconsciente em uma maca sem qualquer tipo de identificação ou prescrição. Perguntei aos médicos e enfermeiros sobre o seu caso e ninguém sequer tinha percebido sua presença".

Desconfio dessa educação que estaciona na cognição e esquece o emocional e o espiritual.

O constituinte original não esqueceu: "Promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil". (CRFB 1988). Preâmbulo.  

Disse um médico ortopedista: “quando se considera a notável velocidade e complexidade do desenvolvimento embrionário humano, não é surpreendente que algumas crianças nasçam com uma anormalidade congênita; de fato, o que é surpreendente é que a vasta maioria das crianças é perfeitamente normal ao nascer".

Difícil aceitar a existência de uma Inteligência Suprema, Causa Primária de todas as coisas e perceber a sua Sabedoria, quando a inteligência espiritual está ainda na primeira infância.

O julgamento da ação que pedia a descriminalização do aborto de anencéfalos, no Supremo Tribunal Federal (STF), foi um “divisor de águas no plano da opinião pública”, e repercutiu muito no campo da Saúde Pública e no da religiosidade.

Naqueles dias os fetos anencéfalos foram condenados à pena de morte. Um ministro justificou o voto contrário dizendo que qualquer decisão nesse sentido 'abriria portas para a interrupção da gravidez de inúmeros embriões portadores de doenças que de algum modo levassem ao encurtamento da vida'.

Outro ministro advertiu: “a pena de morte imposta ao nascituro anencéfalo macula a constituição, que assegura a inviolabilidade do direito à vida”.

E depois dos anencéfalos? Negar a imortalidade da alma favorece o aborto. Feto tem alma?

Para o espírita seria válido o aborto diante de anomalias fetais graves e incuráveis?

Estamos perdendo a luta para o mosquito, disse o ministro da Saúde, antes de receber o pito da Madame.

Será que mulheres grávidas irão preferir interromper a gravidez ao saber do contato com a Zika?

Irão recorrer à Justiça?

Precisamos comentar fatos negativos para que se perceba o contraditório.

O pedido de condenação do empreiteiro Marcelo Odebrecht, feito pelo Ministério Público Federal, pode ser usado como exemplo.

As alegações finais apresentadas pelos procuradores da República oferecem material de estudo, pois o comportamento do rico empreiteiro é a antítese do auxílio desinteressado e fraternal encontrado na lição 131, do livro Fonte Viva.

“Jesus respondeu e disse: - Dai-lhes vós de comer...”

“Naquela hora do ensinamento inesquecível, a fome era naturalmente do corpo, vencido de cansaço, mas, ainda e sempre, vemos a multidão carente de amparo, dominada pela fome de luz e de harmonia, vergastada pelos invisíveis azorragues da discórdia e da incompreensão.”

O exemplo negativo aponta pessoas onde “inexiste a consciência social e está presente a má índole quando são capazes de desviar o dinheiro público”.

Se nos propomos contribuir na regeneração do campo social, não nos percamos em pregações de rebelião e desespero. Devemos conservar a serenidade e alimentar o próximo com o nosso bom exemplo e com a nossa boa palavra.

Nas alegações finais dizem os procuradores: "dado o alto grau de instrução que possuem, não apenas são capazes de perceber a gravidade de suas condutas, como também são incapazes de recusar a participar dos atos ilícitos. Usam o conhecimento para produzir males sociais, muitas vezes impactando o sistema político e vilipendiando a democracia”.

A impunidade “obriga a população, principalmente a mais pobre, e os cofres públicos, a arcar com as mais diversas formas de enriquecimento ilícito de empreiteiras, operadores financeiros e funcionários públicos corruptos. O sujeito que se vale de relevante posição social e/ou profissional para cometer delitos, com motivações torpes e egoísticas, deve ter sua conduta social valorada negativamente”.

A Educação precisa de modelos positivos. Um deles é Helen Keller.

Aos 18 meses de idade viu-se privada dos sentidos da visão e da audição. Jovem, não podia ouvir as aulas ou tomar notas, mas mesmo assim, aos 24 anos de idade, concluiu com distinção a sua licenciatura em Humanidades, no "Radcliffe College". Escrevia em inglês e francês e fez inúmeras conferências pelo mundo, incluindo o Brasil.

“Deve-se preservar o valor social do trabalho, reafirmando a noção de que o sucesso profissional é possível por meios lícitos", disse o procurador do caso Lava Jato.

Nos crimes do “colarinho branco” vamos encontrar a máscara da sanidade, o transtorno da personalidade antissocial. Esse é um tipo de transtorno dificilmente curável. Na reclusão, as tentativas de reintegração social são nulas. Geralmente, os portadores dessa disfunção não deixam a penitenciária em melhores condições. São “reincidentes juramentados”.

Em Mentes Perigosas, a médica psiquiatra Ana Beatriz B. Silva alerta que os psicopatas podem permanecer uma vida inteira sem serem descobertos. Eles transitam pelas ruas, cruzam nossos caminhos, frequentam as mesmas festas, dividem o mesmo teto, dormem na mesma cama.

A estatística é assustadora. São 4% da população: 3% são homens. Assim, a cada 25 pessoas, uma é psicopata. Seus atos criminosos provêm de um raciocínio frio e calculista combinado com a incapacidade de perceber pessoas como seres humanos.

Matilde teve um filho assim!

O Espírito André Luiz narra, no livro Libertação, que num determinado momento da vida de Gregório, na espiritualidade, ele se preparava para atacar um desafeto.

Surge acompanhado de sua organização criminosa e inicia a investida através de palavrões duros e violentos. Depois das agressões verbais e intimidações, o vingativo Espírito tenta ir adiante desafiando o adversário.

Lança-lhe a luva à face e aguarda a reação. Articula novos impropérios, demonstrando acentuado desapontamento, em face dos insultos sem resposta.

O terrível diretor de legiões sombrias abeirou-se do adversário e bradou: “levantar-te-ei, por mim mesmo, usando os sopapos que mereces”.

Matilde, que havia verificado clima vibracional favorável para materializar-se e voltar aos olhos do filho, então, se apresenta.

Gregório escuta a voz cristalina e terna de Matilde, exortando-o, com amorosa firmeza. Gregório não resistiu.

Na Terra, apenas em casos extremos, os psicopatas matam a sangue-frio, com crueldade, sem medo e arrependimento. Em sua maioria, não são assassinos.

Pela estatística referida, é possível que o Juiz Moro, do Lava Jato, encontre alguns.

Haveria alguma mente perigosa entre os advogados de defesa da organização?

As mentes perigosas, em sua grande maioria, vivem como pessoas comuns. No entanto, são desprovidos de consciência e, portanto, destituídos do senso de responsabilidade ética, que é a base das relações emocionais. Não apresentam o sentimento de culpa ou remorso por desapontar, magoar, enganar ou até mesmo matar. São encontrados em qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas não são como a maioria.

Admitir a existência de criaturas com essa natureza é quase uma rendição ao fato de que o mal habita entre nós, diz Ana Beatriz. A psiquiatra está convencida da importância das falhas em nossas organizações familiares, educacionais e sociais. Essas falhas merecem nossa atenção e estudos aprofundados, mas por si só não são suficientes para explicar o fenômeno da psicopatia.

O que possibilitou a transformação de Gregório?

Por que Jesus fez a mesma pergunta a Pedro pela terceira vez?

- Simão, Filho de Jonas, amas-me? (João, 21.17).

Jesus conduz Pedro ao mais alto nível do cognitivo e o impulsiona ao mais alto nível do domínio afetivo. Isso é educação, para libertação.

Jesus não pede informação, não deseja inteirar-se dos conhecimentos do colaborador; não reclama compromisso formal. Pretende saber apenas se Pedro o ama, deixando perceber que, com o amor, as demais dificuldades se resolvem. Se o discípulo possui suficiente provisão dessa essência divina, a tarefa mais dura converte-se em apostolado de bênçãos promissoras.

As conquistas intelectuais valem muito, as indagações são louváveis, mas em verdade somente será efetivo e eficiente cooperador do Cristo se tiver amor. 


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita