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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 461 - 17 de Abril de 2016

VAGNER SANTOS NUNES
vagnernunes.ba@gmail.com
Salvador, BA (Brasil)

 


Ensaio sobre transexualidade


Após passar um tempo vendo a transexualidade sendo confundida com a homossexualidade em algumas palestras, e até mesmo em alguns livros espíritas, decidi refletir sobre a temática. Entretanto, o mais interessante é que a reposta para os meus questionamentos foi encontrada em um lugar em que nunca havia pensado antes: O Livro dos Espíritos.

Primeiramente gostaria de diferenciar identidade sexual e identidade de gênero. A identidade sexual diz respeito à orientação sexual do indivíduo, que pode ser: heterossexual, bissexual ou homossexual. Em contrapartida, a identidade de gênero está associada a como o indivíduo se percebe: homem ou mulher. Portanto, uma menina que se percebe como menino é definida como um sujeito transgênero, ou transexual. Logo é possível concluir que identidade sexual e identidade de gênero são coisas distintas, embora estejam relacionadas à sexualidade humana.

Posto isso, gostaria de relatar a minha visão acerca da transexualidade com base n’ O Livro dos Espíritos.

Na questão de nº 335, Allan Kardec pergunta o seguinte:
 

335 – O Espírito tem o direito de escolher o corpo no qual vai encarnar ou somente o gênero de vida que lhe deve servir de prova?

Pode, também, escolher o corpo, porque as imperfeições desse corpo são para ele provas que ajudam o seu progresso, se vence os obstáculos que nele encontra, mas a escolha não depende sempre dele; ele pode pedir.


– Poderia o Espírito, no último momento, recusar o corpo escolhido por ele?

Se o recusasse, sofreria sempre mais do que aquele que não tentou nenhuma prova. 

As perguntas citadas acima, elaboradas por Allan Kardec, possibilitaram-me refletir sobre questões acerca da transexualidade, e que nunca tinha visto em textos na internet. Mas como isso é possível? Apenas duas perguntas que foram respondidas pelo Espírito Verdade seriam suficientes para destrinchar a transexualidade? Não, mas elas podem nos apontar novos caminhos e reflexões mais lógicas sobre a temática.

É sabido que o Espírito possui o livre-arbítrio e muitas das vezes ele mesmo escolhe o gênero das provas e o corpo ao qual irá se unir, conforme descrito acima. Contudo, segundo a resposta do Espírito Verdade, se o Espírito recusar o corpo escolhido no último momento poderá sofrer mais que as provas a que nem chegou a se submeter no corpo escolhido. Sendo assim, chegamos à problemática deste ensaio: “estou no corpo errado!”.

Atualmente é muito comum em jornais, internet e programas de TV lermos ou ouvirmos transexuais expressarem repulsa pelo seu corpo, e geralmente utilizam uma frase muito comum: “este corpo não é meu, estou no corpo errado”. Então, suponhamos que um Espírito, antes de encarnar, tenha escolhido nascer no corpo de um menino, porém, ainda no período da gestação, recusa o corpo escolhido; então, qual será o desfecho dessa história? De acordo com a resposta do Espírito Verdade, ele sofrerá bem mais do que se tivesse encarnado no corpo escolhido primeiramente, e não é exatamente isso que ocorre com os transexuais? Eles não manifestam a todo instante o sofrimento por estarem em um corpo “errado”?

Não é possível concluir este ensaio, todavia deixo aqui minha reflexão. Após recusar o corpo escolhido, não há dúvidas de que esse Espírito tende a sofrer bastante na sua encarnação, e essa sua escolha ainda no plano espiritual de recusar o corpo escolhido primeiramente é visível na fala de crianças transexuais, que afirmam veemente a recusa do corpo. Logo, é possível afirmar que o corpo material é masculino, por exemplo, mas no inconsciente está presente essa recusa, e por isso ele se percebe como feminino. Vale ressaltar que a ideia aqui proposta não tem ligação com vidas pretéritas.

Por fim, não é isso que acontece com os transexuais, um sofrimento psíquico imensurável? Teriam eles consciência da sua escolha em recusar o seu corpo no período da gestação? Penso em apenas uma resposta, a transexualidade é por esse viés apenas uma consequência do livre-arbítrio. Em contrapartida, devemos ajudar esses Espíritos para não falharem nas suas provas, que se tornam bem mais difíceis à medida que se encontram no instrumento inadequado. Lembremos diariamente das palavras de Jesus: “Amemo-nos uns aos outros como a nós mesmos”.


Referências:
 

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Instituto de Difusão Espírita, Araras, SP, 182a edição, 2009. 

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita