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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 461 - 17 de Abril de 2016

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 


No coração estão as
razões de vida

A boca fala do que está cheio o coração

"Bem-aventurados os que têm puro o coração, porque verão a Deus." - Jesus. (Mt., 5:8)


Em muitas ocasiões registramos a palavra "coração" na Bíblia, mormente na fala grandiloquente de Jesus, como, por exemplo, no registro de Mateus
[1]: "a boca fala do que está cheio o coração" etc... O coração expressa algo interior, o recôndito, o que é vital, necessário, indispensável; e, podemos, espiritualmente falando, entender que o Mestre se referia sempre, quando mencionava essa palavra, ao âmago da criatura, aos seus refolhos mais íntimos e secretos, suas peculiaridades, atavismos, conquistas e defasagens entre o ideal e a realidade de cada um.

Segundo a psicologia, "caráter ético deve ser uma ação decidida e afirmada, pela pessoa; uma expressão de seus motivos e atitudes interiores. Assim, um homem de princípios éticos não age no plano consciente como se amasse alguém a quem inconscientemente odiasse. É certo que nenhuma integridade é perfeita; todas as ações humanas têm certa ambivalência e motivo algum é totalmente puro. Agir de maneira ética não significa agir como uma pessoa completamente integrada - sem qualquer espécie de dúvida - ou então ninguém jamais agiria. Será preciso lutar, duvidar, entrar em conflito!... Significa somente que a pessoa se esforçou por agir, tanto quanto possível, a partir do âmago de si mesma; que admite e está cônscia do fato de que seus motivos não são completamente nítidos e assume o compromisso de esclarecê-los, à medida que for aprendendo no futuro. Quando, nas bem-aventuranças, Jesus falava em ‘puros de coração’, referia-se à integridade do homem cujas ações externas estão de acordo com seus motivos interiores”.

Jesus foi e será sempre imbatível juntamente com Seus conceitos sublimes. A Sua ética é - igualmente - insuperável! Depois de nos conscientizar a respeito dos valores e ações individuais, intrínsecos e inalienáveis, mostra-nos a Lei de Causa e Efeito agindo[2]: "A cada um será dado segundo as suas obras”.

Nesse passo, acompanhemos o raciocínio do notável psicólogo americano Rollo May no capítulo seis do livro "O Homem à Procura de Si Mesmo":

"(...) Nessa ênfase sobre as razões interiores dos atos de natureza ética há um nítido paralelo entre as descobertas da psicoterapia moderna e os ensinamentos de Jesus. Pois o ponto essencial da ética do Cristo foi haver deslocado o fulcro das regras exteriores dos dez mandamentos para as razões de ordem interior. Quando, por exemplo, Ele interpretou a Lei: ‘não matarás’, não afirmou simplesmente a característica linear do fato, mas, sim, as atitudes interiores em relação ao próximo, ou seja - ira, ressentimento, inveja, luxúria do coração e assim por diante..."

Penetrando mais fundo na essência do registro de Mateus acima mencionado, o psicólogo americano argumenta: "(...) há quem se assuste com a liberdade deste conceito ético e fique ansioso com a responsabilidade que recai sobre cada decisão sua. Talvez anseie pelas regras, os absolutos, a rígida lei antiga, que nos alivia deste temível encargo do livre-arbítrio. E, na ânsia por uma regra pessoal, conduz à anarquia - assim, cada qual pode agir como bem entender! Mas a liberdade não pode ser evitada com tal argumento. Pois o que é ‘honesto’ e ‘verdadeiro’ para determinada pessoa é totalmente diferente para outras”.

O Dr. Tillich declarou que "os princípios que constituem o Universo devem ser procurados pelo homem", e o oposto é também exato - o que se encontra na experiência humana, é, até certo ponto, um reflexo do que é correto e verdadeiro no Universo. Isto pode ser claramente ilustrado pela arte. Um quadro nunca é belo se não for autêntico e, na medida do possível, representar as percepções íntimas, imediatas, profundas e originais do artista. Caso contrário terá tudo menos beleza. É por isso que os trabalhos artísticos das crianças, quando uma expressão dos seus sentimentos simples e autênticos, são quase sempre belos; qualquer linha que se trace como pessoa espontânea e livre terá um reflexo de graça e ritmo... A harmonia, o equilíbrio e o ritmo que são próprios do Universo, presentes no movimento das estrelas e dos átomos e sublinhando nossos conceitos de beleza, encontram-se também presentes na harmonia de ritmo e equilíbrio do corpo, assim como em outros aspectos da personalidade. Mas, desde o momento em que a criança começa a copiar, a desenhar para conquistar o elogio dos adultos, ou a agir de acordo com as regras, as linhas tornam-se forçadas, rígidas, e a graça desaparece.

A verdade na tradição da “luz interior” na história da religião é que se deve sempre começar por si mesmo. “Ninguém conhece a Deus antes de conhecer-se a si mesmo. Voe para a Alma, o lugar secreto do Altíssimo”, disse Meister Eckhart. Relacionando essa verdade que Sócrates flagrou no Templo de Delfos, Kierkegaard escreve: "(...) segundo Sócrates, cada indivíduo é o seu próprio centro e o universo gira à sua volta porque o conhecimento de si mesmo é o conhecimento de Deus”.

Esta não é a história completa da ética, mas não há dúvida que se não começarmos por aí não chegaremos a lugar nenhum.

 

[1] - Mt.,15:18.

[2] - Mt.,16:27.

 

 


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