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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 10 - N° 460 - 10 de Abril de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 26)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Que tipo de Espíritos se encontrava na ala dos sonâmbulos, um setor do Hospital a que o autor se refere nesta obra?

Irmãos sonâmbulos é uma expressão que designa os Espíritos que chegam à Erraticidade e ali permanecem por largo tempo anestesiados nos centros da consciência, até quando o Amor os recambia à reencarnação em processos dolorosos de recuperação. Trata-se, muitas vezes, de suicidas, psicopatas, pessoas que são vítimas de desencarnação violenta e cujo processo de despertamento é muito difícil em razão das circunstâncias que os arrebataram do corpo somático. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.)

B. Pode haver deformidade perispiritual produzida pelo próprio Espírito, sem participação de terceiros?

Sim. Na ala dos irmãos sonâmbulos viam-se muitos casos assim. Dr. Inácio explicou: “Difere esse processo dos lamentáveis casos de zoantropia, licantropia e diversos equivalentes, porque não são produzidos por hipnose exterior, mas por exclusiva responsabilidade do enfermo”. E advertiu: “Nunca será demasiado insistir-se na necessidade da educação do pensamento, na disciplina das aspirações mentais, nas buscas psíquicas relevantes, a fim de evitar-se o enredamento nas malhas das próprias construções idealizadas”. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.)

C. Agenor era o nome de um dos Espíritos que se encontravam na ala dos sonâmbulos. É verdade que ele havia desencarnado antes da hora?

Sim. Além de uma vida de desregramento, toda dedicada ao prazer, Agenor foi consumido pelas drogas e sucumbiu em um distúrbio depressivo sob a ação mental de vingador inclemente, até que, inspirado pelos Espíritos perversos com os quais convivia mentalmente, desertou do corpo através de uma superdose. Fatos assim são catalogados como casos de suicídio involuntário. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

Texto para leitura 

135. A ala dos irmãos sonâmbulos – Cada paciente com o qual travara contato naqueles dias, ensejava um vasto cabedal de informações para o próprio burilamento de Manoel P.de Miranda. A todo instante, em cada um patenteava-se a lição que deveríamos insculpir a fogo na consciência: ninguém foge da vida. Miranda já se encontrava no Hospital psiquiátrico por duas semanas de enriquecimento espiritual, quando o dr. Inácio lhe disse que desejava levá-lo às enfermarias onde se encontravam os irmãos sonâmbulos. Não lhe era estranha a situação em que muitos Espíritos chegam à Erraticidade e ali permanecem por largo tempo anestesiados nos centros da consciência, até quando o Amor os recambia à reencarnação em processos dolorosos de recuperação. Trata-se, muitas vezes, de suicidas, psicopatas, pessoas que haviam sido vítimas de desencarnação violenta e cujo processo de despertamento era difícil em razão das circunstâncias que os arrebataram do corpo somático. No entanto, a forma como o Diretor se referiu àqueles pacientes chamou particularmente sua atenção, despertando-lhe saudável curiosidade. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

136. A mente e seu papel em nossa vida – Chegados ao local, o Diretor informou: “Trata-se de um lugar específico em nosso pavilhão onde se encontram amparados inúmeros Espíritos em estado de hibernação temporária. A mente exerce em todos nós, conforme é do nosso conhecimento, um papel preponderante. A denominada mente abstrata concebe e o nominalismo verbal envolve a ideia que passa a ter existência real, tomando forma e facultando-nos identificar pensamentos, coisas, pessoas, assim como intercambiar mensagens. Quando essas formulações possuem conteúdo edificante, saudável, e aspirações nobres, transformam-se em paisagens de beleza e de alegria, favorecendo o bem-estar e a tranquilidade naquele que as cultiva. Da mesma forma, quando tendem ao primarismo, ao exclusivamente sensorial, particularmente nas áreas do prazer e do mesquinho, igualmente se convertem em províncias de gozo rápido e sombrio, envoltas em névoa densa, na qual se movimentam e se vitalizam arquétipos grosseiros e princípios espirituais em transição evolutiva. Noutras ocasiões, homiziam-se, nesses redutos mentais, Espíritos profundamente asselvajados que se alimentam dessas emanações deletérias em um círculo vicioso entre o paciente, seus hospedeiros e vice-versa. Como efeito do baixo teor dessas vibrações, a mente degenera na seleção de mensagens e retrai-se, fixando-se apenas naquelas em que se comprazem os indivíduos. Com o passar do tempo, quase monoidealizando-se, o Espírito deixa de emitir novos influxos psíquicos e o perispírito sofre alterações correspondentes, retraindo-se, volvendo às expressões iniciais...” (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

137. O porquê das deformidades do perispírito – Continuando suas explicações, o Diretor acrescentou: “Difere esse processo dos lamentáveis casos de zoantropia, licantropia e diversos equivalentes, porque não são produzidos por hipnose exterior, mas por exclusiva responsabilidade do enfermo. Nunca será demasiado insistir-se na necessidade da educação do pensamento, na disciplina das aspirações mentais, nas buscas psíquicas relevantes, a fim de evitar-se o enredamento nas malhas das próprias construções idealizadas”. Em seguida, o grupo desceu ao piso inferior, no qual se encontrava Ambrósio, e adentrou uma dentre várias enfermarias de maior porte. Embora se tratasse de uma sala de dimensão expressiva, com janelas que davam para o exterior — mesmo a construção se encontrando em uma espécie de subsolo — eram elas resguardadas por cortinas espessas para impedir a claridade que pudesse vir de fora. Apesar da suave luz que se derramava do alto, pairava no ambiente uma tênue névoa pardacenta que cobria praticamente todo o ambiente acima dos leitos bem cuidados e paralelamente arrumados em ambos os lados, mantendo uma ampla passagem central que os separava. Na parte do fundo, Miranda observou que havia alguns biombos, que recordavam os existentes nas enfermarias terrestres, para preservar a intimidade dos doentes. Sentia-se também um odor nauseante especial, conforme ele já havia também percebido nas visitas a Ambrósio, enquanto diversas Entidades amigas, vigilantes e dedicadas, permaneciam silenciosas assistindo-os a todos. Era possível escutar o ressonar pesado dos adormecidos, com variações de ritmo, que certamente representava o estado de torpor ou de pesadelo vigente em cada qual. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

138. Uma mãe dedicada – Acercando-se de um leito assistido por uma Senhora que denotava elevação espiritual, o Diretor saudou-a afavelmente e apresentou-lhe os amigos que o acompanhavam. “A querida amiga — disse dr. Inácio com naturalidade — é a genitora do irmão Agenor, que se encontra em estado sonambúlico, há mais de dois anos entre nós. Com frequência vem visitar o filho e envolvê-lo em energias diluentes do casulo no qual se encarcerou. A sua constância e amor têm contribuído eficazmente para o refazimento do jovem equivocado, lentamente arrancando-o da auto-hipnose que se permitiu embora inconscientemente.” A Dama, que irradiava cativante simpatia, sorriu, e acrescentou: “Percebo-o mais calmo e já consigo emitir pensamentos que lhe ressoam na casa mental, convidando-o a sair do esconderijo onde se oculta”. Dr. Ignácio solicitou a Miranda que se concentrasse na área correspondente ao encéfalo do adormecido. Todo ele fazia recordar uma crisálida, no seu processo de transformação. Havia adquirido estranha aparência, envolvendo-se em anéis constritores que se movimentavam ao ritmo respiratório. As formas convencionais e humanas haviam sido substituídas pela esdrúxula carapaça que o envolvia externamente, apesar de a respiração eliminar a mefítica substância que se adensava no ar em contato com a predominante no recinto. Tomado de sincera compaixão, e mentalizando o Mestre Jesus, Miranda procurou direcionar o pensamento para a área correspondente ao cérebro, e, à medida que ali se fixava, pôde observar que penetrava o envoltório grosseiro, podendo acompanhar a luta que era travada pelo Espírito mergulhado em angústia inominável. Tratava-se de um encarcerado esforçando-se para libertar-se da constrição entre blasfêmias e imprecações, ameaçando-se de extermínio com interregnos de alucinação e gritaria infrene. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

139. O caso Agenor – Pela memória daquele Espírito repassavam, como numa tela cinematográfica, os atos que havia cometido e que respondiam pela situação penosa em que se encontrava, sofrendo inenarrável aflição que, no entanto, não o conseguia consumir. Fixações mais severas repetiam-se em terrível continuidade, impedindo-lhe qualquer disposição para pensar ou elaborar algum mecanismo de libertação. Nessa rude peleja surgiam com rapidez momentos de calma, que pareciam animá-lo, para logo recrudescer o tormento. Naquela visão profunda, apareciam as imagens do passado, especialmente as decorrentes do uso infeliz que fizera da existência dedicada ao prazer, e, por fim, ao mergulho em distúrbio depressivo sob a ação mental de vingador inclemente que o induziu ao suicídio... Em face da surpresa em torno do terrível flagelo moral que infelicitava o paciente, dr. Inácio informou: “Agenor, o nosso irmão, nasceu em lar feliz, amparado pela abnegação materna, que não soube valorizar desde os verdes anos da existência física. Convidado ao estudo do Evangelho no Lar, realizado pela mãezinha, escusava-se, renitente e ingrato. Reencarnara-se, como é normal, para recuperar-se de graves delitos, e o Espiritismo dever-lhe-ia ser a diretriz de segurança para caminhar com acerto, produzindo no bem e recuperando-se do mal que jazia nele próprio. Embora a insistência da genitora, pouco assimilou das lições espíritas e cristãs. Logo lhe foi possível, entregou-se aos disparates sexuais, enveredando pelas drogas de consumo fácil. Nos intervalos, quando despertava dos estados de alucinação, encontrava a mãezinha vigilante a convidá-lo à mudança de comportamento, sem que os resultados se fizessem eficazes. Nesse comemos, adveio a desencarnação da senhora, crucificada no sofrimento que ele lhe impunha, e, logo recuperando-se no Além, compreendeu que somente o tempo seria o grande educador do filho rebelde”. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

140. Uma superdose determinou a morte corpórea de Agenor – Segundo informações do dr. Inácio, os anos sucederam-se, multiplicando desequilíbrios em Agenor, que mergulhou em prostração e distúrbio de melancolia, em depressão, consumindo mais e mais drogas, até que, inspirado pelos Espíritos perversos com os quais convivia mentalmente, desertou do corpo através de uma superdose. Houve um silêncio, repassado de piedade e emoção, após o qual o Diretor prosseguiu: “Pode-se imaginar a dor materna; mas, submissa aos desígnios de Deus e conhecedora das leis que regem a vida, ao invés de censurar ou esquecer o filho, empenhou-se em prosseguir auxiliando-o, conseguindo ampará-lo além da morte com a sua posterior transferência para nossa Casa, depois de um período de tempo expressivo em que o mesmo permaneceu em região espiritual correspondente à situação de suicida. Há quinze anos desencarnado, encontra-se entre nós, conforme informamos, há vinte e cinco meses em processo de recondicionamento e reequilíbrio. Os momentos de calma, que foram observados, são já o resultado das induções abençoadas da genitora, que o tranquilizam por breves momentos, e que se irão ampliando até que sejam conseguidos mais significativos reflexos de paz no seu mundo interior desestruturado”. Porque se fizesse um silêncio espontâneo, Miranda alongou  o olhar na direção do leito próximo, e pôde ver outro paciente envolto em vibrações escuras, que o  apresentavam como se fosse uma múmia enlaçada por ataduras especiais que o mantinham imóvel. O Diretor explicou que se tratava de uma deformidade muito especial do perispírito, que fora mutilado pela mente encarnada com ambições desmedidas, produzidas também por terrível incidência obsessiva de hábil hipnotizador sem a indumentária carnal, que induzira aquele Espírito a atitudes de perversão sexual demorada, levando-o a retomar a postura larval. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) (Continua no próximo número.)




 


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