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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 431 - 13 de Setembro de 2015

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 



Ações e reações


Todo problema deve constituir um repto ao valor moral do homem a fim de ser solucionado. Submeter-se passivamente a qualquer conjuntura de dor, ignorância e sombra, resulta de tácita covardia moral ante a luta, na qual todos devem investir e empenhar esforços para a superação das dificuldades e a instauração dos triunfos que produzem seres ditosos.
(FRANCO, 1976, p. 66.)


O amor – tanto quanto a humildade – não deve ser sentimento fingido, e, sim, verdadeiro em nós. Quando isso não ocorre, cedo ou tarde acabamos sendo desmascarados. Foi por isso que Jesus nos recomendou: “Seja o vosso dizer: sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mateus, 5:37).Jamais nos esqueçamos, entretanto, de que toda a passagem do Cristo pela Terra teve por fim, principalmente, nos dar exemplos de serviço desinteressado em benefício alheio. O que ele nos quis demonstrar é que quanto mais nos dedicamos a servir, desinteressadamente, ao próximo, mais estamos realizando em nosso próprio benefício. Isso não advém de cálculo, nem é simploriedade, é sublime. Está não somente no Evangelho de Jesus, como também n’O Livro dos Espíritos, questão 897.

Há pessoas, porém, que estudam as obras espíritas e as escrituras sagradas 50, 60 anos, e ainda não entenderam isso. Estão sempre calculando o valor de suas boas ações e, portanto, não demonstram a verdadeira elevação espiritual, embora isso seja melhor do que nada. Mas enquanto não aprendermos a fazer o bem, sem qualquer ideia de retribuição, ainda estaremos distantes do entendimento do que é, realmente, ser bom.

O interesse pessoal, como lemos na questão 895, d’O Livro dos Espíritos, é o sinal mais característico de nossa imperfeição. Isso não significa que nada devamos fazer que produza bons frutos, em geral, e, sim, que precisamos usar os nossos talentos visando ao bem comum, com desapego às coisas materiais e, mesmo, ao reconhecimento deste mundo.

Há pessoas que passam a vida enganando-se a si mesmas. Fingem ser o que absolutamente não são, mas sabem, perfeitamente, que ainda não o são e continuam fingindo sê-lo, o que é de uma hipocrisia comparável à que o Cristo identificou nos cidadãos de sua época, em especial, nos fariseus.Infelizmente, onde nunca deveria haver hipocrisia, que é nas casas religiosas, é onde, não raro, nos deparamos com ela. E tal coisa ocorre em virtude de o ser humano ser ávido pelo poder. Desse modo, quando não o conquista na política, nos centros acadêmicos, na economia, corre para os ambientes filosóficos ou religiosos e disputa os postos-chave, com todos os recursos disponíveis que acredita possuir; em geral,por julgar saber algo mais que seus “seguidores”.  Mas uma coisa é saber, outra é sabedoria. Saber é conhecer algo, sabedoria é utilizar para o bem esse conhecimento.

O pseudossábio, tão logo alcança seu objetivo, tira a máscara da humildade e começa a deixar rastos por onde passa; mas,ao perder o poder,ataca os que considera inimigos e, ainda, se julga injustiçado pelos que o viram sem a máscara da hipocrisia. Como não gostou de ser “descoberto”, agride a todos, indistintamente, julgando-os também mascarados. Seu objetivo básico, porém, é um só: reconquistar o poder, ainda que tenha que atacar instituições seculares, que objetiva substituir pela sua.

Os Espíritos superiores estão atentos e sabem perfeitamente do que é capaz cada um de nós, tanto para o bem, quanto para o mal. Diz o Espírito Manoel Philomeno de Miranda que “O abuso da força, do poder econômico ou social, da autoridade, da inteligência, seja do que for, produz a desdita a que o mau mordomo se arroja, em demorada e aflitiva recuperação” (FRANCO, 1976, p. 55).

Tenho para mim que o comportamento abusivo decorre de uma visão equivocada, em relação às atitudes alheias, além de imaturidade espiritual, na aplicação prática dos conhecimentos teóricos que as obras superiores nos proporcionam. Infelizmente, nos dias atuais, é recorrente a seguinte dedução: Se todo o mundo faz assim, por que tenho que fazer diferente? Não sou melhor do que ninguém. Outros dizem que lugar de santo é no céu e ainda estamos na Terra, onde, segundo Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”. Não necessariamente. Ainda sou dos que acreditam na humanidade real, conforme exemplificou o Cristo, ainda que meus esforços, muitas vezes, sejam baldos, na correção de meus defeitos. Persisto, porém, pois estou certo de que só o bem é eterno.

Jesus recomendou-nos amar os nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem e caluniam. Quem age visando a seus próprios interesses mundanos ainda não se conscientizou de que não é na Terra que temos de colocar nossos tesouros, “onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam, mas no céu” (Mateus, 6:19).

O ambicioso pelo poder ainda não percebeu que todo poder emana de Deus e que não somos insubstituíveis, antes, tudo o que fazemos resulta, sempre, em nosso próprio benefício ou malefício.

Não falta quem leia estes nossos modestos apontamentos e os chame de “simplistas”, justamente por ainda disputar as glórias efêmeras do mundo, a ascendência espiritual sobre as demais pessoas, a quem subestimam e criticam. Daí vêm as correções que, quando decorrem de nossas graves faltas para com a Lei de Deus, impressa em nossa consciência (questão 621 d’O Livro dos Espíritos), provocam, em cada um de nós, duros golpes, físicos e morais. O Espírito Miranda exemplifica muito bem esse processo corretivo, que acarreta a auto-obsessão, em Tramas do destino, nos seguintes trechos:

O maior inimigo do paciente auto-obsidiado é a sua consciência de culpa, de que não se esforça, realmente, por libertar-se, conseguindo merecimentos pelo uso bem dirigido da força que empreende para a regularização dos erros pungentes.

No capítulo das auto-obsessões aparece vasta gama de alienados, egoístas, narcisistas, hipocondríacos, exibicionistas etc., em cuja gênese da enfermidade se fixam complexas matrizes para a fascinação e a subjugação, que procedem dos Espíritos infelizes que são afins ou se lhes vinculam por processos cármicos redentores.

Em toda e qualquer injunção, porém, a psicoterapia do Evangelho é o mais eficaz medicamento para a alma e, consequentemente, para a vida. (FRANCO, 1976. p. 66). 

Esse processo é consequente das atitudes equivocadas de pessoas egoístas, que visam principalmente a seu bem-estar e utilizam as demais pessoas para trabalharem em seu ambicioso desejo de dominação e de poder. A esses, fica a advertência de Paulo: “Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço e o pecado que, tão de perto, nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” — Paulo. (HEBREUS, 12:1.) Quem desejar ser o maior, seja o servo de todos, já dizia Jesus (Mateus, 23:11). Somente assim nossas ações resultarão em reações positivas, todas elas baseadas no verdadeiro entendimento da mensagem do Cristo: “Meu reino não é deste mundo” (João, 18:36).


Referências:

ALMEIDA, João Ferreira de. Novo testamento, salmos e provérbios. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil. 2005.

FRANCO, Divaldo Pereira. Tramas do destino. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. 11. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1976.

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita