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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 352 - 2 de Março de 2014

JANE MARTINS VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)   

 
 

Espíritos entre nós


“... os discípulos, porém, vendo que caminhava sobre o mar, ficaram atemorizados e diziam: ‘É um fantasma!’ E gritaram de medo. Mas Jesus lhes disse logo: ‘Tende confiança, sou eu, não tenhais medo’.” (Mateus, cap. XIV, vv. 26 e 27.)

É milenar a crença na imortalidade da alma. A crença nos Espíritos consta no passado da Terra. Vemos comunicações dos Espíritos desde as mais remotas histórias. No antigo Egito era tão comum que, em libertando o povo hebreu da escravidão, Moisés proibiu as comunicações que eram banalizadas, por qualquer motivo, o que tolhia o desenvolvimento da consciência.

Na Escala Espírita, em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, de modo didático, classificou os Espíritos baseando-se em seu grau de evolução, nas qualidades que adquiriram e nas perfeições que carregam. Temos aqueles em que há predomínio da matéria sobre o Espírito, que têm propensão para o mal, ignorância; seres imperfeitos, alguns não essencialmente maus, mas ignorantes do bem, na base da escala, a terceira ordem. Na segunda ordem vemos os bons Espíritos, que têm o desejo do bem, e na primeira ordem, no topo da escala, os Espíritos puros, aqueles que já alcançaram a perfeição. Kardec esmiúça bem esse assunto nas questões 100 a 112 de O Livro dos Espíritos.

Quem costuma fazer autoanálise e se conhece em profundidade pode ter uma ideia de que tipo de Espírito encarnado existe aqui na Terra, baseado nessa escala proposta por Kardec. Sabemos que os Espíritos estão por toda parte. Nossos sentidos obtusos não nos permitem vê-los, a menos que sejamos médiuns videntes. Na questão 567 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se os Espíritos costumam imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações e a resposta é que, quando os Espíritos são vulgares, sim. Diz ainda que esses Espíritos nos rodeiam constantemente e, com frequência, tomam parte ativa no que fazemos, de conformidade com sua natureza.

Espíritos imperfeitos, alguns gostam de brincar, de assustar, em sua infância espiritual. Não é de estranhar, então, que os discípulos de Jesus tivessem pensado que era um fantasma que caminhava sobre as águas e tivessem medo naquele momento. Eram na sua maioria médiuns e estavam aprendendo com Jesus. Dia chegaria em que não temeriam nem mesmo a própria morte, quando o conhecimento estivesse consolidado neles, a ponto de, posteriormente, o apóstolo João, familiarizado com as comunicações com os Espíritos e com a natureza deles, deixar o ensinamento para os cristãos: “Não creiais em todos os Espíritos, vede antes se eles são de Deus”.

Pedro, na passagem do evangelho citada no preâmbulo deste texto, usou esse critério, pois, quando Jesus disse “Tende confiança, sou eu, não tenhais medo”, ele respondeu: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas”. E Jesus respondeu: “Vem”. Ele foi e caminhou, até que sentiu medo e começou a afundar, sendo salvo por Jesus.

Essa passagem é interessante. O medo nos prejudica e nos faz mal; quando é excessivo, nos faz decair. Prudência é necessário. Nem medo destruidor, nem atitudes tão destemidas que se tornem prejudiciais. Não aos extremos. Sim ao equilíbrio.

Com relação a esse antigo medo de “fantasmas”, iniciado provavelmente por médiuns despreparados, pois a mediunidade é milenar e existe com o homem, vamos contar um caso que nos fez rir muito. Uma senhora de setenta anos, grisalha, muito ativa, pedagoga, nos relatou que há muitos anos, quando mais jovem, recebeu um chamado de uma tia muito querida de Santa Catarina, dizendo-lhe que seu tio havia desencarnado. Ela o considerava como a um pai, pois ele a havia criado durante a infância, com essa tia, e, em face disso, pôs-se imediatamente a caminho de Santa Catarina, para consolar a tia e sua prima, naquela hora difícil para ambas. Chegou sob uma chuva torrencial, com raios, relâmpago e debaixo de muito frio. Eram vinte e duas horas e trinta minutos, quando o ônibus chegou à rodoviária. Ela, que tinha a pele alva, estava toda de preto. Casaco preto até os joelhos, calça preta, chapéu preto, botas pretas, mala preta, guarda-chuva preto. Pegou um táxi e pediu que a levasse ao cemitério da pequena cidade. Quando lá chegaram, naquela hora, sob aquela chuva forte, não havia ninguém e ali estava tudo escuro. Ela sabia que o velório era lá dentro. “Dona, a senhora vai ficar aí?”, perguntou-lhe o motorista. Ela pôde ver o medo nos olhos dele. “Sim, eu vou ficar aqui, sim, pode parar o carro aqui”. Quando ela desceu, nem deu tempo de despedir, ele saiu com o carro em disparada. O pobre e amedrontado motorista deve ter contado uma história de terror no dia seguinte, sobre como levou em seu carro um fantasma, ou, se o preferirem, uma “alma penada”, como dizem alguns, altas horas da noite, com tempestade, para o cemitério.

Isso nos fez dar boas risadas, apesar de que, no caso, ela estivesse indo para um velório, o que não tornaria o caso cômico, mas não foi possível não rir, até pelo modo vivaz com que ela contou a história. Fatos assim apenas confirmam que mesmo de modo popular, com contos, lendas, estórias e histórias de fantasmas ou Espíritos em dificuldades, nossos irmãos em evolução, a crença na imortalidade da alma está impressa na compreensão das pessoas. E o fato de os Espíritos se comunicarem com os homens, também.

“Tende confiança, sou eu, não tenhais medo”, disse Jesus. Esclarecidos, o medo desapareceu da mente dos discípulos. Busquemos nos esclarecer, aprender, fortalecer nossa fé. Tenhamos bom ânimo e a firme convicção de que o amor divino nos ampara sempre, dando-nos a calma necessária para passarmos as experiências da Terra com serenidade, embora, muitas vezes, com os sofrimentos que nos educam os sentimentos. 

 

 

 


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