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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 350 - 16 de Fevereiro de 2014

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 
 

Bem-aventurados os
pobres de espírito


Um texto que deveríamos ler e refletir, diariamente, é o Sermão da Montanha, no capítulo 5 do Evangelho de Mateus. Essa passagem de Jesus é uma das mais belas páginas que o Mundo já recebeu. É um dos mais perfeitos, elevados e completos cursos de iniciação espiritual legados a todos nós. Cada bem-aventurança merece ser comentada em separado. Vamos começar pela primeira: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o Reino dos Céus”.

Allan Kardec, n’O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo VII, destaca a oposição entre humildade e orgulho. A primeira é típica dos Espíritos superiores, sendo que o mais elevado de todos é o próprio Jesus, manso e humilde de coração, consoante suas próprias palavras em Mateus, capítulo 11: 28-30: “Venham a mim todos aqueles que se encontram oprimidos e cansados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu manto e aprendam comigo, que sou manso e humilde de coração; e vocês alcançarão descanso para suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Pobres de espírito não são os desprovidos de inteligência, diz Kardec, mas os que são humildes. Para os últimos é que está reservado o Reino de Deus, para os que buscam o conhecimento, a riqueza interior. Já para algumas pessoas que detêm muito estudo, nem todas, felizmente, até mesmo a ideia de Deus soa como infantilidade dos que consideram “pobres de espírito”. É a falsa superioridade de quem apenas conhece o lado teórico das coisas. E essa é a grande diferença entre o que possui saberes e o verdadeiro sábio. Aquele nega a Deus, pois seu orgulho do suposto conhecimento o faz rejeitar as mensagens do mundo invisível. Para essas pessoas, as máximas de Jesus são boas apenas quando são utilizadas no controle dos atos de criaturas simples, facilmente manipuladas pelos mais espertos. Um dia, porém, explica Kardec, os pretensos sábios da Terra penetrarão o mundo invisível que tanto negaram, então já não lhes será possível manter a empáfia e se sentirão humilhados.

Pobres de espírito, nas palavras de Jesus, não são os simplórios, os ingênuos, ignorantes, e sim os que possuem simplicidade de coração e humildade espiritual. Mais vale, então, para a felicidade futura, que sejamos pobres em espírito e ricos moralmente. Em Lucas, capítulo 22, versículo 27, o Senhor nos transmite esta belíssima imagem da grandeza espiritual que possui e espera de cada um de nós, para que possamos ser seus dignos discípulos: “Pois qual é o maior: quem está à mesa ou quem serve? Não será quem está à mesa? Eu, porém, sou, entre vocês, como aquele que serve”. E, em João, capítulo 13, o Mestre cobre-se com uma toalha, enche uma bacia de água e lava os pés de seus discípulos, após o que lhes recomenda que aquele que desejar ser o maior, que se faça o servidor dos demais, como ele, nosso Mestre e Senhor, o fazia.

Essas considerações levam-nos a recomendar a todos que nos leem uma atitude de permanente doação, perante a vida e as pessoas. Atitude de amor incondicional, principalmente àqueles que não nos compreendem, atos voltados à prática permanente da humildade sem jamais nos eximirmos de ser úteis.

Humildade sempre:

Haja o que houver na vida, neste mundo,

Unicamente isto é imprescindível:

Muita humildade, muito amor, profundo

Idealismo, elevação do nível...

Luta contra o sentido falso, oriundo

Da imperfeição humana bem visível

Ao mudo apelo, apelo mudo e fundo

De tua consciência ultrassensível

Em seu olhar perscrutador, rotundo.


S
ente a humildade de reconhecer

Em cada ser humano a irmã e o irmão

Membros do Grande Todo a florescer

Para frutificar na elevação

Rumo ao Supremo Pai de todo ser

E sentirás Jesus no coração.

Os pobres de espírito do Sermão do Monte podemos ser nós, quando já não nos julgamos acima dos nossos semelhantes, por termos entrado em contado com a sublime mensagem do Cristo. Mas nosso orgulho ainda se manifesta no momento em que deixamos de praticar a compaixão para com os desafortunados, como ocorreu na história psicografada por Francisco Cândido Xavier, no livro A boa nova, que sintetizamos a seguir.

Conta-nos o Espírito Humberto de Campos que os enfermos e pobres de Corazim, Magdala, Betsaida, Dalmanuta e outras aldeias das proximidades de Cafarnaum enchiam as suas ruas, na época inesquecível da presença do Senhor na Terra. Os discípulos eram procurados. Felipe, pelos doentes, Pedro pelos pobres, que rodeavam sua casa em busca de um lenitivo para suas dores no mundo.

Assim, nos primeiros dias do apostolado, pequeno grupo de infelizes procurou Levi (Mateus), o apóstolo publicano, em sua casa confortável. Queriam explicações sobre o Evangelho do Reino dos Céus...

Mateus, demonstrando, nessa época, estranheza, disse-lhes que, no novo Reino, Jesus reuniria todos os corações sinceros e de boa vontade desejosos de irmanar-se como filhos de Deus. Mas, perguntou-lhes, o que julgavam poder fazer, se um era aleijado, o outro fora abandonado pela família e outro mais vivia aflito?

Essas pessoas entristeceram-se. Sentiram-se humilhadas pelas palavras do apóstolo, as quais os faziam sentirem-se inúteis. No entanto, aguardariam, mais tarde, a presença de Jesus, que pregaria no monte... A esperança haveria de retornar aos seus corações...

Antes, porém, de dirigir-se para a montanha, onde uma multidão já o aguardava, Jesus esteve também com Mateus e, após ouvi-lo sobre a recusa deste à contribuição dos desafortunados, esclareceu-lhe com carinho:

— No entanto, Levi, precisamos amar e aceitar a preciosa colaboração do mundo!... Se o Evangelho é a Boa Nova, como não há de ser a mensagem divina para eles, tristes e deserdados, na imensa família humana?

Mateus comoveu-se, mas respondeu desapontado:

— Só quis expressar meu desejo de apressar a supremacia do Evangelho ante os que governam o mundo.

Jesus, com bondade, tornou a dizer-lhe:

— Quem governa o Mundo é Deus, e o Seu Amor não tem pressa... “Os triunfadores do mundo são pobres seres que caminham por abismos tenebrosos”. É preciso atentarmos na alma branda e humilde dos vencidos, a quem Deus envia bênçãos de bondade infinita. Amemo-los e ajudemo-los. Suas lágrimas adubam a Terra e a semente do Evangelho germinará para a luz da vida com o sacrifício dessas pessoas simples e esperançosas.

Os demais apóstolos chegaram, e o grupo seguiu para um dos montes próximos onde Jesus pronunciou seu sermão. E foi assim que sua primeira frase foi esta: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

Sejamos, pois, pobres de espírito como exemplificou Jesus, que, sendo o Governador da Terra, não se sentiu diminuído em ter como amigos e lavar os pés de simples pescadores e homens do povo. Façamos como Ele, que agiu com humildade e espírito de serviço ao próximo, sem qualquer desejo de retribuição, ou de reconhecimento, mas por puro amor. Somente assim alcançaremos o Reino do Céu.
 


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita