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Crônicas e Artigos

Ano 4 - N° 185 - 21 de Novembro de 2010

AYLTON GUIDO COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo (Brasil)
 

O poder da fé 


O mais terrível genocídio de que se tem notícia, após a segunda guerra mundial, foi o corrido em Ruanda, em 1994, no qual, segundo posteriores estimativas do governo ruandês, cerca de um milhão de pessoas foram mortas, em cem dias.

É um episódio terrível na história da humanidade.

Por trás dele estão os interesses políticos e econômicos das nações, chamadas civilizadas, da Europa.

Essas potências, em seu domínio nefando, aproveitaram-se de divergências tribais da região, entre tutsi, minoria, e hutus, maioria, para semear o ódio.

A eclosão dessa loucura coletiva dos hutus na caça e morte dos tutsis é de uma selvageria indescritível. Os tutsis eram caçados como “baratas” e “serpentes”, assim, os hutus os denominavam e assim eram mortos; não importava se eram velhos, crianças, jovens, homens ou mulheres.

É dantesco o cenário de como essa onda de ódio, perseguição e morte se alastra pelo país e como pessoas amigas e vizinhas passam a ser encaradas como inimigos que precisam ser aniquilados, de qualquer forma e sem a mínima piedade.

Nesse terrível cenário, porém, sobrelevam pessoas admiráveis por seus pensamentos e condutas calcadas em valores éticos emergidos dos valores cristãos, fossem eles vistos ou expressos pelas óticas religiosas do catolicismo ou protestantismo.

Dentre essas pessoas encontramos Immaculée Ilibagiza, jovem da etnia tutsi.

Seus pais, pessoas profundamente cristãs, pela formação católica eram admirados e reconhecidos pela comunidade de Mataba.

Ao irromper a perseguição dos hutus aos tutsis, o pai de Immaculée encaminhou-a à casa do seu amigo hutu, o pastor Murinzi.

Embora um pouco impregnado pela discriminação aos tutsis, o pastor, evidenciando seus valores cristãos pela formação protestante, acolheu, sob risco da própria vida, a tutsi Immaculée.

Tempos dolorosamente difíceis.

Immaculée e mais seis jovens e mulheres tutsis ficaram escondidas em um banheiro da casa do pastor por alguns meses, com o mínimo de alimentação e sem condições de tomar banho. Não podiam nem conversar, para não denunciarem a presença delas naquela casa.

Por várias vezes a casa do pastor foi revistada e revirada pelas milícias hutus, que caçavam tutsis como “baratas” e “serpentes” para aniquilá-las.

Nesses momentos, Immaculée orava fervorosamente não só para sobreviver, como, também, para não ser dominada pelo ódio aos perseguidores.

Embora o inenarrável sofrimento nessa prisão, ela se robustecia na fé para trabalhar, se não fosse morta, para eliminar ou aplacar o ódio entre os descendentes das tribos tutsi e hutus, que compunham o povo do seu país.

Seus pais e irmãos foram bárbara e impiedosamente mortos.

Não obstante, Immaculée, pelo poder da sua fé, não desistiu de trabalhar contra o ódio e semear a paz e o amor entre as pessoas.

Hoje trabalha na ONU, é palestrante sobre temas do amor e do perdão e tem uma fundação de apoio às crianças órfãs de Ruanda, que ela prometera fazer quando ainda enclausurada.

Lendo essa exemplar história de vida do livro: “Sobrevivi Para Contar”, de Immaculée, relatada pelo jornalista e escritor Steven Erwin (Ed. Objetiva Ltda.), eu concluí: “Para ser proveitosa, a fé tem que ser ativa; não deve entorpecer-se”; “A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com essa a trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?” (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Cap.XIX, item 11.)

Sim, essa é a fé de Immaculée. Como a humanidade está necessitando dela!

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita