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Ano 4 - N° 175 - 12 de Setembro de 2010

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br

Taguatinga Sul, Distrito Federal (Brasil)

 


Problema de Alimentação

(Parte 2 e final)

 

 
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, em 2003, publicado pela BBC Brasil, constatou que “a substância, chamada de ácido n-glicolilneurimínico (Neu5Gc), está presente em grandes concentrações na carne de porco, vaca e carneiro” (2003: s/p). Segundo o estudo, o “corpo humano não consegue sintetizar a substância, e ela desencadearia uma resposta imunológica nociva ao corpo. Por sua vez, isso poderia provocar câncer e doenças cardíacas” (Idem, 2003: s/p).

Em outro estudo europeu, que foi publicado na revista do Instituto Internacional do Câncer, é reforçada a “tese de que o consumo de carne vermelha pode provocar câncer no intestino. Os alimentos incluem carnes como as de boi, carneiro, porco e derivados como o bacon e o presunto” (Folha On-line, 2005).

Em outra contribuição científica,  

(...) os pesquisadores do Brigham and Womens Hospital e da Harvard Medical School, em Boston, examinaram 90 mil mulheres, que preencheram questionários em 1991, 1995 e 1999, nos quais registraram a frequência com que consumiam mais de 130 tipos diferentes de alimentos e bebidas. As que consumiram uma porção e meia de carne vermelha por dia tiveram quase dobrado o risco de câncer de mama receptor-positivo à presença de hormônios, em comparação com as mulheres que consumiram três ou menos porções de carne vermelha por semana (s/d: s/p). 

Em outro apontamento, alguns pesquisadores detectaram que as 

Células retiradas de tumores de próstata demonstraram uma atividade nove vezes maior do gene chamado AMACR, em comparação a células saudáveis, de acordo com uma equipe da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA). A molécula de ácido graxo AMACR está presente em altos níveis em laticínios e carne vermelha. O gene de mesmo nome produz uma enzima que ajuda a quebrar as moléculas de ácido graxo.

Estudos anteriores demonstraram que dietas ricas em carne vermelha estão relacionadas a um maior risco de câncer de próstata.

Os cientistas alertaram que ainda é muito cedo para se estabelecer uma relação entre o consumo de carne vermelha e laticínios e o câncer de próstata, mas disseram que as  descobertas fornecem pistas  para o  estudo da ligação (s/d:s/p).    

E um sem-número de publicações e pesquisas importantes vem a lume, demonstrando os efeitos deletérios da alimentação carnívora.

Como acréscimo, Eurípedes Kühl, estudioso do Espiritismo, diz: 

Ao morrer, os animais sentem – embora não o entendam – a maldade que os atinge, provocando-lhes tanta dor; seu pavor e desespero impregnam a carne de toxinas e liberam, à sua volta, fluidos espirituais deletérios; os desencarnados infelizes e ainda jungidos às coisas grosseiras da matéria absorvem tal matéria astral, com a qual seus perispíritos ficam igualmente impregnados; os encarnados têm registrado em seus Espíritos, como débito, a violência que infligiram ao animal. No futuro, uns e outros terão que eliminar do seu envoltório espiritual tais resíduos negativos, motivados pela culpa. E isso, infelizmente, só será possível com a dor, sendo certo, porém, que Deus, na Sua Misericórdia Infinita, alivia tal pesado fardo, oferecendo redobradas oportunidades de minimização do passivo, com ações no bem em favor do próximo (1998: 125).     

Acreditamos que a questão 722 de O Livro dos Espíritos deve ser meditada após os apontamentos acima. 

Considerações finais 

Como dito no início dessa breve reflexão, não temos a pretensão de modificar o comportamento alimentar de ninguém. Temos muito a fazer pela nossa própria existência sob o ponto de vista ético-moral.

A motivação maior para a publicação desse estudo foi de contribuir, sob a égide espírita, para a questão que tem sido vista como insignificante (!). Deve-se, também, às generalizações que já tivemos ensejo de ouvir em Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita (ESDE) de forma radical e peremptória, como se fossem verdades absolutas.

Frases do tipo:  

- “O importante não é o que entra na boca do homem, mas o que sai dela.” 

Ora, Jesus não seria leviano de determinar que não tivéssemos cuidados com os alimentos e a tudo comêssemos sem implicações graves ao nosso organismo. Ele pronunciou esse ensinamento sob o ponto de vista ético-moral. Utilizando-se, obviamente, de um contexto específico. Não significa que a frase deva ser interpretada ao pé da letra e de modo anacrônico para justificar a ingestão insofreável de carne.  

- “O importante é o aspecto moral. Basta lembrar que Hitler era vegetariano.”  

É fora de qualquer objeção que o aspecto moral é o fulcro do Espiritismo. É a faceta mais relevante para que modifiquemos a nossa condição ontológica. Todavia, utilizar a exemplificação de Hitler é um equívoco. Seria tomar a parte pelo todo. Se assim o fosse, dificilmente alguém escaparia no mundo. Existem padres que são pedófilos, mas isso não justifica dizer que todos o são, ao contrário, existem muitos bondosos e que realizam o seu ministério com afinco e amor. Existem espíritas que mercadejam com a mediunidade e enganam as pessoas, mas isso não quer dizer que todos os espíritas agem de tal modo. Existem políticos corruptos, mas seria equívoco generalizar e dizer que todos o são. Existem vegetarianos de má índole, talvez o maior arquétipo tenha sido Hitler, mas não significa que todos sejam da mesma maneira e coadunam com o pensamento do ex-totalitário. A generalização é um erro crasso e não pode servir de argumento para o estudioso do Espiritismo.  

- “Ficar sem comer carne é suicídio.”  

Francamente, essa frase nem merecia qualquer explicação. Mas (pasme! caro leitor) já ouvimo-la e por essa razão a colocamos aqui. Para o intento de diminuir ou mesmo acabar com a ingestão de carne, o ser humano não pode ser leviano. Deve-se procurar uma orientação segura de um médico e ir adaptando o organismo paulatinamente. A literatura demonstra que é exequível viver sem carne; lembramos ainda que existem atletas de alto rendimento que são vegetarianos; para além desses, existem pessoas comuns, do nosso cotidiano, que esbanjam saúde e são vegetarianas. Destarte, alegar que a ausência de carne é suicídio de forma taxativa é um erro. E não pode ser perpetuada em Estudos Sistematizados do Espiritismo. Isso denota despreparo de quem está à frente das atividades. É verdade que em casos sui generis a ausência de nutrientes de origem animal pode levar a sérios prejuízos de saúde, todavia, repetimos, o médico saberá determinar. Logo, tal afirmativa não pode ser tomada como verdade absoluta.   

- “Isso não é um problema importante. Nem vale a pena ser discutido.” 

Ora, se essa temática não fosse relevante, certamente, os Espíritos não teriam sinalizado quaisquer apontamentos sobre a mesma. Ao contrário, permitiriam que comêssemos qualquer tipo de coisa e em qualquer quantidade. Mas André Luiz, Humberto de Campos, Emmanuel e Palissy são bastante peremptórios em seus posicionamentos.

Os argumentos utilizados para a construção desse breve artigo não foram tirados de nossa cabeça, mas de autores respeitáveis. Isso, contudo, não encerra o assunto vultoso e os estudos sagazes acerca da temática.

Por fim, sabemos que toda evolução ocorre paulatinamente.

Sabemos também que a vertente moral é o primordial para todos nós. Mas podemos caminhar concomitantemente com a asa da moral e com o intelecto que se consubstancia nos avanços científicos que permitem outras fontes de alimentação. Alimentar-se corretamente, respeitando as formas de vida que servem de alimentos para nós, sobretudo os animais, constitui-se uma faceta da condição moral que deve ser atingida por todos nós e que não pode ser ignorada. Constitui-se uma elevação! Pretextar ignorância sobre os pontos aqui ventilados não se justifica mais, porque estão presentes em importantes obras espíritas e estudos acadêmicos, basta ser um razoável leitor. 

Reforçamos ainda o pensamento de que a carne não é algo pecaminoso. Um interdito que deve ser evitado radicalmente. Ao contrário, ainda serve de base alimentar para várias pessoas. A ciência recentemente tem produzido a carne em laboratório, isso abre um futuro promissor porque os matadouros não serão mais necessários. Ou seja, os cientistas perceberam que a matança que ocorre não se justifica diante do avanço científico-tecnológico de que dispomos. Segundo os cientistas que começaram a produzi-la,  

A carne fermentada é elaborada a partir do cultivo em laboratório de células-tronco ou de músculo de animais como frangos, porcos ou cordeiros. A alternativa, uma das 50 invenções do ano segundo a revista Time em 2009, seria "mais saudável e menos poluente" e teria as mesmas proteínas que a carne normal, segundo seus defensores. Sua produção pode, inclusive, ser controlada, para evitar doenças como o mal da vaca louca ou a gripe A (H1N1, popularmente conhecida como suína). (R7.COM, 2010: s/p.) 

Diante disso, os matadouros não seriam mais necessários. Os animais poderiam viver com dignidade. Se ainda assim, muitos quiserem continuar com tais comportamentos, porque a carne natural é melhor, o animal recém-morto ou “fresco” é de melhor sabor e outras tantas escusas injustificáveis, não nos compete julgá-los. Apenas fazemos das palavras de Padre Germano as nossas ("Memórias do Padre Germano", de Amália Domingos Soler, FEB) a respeito de Sultão: "Pobre animal! Pesa-me dizê-lo, mas é a verdade: encontrei num cão o que nunca pude encontrar num homem. Quanta lealdade, cuidado, solicitude!". 

 

Referências: 

BBC Brasil. Carne vermelha pode causar câncer, diz pesquisa. Publicada em 30 de setembro, 2003 - 18h38 GMT (15h38 Brasília). Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2003/09/030930_vermelharg.shtml>. Acesso em 9 de abril de 2010.

DE BIASE, Simone Grigoletto et al. Dieta vegetariana e níveis de colesterol e triglicérides. Arquivos Brasileiros de Cardiologia,  São Paulo,  v. 88,  n. 1, Janeiro,  2007. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007000100006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 8 de abril de 2010.  doi: 10.1590/S0066-782X2007000100006.

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FOLHA ONLINE. Estudo associa gene da carne vermelha ao câncer de próstata. Disponível em < http://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u14647.shtml>. Acesso em 9 de abril de 2010.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 84. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2003.

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KÜHL, Eurípedes. Animais, nossos irmãos. 6. ed. São Paulo, SP: Petit Editora, 1998.

MOREIRA, Leonardo Marmo. Carne: comer ou não comer? Eis a questão. In: O Consolador. Ano 2 - N° 75 - 28 de Setembro de 2008. Disponível em <http://www.oconsolador.com.br/ano2/75/especial.html>. Acesso em 9 de abril de 2010.

PUCSP Campus Sorocaba. Carne vermelha dobra risco de câncer de mama, diz estudo. Disponível em <http://www.sorocaba.pucsp.br/atn/news.php?id_news=587>. Acesso em 9 de abril de 2010.

R7.COM. Carne produzida em laboratórios abre portas para um futuro sem matadouros. Disponível em <http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/carne-produzida-em-laboratorios-abre-portas-para-um-futuro-sem-matadouros-20100503.html>. Acesso em 3/05/2010.

TEIXEIRA, Rita de Cássia Moreira de Almeida et al. Estado nutricional e estilo de vida em vegetarianos e onívoros - Grande Vitória - ES. In: Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, v. 9, n. 1, março, 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2006000100016&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  7  de abril 2010.  doi: 10.1590/S1415-790X2006000100016.

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XAVIER, Francisco Cândido (médium); André Luiz (Espírito). Nosso Lar. 52. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2002.

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XAVIER, Francisco Cândido (médium); Irmão X (Espírito). Cartas e Crônicas. 8. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1991.

XAVIER, Francisco Cândido (médium); Emmanuel (Espírito). A caminho da luz. 22. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1999.

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