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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 126 - 27 de Setembro de 2009

EURÍPEDES BARBOSA
euripedesb@gmail.com
Taguatinga, Distrito Federal (Brasil)
 

A importância do estudo e
O Livro dos Espíritos

"Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo." (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5.)


Nos centros de cultura evangélica dos tempos apostólicos, as cartas de Paulo de Tarso aos cristãos de várias comunidades eram lidas e trocadas para as elucidações devidas e o primeiro culto do evangelho no lar na casa de Pedro mostra  a importância do estudo em família.

Revivendo o cristianismo puro, os Centros Espíritas têm mantido estudos sistemátucos, destinados a clarear o pensamento religioso e traçar diretrizes à vida espiritual.

No livro Estude e Viva, ditado por Emmanuel, no capítulo “Na Escola da Alma”, encontramos o seguinte trecho: 

“Não alcançaremos a libertação verdadeira sem abolir o cativeiro da ignorância do reino do espírito. Quem aspire a entesourar os valores da própria emancipação íntima, à frente do universo e da vida, deve e precisa estudar”. 

Segundo os ensinamentos espirituais, “nós, espíritas, somos induzidos a estudar voluntariamente porque sabemos que o Espiritismo é luz no coração e no espírito. O estudo deve ser para nós obrigação, em qualquer idade ou circunstância da vida”. E Emmanuel, In “Entrevistas”, pergunta 63, nos diz: 

“Todos nós, sejamos crianças ou jovens, adultos ou já muitíssimo maduros, devemos estudar sempre”. 

Na questão 204, do livro O Consolador, foi perguntado a Emmanuel: a Alma humana poder-se-á elevar para Deus tão-somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos? E obteve-se como resposta: 

O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita”. 

Após o desencarne, o Espírito possui oportunidade de se aperfeiçoar na erraticidade. Então, há cursos no mundo espiritual? André Luiz nos conta no livro No Mundo Maior, capítulo XVII, que quando ele e Calderaro estavam reunidos à comissão de trabalho socorrista que operaria nas cavernas de sofrimento, a irmã Cipriana, que chefiava as atividades, perguntou: “- Pretende o irmão André seguir em nossa companhia?” Calderaro respondeu: “- Foi o próprio Instrutor Eusébio que lembrara a conveniência da visita de André aos abismos purgatoriais, uma vez que se achava interessado em obter informes da vida nas esferas inferiores para relatá-los aos encarnados”.

A diretora fixou em André o olhar lúcido e meigo, como a lastimar a impossibilidade e acrescentou: 

“- Nosso estimado André não tem o curso de Assistência aos sofredores nas Sombras espessas”. 

Depois, afagou André de leve com a destra carinhosa e disse: “- Se nos é indispensável obter difíceis realizações preparatórias a fim de colhermos o benefício das Grandes Luzes, é-nos imprescindível a iniciação, para ministrarmos esse mesmo benefício nas “Grandes Trevas”. 

Do livro Evangelho em Casa, Terceira Reunião, ditado pelo Espírito de Meimei e psicografado por Francisco Cândido Xavier, retiramos o trecho intitulado “O Sustento do Corpo e do Espírito”: 

“Certo aprendiz, em conversa com o professor, queixou-se de grande incapacidade para reter as lições.

 

Sentia-se sonolento, desmemoriado... 

Ao cabo de alguns instantes de leitura, esquecia de todo os textos mais importantes, ainda mesmo os que se referissem às suas mais prementes necessidades. 

Que fazer para evitar a perturbação? 

Travou-se então entre os dois o seguinte diálogo: 

- Meu filho, quando tens sede, foges do copo d’água? 

- Impossível. Morreria torturado. 

- Quando nu, abandonas a veste? 

- De modo algum. Não dispenso o agasalho. 

- Esqueces de levar o alimento à boca, ao te apresentarem a refeição? 

- Nunca. Como poderia andar sem comer? 

- Pois também não podes viver sem educação – concluiu o orientador. 

- Lembra-te dessa verdade e estarás acordado para os ensinamentos de nossos mestres. 

O mentor do grupo esboçou silencioso gesto de bom humor e salientou: 

- Nossa alma precisa estudar e conhecer, tanto quanto nosso corpo necessita de respirar e nutrir-se”. 

Atentos às recomendações espirituais e orientações da FEB, os Centros Espíritas, de modo geral, têm implantado o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – ESDE –, cujo objetivo geral é o de estudar o Espiritismo de forma sistematizada. Através do ESDE, estudamos os princípios da Doutrina Espírita em todos os seus aspectos: científico, filosófico e religioso. Ele objetiva, ainda, divulgar as obras básicas e complementares do Espiritismo, desenvolver nos participantes o interesse pelo estudo, pela renovação moral, pela causa, além de integrá-los na Casa Espírita. 

Para o engajamento dos participantes na dinâmica do estudo e no trabalho do movimento espírita, a implantação do ESDE é de grande importância. Agindo assim, o Centro Espírita atenderá às suas finalidades precípuas de esclarecer e consolar os seres humanos e se tornará um centro de estudo sério e metódico, envolvendo a todos os seus trabalhadores e demais frequentadores, sempre unidos pelos elos do amor e da fraternidade. 

O Espírito de Emmanuel, na resposta da questão 392, de O Consolador, assevera: 

“... O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação...”. 

Devemos, portanto, “começar pelo começo”, ou seja, estudar primeiro as obras básicas da codificação Kardequiana. A primeira obra a ser publicada foi O Livro dos Espíritos, ocorrida em 18 de abril de 1857, num sábado pela manhã. A sua elaboração aconteceu no gabinete de trabalho de Kardec, em sua residência à Rue des Martyrs, 8 (2º andar, fundos). O lançamento da obra inaugural da Doutrina Espírita ocorreu nas dependências do histórico Palais Royal (palácio real) a uma quadra curta do Museu do Louvre. No interior da histórica e portentosa galeria comercial Palais Royal, existiu a editora e livraria Dentu, no nº 13 da Galerie d’Orléans.  

Inicialmente, em formato grande, in – 8º, com 176 páginas de texto e distribuição dos assuntos em duas colunas, com perguntas e respostas na coluna da esquerda e o texto corrido equivalente na coluna da direita. Havia um interessante índice alfabético das matérias ocupando 5 páginas, índice que foi cancelado nas edições seguintes. Os XVII itens da introdução são desenvolvidos por Kardec, enquanto que os prolegômenos contêm algumas considerações de Kardec e em que termos os Espíritos deram, por escrito e por muitos médiuns, a missão de escrevê-lo. O Livro, em sua primeira edição, é composto por 501 perguntas e respectivas respostas dos Espíritos superiores, acrescidas de notas e comentários do Codificador. A obra é dividida em três partes: Doutrina Espírita com dez capítulos, Leis Morais com onze capítulos e Esperanças e Consolações com três capítulos. Há, ainda, um epílogo com menos de uma página. As notas e comentários de Kardec, em número de 17, vêm todas no final, ocupando 12 páginas. Sendo o seu nome muito conhecido do mundo científico: HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL e podendo originar confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de assiná-lo com o nome de ALLAN KARDEC, nome que, segundo lhe revelara o guia (Zéfiro, Espírito protetor de Kardec), ele tivera ao tempo dos druidas nas Gálias (França). 

Em 1957, Canuto de Abreu publicou edição bilíngue da primeira edição de O Livro dos Espíritos, sob o título “O Primeiro Livro dos Espíritos”, (São Paulo, Companhia Editora Ismael).

Em 18 de março de 1860, foi lançada a edição definitiva. Nela, Kardec põe na parte superior do frontispício as palavras “filosofia espiritualista”.  Com relação ao número de questões dessa edição, a FEB, em nota especial nº 2, no final do livro, à 75ª edição, escreveu: “Em edições anteriores a esta, as questões nºs 1012 a 1019 figuravam sob os nºs 1011 a 1018, respectivamente, sem ter sido atribuído número à questão imediatamente seguinte à de nº 1010, mantendo-se, não obstante, o texto em sua incolumidade original. (...) Na sequência da numeração das questões, o Codificador salteou o nº 1011 na 2ª edição francesa, definitiva, de março de 1860. Todavia, o texto foi mantido assim, mesmo nas quatorze edições que se seguiram até a desencarnação de Allan Kardec”. Nessa edição foram mantidas a introdução e prolegômenos sem alterações. O livro passa a ter 4 partes: 1ª Parte – Das causas primárias, com quatro capítulos; 2ª Parte – Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos, com onze capítulos; 3ª Parte – Das leis morais, com doze capítulos; e 4ª Parte – Das esperanças e consolações, com dois capítulos. No lugar do epílogo foi colocada uma conclusão com 9 itens, feita por Kardec.  

Fazendo uma análise das questões, chegamos ao seguinte: 

·                    naparte - 75 questões, da nº 1 a 75, e 12 subquestões, somando 87; 

 

·                    Naparte - das 76 a 613 temos 538, que  somadas com as 123 subquestões, chega-se ao número de 661; 

 

·                    a 3ª parte - tem 306 questões, das 614 a 919, e mais 42 subquestões, totalizando 348; e,

 

·                    a 4ª parte - com 100 questões, das 920 a 1019, 17 subquestões, e mais 2 questões que estão sem número e sem letra. Uma após a 1012 e outra após a questão 1014, perfazendo um total de 119.

 

Vamos, pois, à soma dos totais: 87+661+348+119 = 1.215 questões. Ou seja, 1.187 perguntas/respostas e 28 Itens de dissertações e afirmações.  

 

Há, ainda, o que poderíamos chamar de “respostas mensagens”, assinadas pelos Espíritos, como se seguem:

 

a 495, por S. Luiz e Santo Agostinho;

 

as 1004, 1006, 1007, 1008, 1010 e 1019, por S. Luiz; 

 

a 888, por Vicente de Paulo;

 

a 917, por Fénelon;

 

a 919, por Santo Agostinho; e

 

a 1009, por Santo Agostinho, Lamennais, Platão e Paulo, o Apóstolo.

 

A maior das perguntas é a 394, traduzida para o português com 153 palavras, considerando, até mesmo, as de uma letra só.

 

A menor é a de nº 1, construída com três palavras.

 

A maior resposta é a 1009, que apresenta quatro mensagens de Espíritos Nobres e a participação final do Codificador.

 

A menor é a 625, respondida com uma única e insubstituível palavra, JESUS. (em algumas traduções, em outras é “Vede Jesus”.)

 

Por fim, vale lembrar, também, que a questão nº 222 é uma imensa dissertação de Kardec, intitulada “Considerações sobre a Pluralidade das Existências”. Na questão nº 257, Kardec disserta sobre o “Ensaio Teórico da Sensação nos Espíritos”, e na questão nº 455, Kardec traz um “Resumo Teórico do Sonambulismo, do Êxtase e da Dupla Vista”.

Assim, o que contém esse luminoso livro? Contém, conforme diz, em síntese, o frontispício da obra, “os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da Alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade”. São princípios expostos de forma lógica, por meio de diálogos com os Espíritos, às vezes comentados por Kardec, e, embora constitua pelas importantes matérias que versa o mais completo tratado de filosofia que se conhece, sua linguagem é simples e direta, não se prendendo a preciosismos de sistemas dificilmente elaborados. Enfim, O Livro dos Espíritos contém a parte filosófica da Doutrina Espírita. Desse modo, comecemos nosso estudo por ele, lembrando que “o espírita sem estudo é como um barco sem velas”. 

 

Referências:

O Livro dos Espíritos. 75ª edição – FEB

Allan Kardec. Pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação. Zêus Wantuil e Francisco Thiesen. Volumes I, II e III – FEB

O Evangelho segundo o Espiritismo - FEB

Espiritismo Básico. Pedro Franco Barbosa. 3ª edição. FEB

Estude e viva. Ditado por Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier – FEB

O Consolador. Ditado por Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier – FEB

No mundo maior. Ditado por André Luz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier - FEB

     

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita