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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 126 – 27 de Setembro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 3)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. A morte de Júlio ocorreu antes da hora?

Não. A morte prematura do menino estava prevista no quadro de suas pro­vações, visto que era ele um suicida reencarnado. (Entre a Terra e o Céu, cap. IV, pp. 26 a 28.)

B. A atmosfera marinha é benéfica ao organismo espiritual?

Sim. "O oceano é miraculoso reservatório de forças”, disse Clarêncio, que informou que muitos compa­nheiros do plano espiritual trazem à orla do mar os irmãos doentes, ainda ligados ao corpo da Terra, de modo a receberem refazimento e repouso. A atmosfera marinha permanece impregnada por infinitos recursos de vi­talidade da Natureza e o oxigênio sem mácula converte-se em precioso alimento da organização espiritual. (Obra citada, cap. V, pp. 29 a 31.)

C. Por que uma longa enfermidade é benéfica à libertação da alma?

Segundo Clarêncio, a enfermidade longa é uma bênção desconhecida entre os homens e constitui precioso curso preparatório da alma para a grande li­bertação. Sem a moléstia dilatada, é muito difícil o êxito rápido no trabalho da morte. Eis por que é ela benéfica à alma que se despede da vida física, rumo ao plano espiritual. (Obra citada, cap. V, pp. 31 e 32.)

Texto para leitura

9. Nossas obras mostram quem somos - Vendo o esposo torturado, cho­rando amargosamente a perda do filho querido, foi que Zulmira se arre­pendeu e, atormentada pela noção de culpa, desceu ao padrão vibratório de Odila, que a seguia, em silêncio, revoltada. Enquanto se mantivera com a paz de consciência, defendia-se naturalmente contra a persegui­ção invisível, mas, condenando a si mesma, resvalou em deplorável perturbação, à maneira de alguém que desertasse de uma casa iluminada, embrenhando-se numa floresta de sombra. Desde então, a pobre mulher perdera a ventura doméstica e a tranquilidade própria. Naquele lar, ela e o marido respiravam sob o mesmo teto qual se fossem estranhos entre si. André perguntou se à frente da Lei divina Zulmira era cul­pada. Clarêncio afirmou que não; no sentido real da Lei, Zulmira não tinha culpa pelo que aconteceu, mas ele observou: "Todavia, quem de nós não é responsável pelas ideias que arroja de si mesmo? Nossas in­tenções são atenuantes ou agravantes das faltas que cometemos. Nossos desejos são forças mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no fundo, constituem o verdadeiro campo em que a nossa vida se movimenta. Os frutos falam pelas árvores que os produzem. Nossas obras, na esfera viva de nossa consciência, são a expressão gritante de nós mesmos. A forma de nosso pensamento dá feição ao nosso des­tino". A morte prematura de Júlio estava prevista no quadro de pro­vações: era ele um suicida reencarnado. Zulmira padecia, contudo, o retorno das vibrações envenenadas que arremessou na direção do menino, porque, pelo ciúme, criou ao redor de si mesma um ambiente pestilen­cial, em que seus próprios pensamentos malignos conseguiram prospe­rar. André quis saber se Odila poderia ver o filho no plano espiri­tual e, com isso, amenizar seu sofrimento. Clarêncio afirmou que, in­felizmente, tal não era possível, porque a infortunada possuía o cen­tro genésico plenamente descontrolado e isso lhe impedia visão mais ampla. Sua paixão pelo esposo era muito grande, em vista do apego enlouquecedor aos vínculos do sexo, que a paixão nada faz senão desvir­tuar. Desencarnada em pleno vigor de seu idealismo feminino, não pos­suía uma fé religiosa capaz de reeducar-lhe os impulsos, o que expli­cava a superexcitação em que se encontrava. (Cap. IV, págs. 26 a 28) 

10. A influência benéfica do mar - Na orla do mar, em plena noite, a movimentação da vida espiritual era muito intensa. Desencarnados de várias procedências reencontravam ali amigos que ainda se demoravam na Terra, destacando-se, dentre esses, grande número de enfermos. Servi­ços magnéticos de socorro urgente eram improvisados aqui e além... E o ar, confrontado ao que se respirava na cidade, era muito diverso. Bri­sas refrescantes sopravam de longe, carreando princípios regeneradores e insuflando em todos delicioso bem-estar. "O oceano é miraculoso reser­vatório de forças – elucidou Clarêncio –; até aqui, muitos compa­nheiros de nosso plano trazem os irmãos doentes, ainda ligados ao corpo da Terra, de modo a receberem refazimento e repouso." E explicou que enfermeiros e amigos espirituais cuidavam da reconstituição das energias de seus tutelados. Tal como acontece na montanha arborizada, a atmosfera marinha permanece impregnada por infinitos recursos de vi­talidade da Natureza. O oxigênio sem mácula, casado às emanações do planeta, converte-se em precioso alimento da organização espiritual, principalmente quando o indivíduo se acha ainda, direta ou indireta­mente, associado aos fluidos da matéria mais densa. A poucos passos, André viu que uma senhora encarnada, acometida por um câncer, fora re­tirada do corpo físico, através da hipnose, e levada até à praia, para receber a assistência magnética necessária. Esse tratamento poderia curá-la? O Ministro, ante a pergunta de André, aclarou: "Realmente, na obra assistencial dos espíritos amigos, que interferem nos tecidos su­tis da alma, é possível, quando a criatura se desprende parcialmente da carne, a realização de maravilhas. Atuando nos centros do perispí­rito, por vezes efetuamos alterações profundas na saúde dos pacientes, alterações essas que se fixam no corpo somático, de maneira gradativa. Grandes males são assim corrigidos, enormes renovações são assim rea­lizadas. Mormente quando encontramos o serviço da prece na mente enri­quecida pela fé transformadora, facilitando-nos a intervenção pela passividade construtiva do campo em que devemos operar, a tarefa de socorro concretiza verdadeiros milagres".  E ajuntou: "O corpo físico é mantido pelo corpo espiritual, a cujos moldes se ajusta e, desse modo, a influência sobre o organismo sutil é decisiva para o envoltó­rio de carne, em que a mente se manifesta". (Cap. V, págs. 29 a 31) 

11. Enfermidade longa é uma bênção - Clarêncio esclareceu, contudo, que a ação das entidades está subordinada à Lei que rege a todos. No problema daquela irmã, o concurso do plano espiritual conseguiria so­mente angariar-lhe reconforto. A moléstia, em razão das provas assina­ladas em seu roteiro pessoal, atingira já insopitável extensão. Hilá­rio interveio: "Quer dizer que ela, agora, apenas se habilita à morte calma?" "Justamente", respondeu o Ministro. "Com a cooperação em curso, despertará no corpo desfalecente mais serena e mais confortada. Repetindo as excursões até aqui, noite a noite, habituar-se-á, com en­tendimento superior, à ideia da partida, transmitindo aos familiares resignação e coragem para o transe da separação; aprenderá a contri­buir com o seu esforço, no sentido de aliviar-lhes as aflições pela humildade que edificará, dentro de si mesma... pouco a pouco; desli­gar-se-á da carne enfermiça, acentuando a luz interior da própria consciência, a fim de separar-se do ambiente que lhe é caro como quem encontra na morte física valiosa liberação para serviço mais enobre­cido. E, assim, em algumas semanas, mostrar-se-á admiravelmente prepa­rada ante o novo caminho..." Fez-se ligeira pausa, e Clarêncio acres­centou: "A enfermidade longa é uma bênção desconhecida entre os ho­mens, constitui precioso curso preparatório da alma para a grande li­bertação. Sem a moléstia dilatada, é muito difícil o êxito rápido no trabalho da morte". Nesse momento, Zulmira e Odila chegaram à praia. Clarêncio pediu ao grupo atenção, mas elas não perceberam a presença do Ministro e de seus companheiros. Zulmira revelava na face o intra­duzível terror dos que se abeiram do extremo desequilíbrio, enquanto Odila lhe martelava o cérebro, reiterando, sem piedade: "Recorda o crime, infeliz! lembra-te da horrível manhã em que te fizeste assas­sina! onde colocaste meu filho? porque afogaste um inocente?" "Não, não! – respondeu a pobrezinha dementada – não fui eu! juro que não fui eu! Júlio foi tragado pelas ondas..."  "E porque não velaste pela criança que meu marido levianamente confiou às tuas mãos infiéis? acaso, não te acusa a própria consciência? onde situas o senso de mu­lher?", perguntou Odila, que em seguida acrescentou: "Pagar-me-ás alto preço pelo relaxamento delituoso... Não permitirei que Amaro te ame, alimentarei a antipatia dele contra ti, atormentarei as pessoas que te desejarem socorrer, destruirei a própria casa de que te apossaste e me pertence!" (Cap. V, págs. 31 e 32) 

12. O refúgio no corpo carnal - Zulmira, terrificada, concordou que, embora não fosse assassina, nada fizera para salvar a criança, mas agora, arrependida, pedia o perdão da rival: "Perdoa-me! perdoa-me! prometo empenhar-me no refazimento da paz de todos... Serei uma es­crava de teu marido e restituí-lo-ei aos teus braços; converter-me-ei em serva de tua filhinha, cujos passos orientarei para o bem, mas, por piedade, deixa-me viver! Liberta-me! Compadece-te de mim!..."  "Nunca! nunca! – bradou Odila, friamente – tua falta é imperdoável. Mataste! Deves confessar o delito perpetrado, à frente da polícia!... Dobrar-te-ei a cerviz! Serás recolhida à penitenciária, para que te mistures às delinquentes de tua laia!..."  "Não! não!" – suplicou Zulmira, com sinais comoventes de angústia. "Se não aniquilaste meu filho – bradou a rival –, devolve-o aos meus braços! Devolve-o! devolve-o!" Naquele momento, ambas se achavam à frente de determinada nesga da praia. Os olhos da pobre obsidiada adquiriram, então, estranho fulgor. "Foi aqui! – rugiu a perseguidora, rudemente – aqui consumaste o sinistro plano de extinção da nossa felicidade..." Ocorreu então uma cena como­vente: como se fora tangida de secretos impulsos, Zulmira desprendeu-se dos braços que a constringiam e, penetrando as águas, clamou, aflita: "Júlio! Júlio!..." Odila, perturbada e ensandecida, foi-lhe no encalço, mas a enferma, sentindo sua aproximação, rodou sobre os cal­canhares e disparou de volta ao lar. Varando a casa, incontinenti, dando a ideia de que o corpo adormecido era poderoso ímã a atraí-la, Zulmira despertou, alagada de suor, conservando no cérebro de carne a impressão de que vagueara em terrível pesadelo. Tentou gritar, mas não conseguiu. Faleciam-lhe as forças em colapso nervoso, insopitável. A dispneia castigava-a com violência, enquanto as coronárias se mostra­vam intumescidas. (N.R.: Dispneia significa dificuldade na respira­ção.) Clarêncio aproximou-se do leito e aplicou-lhe fluidos salutares e repousantes. Acalmou-se-lhe, então, o coração, vagarosamente, a cir­culação tornou à feição normal, e foi só aí que a desventurada mulher conseguiu gemer, clamando por socorro. (Cap. V, págs. 32 a 34) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita