Artigos

por Cláudio Bueno da Silva

 

O cansaço do transgressor


Há muita gente por aí fazendo coisa feia, se locupletando na barbárie, exteriorizando o que tem de pior dentro de si, em prejuízo de tantos, e principalmente de si mesma.

Essas pessoas acham que estão se dando bem, mas uma hora vão cansar, vão se sentir esgotadas por empregarem tão mal o seu tempo. Muitas se esquecem de que há uma infinidade de atos condenáveis que, se não tão graves quanto matar ou roubar, nem por isso deixam de ter consequências.

Vejo com muita tristeza a banalização, a naturalização do mal em suas múltiplas expressões. Pessoas se acomodando à mentira e dissimulação, sem perceber que vulgarizam formas de agredir o bom senso, a racionalidade, a urbanidade. E sem perceber também que normalizando o anormal estão expondo a si mesmas. “E, coisa curiosa, (o homem) parece criar de propósito os tormentos, que só a ele cabia evitar” (1).

Às vezes, só o fato de não entenderem o que leram, viram ou ouviram já é suficiente para sacarem a metralhadora da agressão. Contudo, não só a imaturidade é a causa de absurdos. Há ainda os interesses tolos e não refletidos que acionam a perseguição e o ódio, gerando ações lamentáveis.

Mas, se o transgressor habitual estiver no seu limite de cansaço, exausto devido ao acúmulo de energias pesadas e, “por acaso”, cruzar com uma frase, uma ideia altruísta, otimista, um gesto construtivo, quem sabe se não para um pouco para pensar!? Quem sabe se não vira a chavinha!? Isso não é regra geral, mas acontece com muitos.

Por isso, de minha parte, insisto no bem que me é possível realizar, mesmo nas coisas miúdas. E se a minha atitude positiva chegar a alguma pessoa, que bom! Se ela souber de algo que fiz nesse sentido, quem sabe se não poderá sentir-se tocada no seu lado fraco, desequilibrado!

Não se trata de soberba ou atitude piegas de minha parte. Trata-se de sugerir que as pessoas se afeiçoem, como eu tenho procurado fazer, àqueles que desde sempre têm deixado na Terra suas marcas de amor e solidariedade. E procurem imitar seus exemplos. Precisamos melhorar as energias que emitimos. 


(1) Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, “Os tormentos voluntários”.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita