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por Orson Peter Carrara

 

Duas graves lições


As instruções de Emmanuel são valiosíssimas, como é de conhecimento do movimento espírita. As lições saltam ao raciocínio, ao sentimento, com advertências profundas, mas sempre fraternas, vindas da sensibilidade e conhecimento do referido autor.

Do livro Vinha de Luz, dentre tantas pérolas ali reunidas, colhemos duas para dividir com os leitores. São os capítulos 43 – Vós, portanto e 61 – Também tu. Embora sejam focos diferentes, selecionei trechos parciais para reflexão do leitor.

No primeiro deles, após citar que “O mundo está cheio de enganos de homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência, da religião e ergueram criações chocantes para os espíritos menos avisados (...)” e que “(...) contam-se por milhões as almas com eles arrebatadas às surpresas da morte e absolutamente desequilibradas nos círculos da vida espiritual. (...)”, o autor argumenta “Do cume falso de suas noções individualistas precipitam-se em despenhadeiros apavorantes, onde perdem a firmeza e aluz”. A advertência é grave, a conclusão das ilusões é óbvia e nem poderia ser diferente. Mas ainda mais grave é a conclusão do texto breve e profundo: “(...) o discípulo de Jesus, bafejado pelos benefícios do Céu todos os dias, que se rodeia de esclarecimentos e consolações, luzes e bênçãos, esse deve saber, de antemão, quanto lhe compete realizar em serviço e vigilância e, caso aceite as ilusões dos homens abomináveis, agirá sob a responsabilidade que lhe é própria, entrando na partilha das aflitivas realidades que o aguardam nos Planos inferiores.”

Já no segundo dos textos, no capítulo 61, acima citado, do mesmo livro, o autor inicia comentando sobre as “(...) cogitações do farisaísmo, relativamente a Lázaro, nas horas supremas de Jesus. Não bastava a crucificação do Mestre. Intentava-se, igualmente, a morte do amigo de Betânia (...)”.

Lembrando que o farisaísmo lembra hipocrisia ou apenas aparência exterior, o autor comenta: “(...) O farisaísmo dos velhos tempos ainda é o mesmo nos dias que passam (...). Qualquer homem, renovado em Cristo, o incomoda. (...)” Ele, o farisaísmo, “(...) Instala perseguições, desclassifica-os na convenção puramente humana, tenta anular-lhes a ação em todos os setores da experiência (...)”.

E adverte os discípulos sinceros, renovados no bem:

“Tem, pois, cuidado contigo mesmo. Se te sentes trazido da sombra para a luz, do mal para o bem, ao sublime influxo do Senhor, recorda que o farisaísmo, visível e invisível, obedecendo a impulsos de ordem inferior, ainda está trabalhando contra o valor de tua fé e contra a força de teu ideal.  Não bastou a crucificação do Mestre. Também tu conhecerás o testemunho.”

Nada mais a dizer, no pensar dos dias atuais. São lições graves, a serem pensadas e repensadas.

A cada lição uma profunda reflexão.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita