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por José Reis Chaves

Pneumatas, médiuns do início do Cristianismo


Outro nome para o Espiritismo é espiritologia, que é a ciência dos espíritos. Kardec foi o primeiro cientista a estudar os espíritos. E, com o auxílio deles próprios e através de vários médiuns de quarenta países, escreveu O Livro dos Espíritos”, que é uma síntese de tudo sobre os espíritos e outras obras renomadas, entre elas, O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Médiuns, considerado o primeiro livro de Parapsicologia do mundo.

Meus leitores assíduos já conhecem boa parte do conteúdo deste artigo. Mas, para os novos leitores e, também, seguindo a moda didática dos professores que, para melhor facilidade de aprendizagem dos alunos, repetem os assuntos, adoto também essa prática, repetindo assuntos que são complicados como o é o Espírito Santo Trinitário que, diga-se de passagem, é mesmo uma das doutrinas mais complicadas criados pelos teólogos do Cristianismo, desde seus primeiros tempos. E o pior é que eles, até hoje, fazem parte dos ensinos doutrinários cristãos, embora frequente e reservadamente muitos de seus próprios pregadores declarem que têm dificuldades para crer em alguns deles.

Mas vamos ao assunto. Os cristãos primitivos que recebiam espíritos eram conhecidos por pneumatas, ou seja, pessoas que, hoje, chamamos de médiuns. Os espíritos podem ser bons ou já bem evoluídos, ou maus, ainda atrasados. Daí João nos recomendar que examinemos os espíritos (1ª Epístola de João 4:1), pois, os espíritos ou “daimones”, para merecerem crédito, têm que ser de Deus, isto é, do bem.

Quando foi criada a Santíssima Trindade, em 381, no Concílio Ecumênico de Constantinopla, foi necessária a criação do Espírito Santo para completar as Três Pessoas Trinitárias. O Espírito Santo, na verdade, como demonstra a Bíblia, em algumas de suas passagens pouco faladas, é o conjunto dos “daimones” ou espíritos dos mortos, muito conhecidos dos “pneumatas” já referidos. Mas num exemplo de ego inferior bem aflorado, os teólogos começaram a ensinar que o clero recebia o Espírito Santo (tido de modo meio confuso como sendo o Espírito de Deus); mas na verdade, pela Bíblia, um espírito santo ou bom, do bem, portanto, vem de Deus, mas não é o próprio Deus, enquanto que os leigos só recebiam “daimones” maus – espíritos ou almas maus.

Esse assunto ficou muito confuso durante muito tempo. Aqui, dado o espaço limitado, não podemos entrar nos pormenores que, entretanto, como dissemos, já abordamos parcialmente em várias matérias, mas também, de modo incompleto. No meu livro A Face Oculta das Religiões deu para eu desenvolver bem essa questão, que recomendo para quem quiser saber mais sobre esse assunto.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita