Brasil
por Thiago Bernardes

Ano 17 - N° 863 - 25 de Fevereiro de 2024

 

 

Há oito anos Altivo Ferreira retornava à pátria espiritual

 

Natural de Colina, cidade situada na região de Barretos, no interior do
estado de São Paulo, Altivo Ferreira desencarnou no dia 24 de fevereiro de 2016, oito meses antes de completar 91 anos de existência.

Seu corpo foi sepultado no dia seguinte, em Santos (SP), cidade em que viveu a maior parte de sua existência.

Sua iniciação nas lides espíritas se deu ainda na juventude e já aos 23 anos fazia palestras no Centro Espírita de Colina, em Barretos e em outras cidades do interior paulista.

Numa época em que eram frequentes os encontros de Mocidades Espíritas, especialmente no estado de São Paulo, ele se fez presente em vários deles e foi assim que conheceu sua futura esposa, Dagmar Flosi Ferreira, fixando residência na cidade de Santos depois do seu casamento, ocorrido em 1953.

Antes disso, participou de eventos espíritas marcantes, como a fundação da USE-SP em 1947, e esteve presente nas Concentrações de Mocidades Espíritas do Brasil Central e Estado de São Paulo - COMBESP, movimento iniciado em Barretos em 1948.  Altivo participou também da I Concentração de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil - COMJEB, realizada em Marília (SP) em abril de 1965.

Foi presidente da União Municipal Espírita de Santos e, como conferencista bastante apreciado, participou como convidado de eventos espíritas por todo o país e também no exterior, onde esteve divulgando o Espiritismo em Portugal, Estados Unidos, França e Inglaterra.

Quando radicado, por questões profissionais, em Brasília, capital da República, foi convidado a participar da administração da Federação Espírita Brasileira (FEB), a convite do então presidente Francisco Thiesen, inicialmente como assessor da diretoria, depois como diretor e, mais tarde, como editor da revista Reformador.

Anos depois, estando à frente da FEB Juvanir Borges de Souza e, em seguida, Nestor João Masotti, Altivo atuou ativamente no Conselho Federativo Nacional, do qual foi secretário-geral e coordenador de suas Comissões Regionais, tarefa que desempenhou com o brilho costumeiro.

Participou em 1992 da criação do Conselho Espírita Internacional e representou a FEB em vários de seus encontros, reuniões e congressos espíritas promovidos pelo citado Conselho. Em 2000, ao lado de Juvanir Borges de Souza e Nestor João Masotti, foi um dos representantes da FEB no 1º Encontro Mundial de Líderes Religiosos pela Paz, promovido pela Organização das Nações Unidas e realizado em sua sede, em Nova York.

Por vários anos Altivo deparou-se com a perda progressiva da visão, fato que se agravou paulatinamente, a ponto de perdê-la totalmente nos últimos dois anos de sua existência.

Apesar disso, não se afastou das atividades que exercia na FEB e na revista Reformador,
utilizando muitas vezes uma lupa para revisar os artigos que seriam publicados na revista, da qual foi editor competente ao longo de 29 anos ininterruptos, tarefa que se encerrou, por motivos óbvios, apenas em 2012.

Em abril de 2015, ano anterior ao de sua desencarnação, verificou-se uma de suas últimas aparições públicas em eventos espíritas. O fato se deu por ocasião do 16º Congresso Espírita Estadual, promovido em Santos pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, no qual recebeu expressiva e comovente homenagem em reconhecimento dos relevantes serviços que ele prestou à divulgação do Espiritismo, tanto por meio da palavra como por meio de seu trabalho na área do jornalismo e sua conduta ao longo da vida.

Quem conviveu de perto com Altivo Ferreira jamais se esquecerá da afabilidade, da elegância e da atenção com que tratava a todos, além de seu talento como palestrante e sua vasta cultura, que não se restringia aos ensinamentos espíritas.

As linhas acima dão-nos uma pálida noção de quem foi Altivo Ferreira, exemplo de que é possível, sim, conciliar a atuação em prol do bem comum com nossas responsabilidades profissionais e familiares, enquanto muitos alegam questões de família ou da profissão para afastar-se do seu compromisso para com a edificação de uma sociedade melhor e mais responsável. 


 
  


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita