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por Fernando Rosemberg Patrocinio

 

Pensando pelo coração


Abordaremos, no presente texto, alguns itens referentes ao Diálogo Fraternal e, pois, espiritual, no tocante aos fenômenos de pacificação, ou de Doutrinação, daqueles nossos irmãos que se direcionaram à pátria-mãe, e que, pois, encontram-se perturbados em zonas próximas ao ambiente humano, zonas umbralinas, ou purgatoriais.

Sabemos, de antemão, que a presença dos Amigos espirituais não nos falta jamais, e, portanto - em nosso dia adia, seja no lar, no trânsito, no local de trabalho -, que se possa o elemento Doutrinador das Reuniões Mediúnicas estabelecer alguns pontos importantes ao seu preparo físico, mental e espiritual.

Sendo que, no aspecto alimentar, que ele possa, pois, nutrir-se de modo mais frugal, ou seja, o mais simples possível, evitando gorduras ou vísceras animais pesadas e inapropriadas ao seu desempenho espiritual, sobretudo nos dias de tais Reuniões Doutrinárias.

E, no Aspecto Mental ou Espiritual:

A – Deve o Doutrinador educar, dia a dia, o seu modo de falar, sendo, sempre, pois: gentil para com todos, e, na medida do possível, que se evitem as discussões, os comentários maldosos, se autorizando, sempre, e sempre, boas e saldáveis conversas, educando o seu sentir, a sua palavra, bem como suas ações, pois, conforme Jesus – ratificado pelo Espiritismo - é do coração que surge, lá na outra ponta, o verbo se exteriorizando, assim, por meio do cérebro, das palavras e das ações.

B - Nas reuniões mediúnicas, logo após o seu devido preparo, com leituras edificantes do Evangelho e de outros mais, deve o referido Doutrinador manter a Mente serena, calma, lembrando, sempre e sempre, sua condição de instrumento do Mais Alto, donde a sua palavra estará refletindo a palavra salutar de seus Instrutores e Guias, que são os reais condutores do trabalho mediúnico, e, pois, espiritual.

C) – Permitir o Doutrinador - nalgumas vezes -, ao Espírito sofredor, o seu desabafo, a sua palavra, a sua rebeldia, pois trata-se de um irmão infeliz, colhendo os frutos de sua ignorância, de seus vícios, e, portanto, muitas das vezes, ele precisa exteriorizar sua dor, sua grande decepção no colher dos frutos daquilo que outrora semeara.

D) - Mas, logo após o seu desabafo, deve o Doutrinador ter pulso firme, mas nunca e, jamais, humilhante, pois quem AMA, nunca, e em tempo algum, pisoteia o malfeitor, mas sim, lhe reconhece os defeitos de que nós próprios também carregamos, conquanto nossos esforços para debelá-los por Reforma Íntima, pessoal, que, por sua vez, há de influenciar outros ainda, convidando-os, igualmente, à sua melhoria, sua própria e íntima doutrinação.

E) – Deve manter-se, o Doutrinador, a uma pequena distância do médium, evitando tocá-lo fisicamente, a não ser em casos que o referido possa desfalecer, o que nem sempre acontece; e deve, pois, o Doutrinador, manter-se de olhos abertos e atentos para o que possa, eventualmente, verificar-se.

E esta recomendação, ainda, tem a utilidade de não se misturar o psiquismo do Médium com o do Espírito que por ele se comunica, e, pois, do psiquismo do Doutrinador jungido ao seu Superior espiritual, porquanto:

“A mente, como não ignoramos, é um incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do SENTIMENTO e do PENSAMENTO, produzindo o verbo que é sempre uma descarga eletromagnética, regulada pela voz.” (Vide: "Entre a Terra e o Céu", cap. XXII, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.)

Agora, imaginemos o emaranhado de forças, de ideias e emoções destoantes, de pensares de uns e de outros, positivos e negativos, quais sejam:

1-do Psiquismo do Médium,

2-do Espírito comunicante, 

3-do Doutrinador, e, pois,

4-do Espírito Superior que nos presta assistência, sendo ideal, pois, que não se verifique contato “físico” dentre os três primeiros, sobretudo, os quais, quer se queira ou não, se encontram num momento crucial e, pois, destoante, de Amor e ódio, de Harmonia e desarmonia, de Luz versus treva, no qual os primeiros vencem, sempre, os segundos, porém, pode não ser de imediato, o que indica, portanto, se dê tempo ao tempo e se precate contra os desafios por vencer.

Estas cinco advertências (A, B, C, D e E), além daquela primeira supracitada, se não expressam tudo quanto se há de fazer por parte do médium Doutrinador, elas, pelo menos, abrem picadas, que, por sinal, se compõem de uma Missão a desenvolver e de uma luta a desempenhar diariamente, em que o AMOR há de juntar-se ao raciocínio, aquele prevalecendo sobre este, que, também, não deixa de ser útil e tão fundamental nas reuniões mediúnicas e de doutrinação.

Ou seja, e por mais paradoxal que possa parecer: trata-se de Pensar pelo Coração!


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita