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por Wellington Balbo

 

O Chico era médium... mas aqui falo do Anysio...


Chico Anysio foi um gênio que encantou gerações com seus personagens. Particularmente, por ser ligado ao futebol, divertia-me com o Coalhada. Mas havia o Silva, Nazareno e o impagável Painho, além da inesquecível Escolinha do Professor Raimundo.

Estou falando do Chico porque, há alguns meses, assisti a uma entrevista que ele concedeu à jornalista Marília Gabriela, isso no ano de 1998, a relatar coisas curiosas, que eu desconhecia.

Contou Chico que tinha muitos pressentimentos.

Certa vez, tomado por algo que não sabia de onde vinha, pediu a um amigo, prestes a casar, que não casasse. O amigo não lhe deu atenção e casou mesmo assim.

Quatro dias depois do casamento descobriu que a mulher tinha amante. Num outro episódio, agora falando de uma outra faculdade sua, a vidência, Chico relata que, ainda menino, 5 anos, passou 9 dias brincando com uma mulher.

Seus pais, curiosos em saber com quem Chico brincava, questionaram o menino, e este deu o nome da pessoa que, pasmem, havia morrido há um tempo, o que deixou a família boquiaberta.

Como poderia ele saber daquilo, se não havia nenhum comentário a respeito?

Chico disse que sempre via os Espíritos.

Indagado pela entrevistadora se acreditava em vida após a morte, sua resposta foi, digamos, na contramão de suas experiências com os seres do outro mundo: "Não sei... acho que não, se houvesse vida após a morte meus parentes já teriam voltado para me avisar..."

Curiosa a resposta de Chico Anysio, mesmo vendo os Espíritos e com faculdades como a de pressentimentos e vidência, ainda assim duvidava da vida após a morte.

Nem a experiência com os Espíritos foi capaz de convencê-lo de que a vida prossegue após a morte do corpo físico.

A resposta de Chico, assim como de tantas outras pessoas, traz à tona uma questão importante:

O materialismo está enraizado em nossa cultura, de tal forma que, até aqueles que veem os Espíritos, embora não neguem sua presença entre nós, são incapazes de reconhecer que a vida vai muito além da existência corporal.

É necessária uma forte divulgação da imortalidade da alma para que a cultura materialista ceda lugar à cultura espiritualista, esta, sim, capaz de trazer uma qualidade de vida melhor ao ser humano.

A nós, espíritas, cabe prosseguir divulgando com mais força o ideal trazido pelo Espiritismo a fim de fazermos com que aqueles que enxergam os Espíritos também vejam o horizonte que esta ideia traz.

Um desafio e tanto, é verdade, mas não podemos esmorecer.

Que assim seja!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita