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por Fernando Rosemberg Patrocínio

Dos obsessores à nossa volta

 

Por vezes é complicado separarmos de Chico Xavier o que é dele próprio – de sua grande sabedoria – e o que é de sua divina inspiração, preciosíssima mediunidade, tamanha sua correspondência, identidade de princípios, sempre fundamentados pela mesma Luz, Compreensão e Amor.

Mas o fato é que na semana passada, não importando o dia exato, me lembrei do Chico quando - numa entrevista - ele fora questionado se nos presídios, cadeias e penitenciárias existem muitos obsessores; e ele respondera que não, pois os obsessores já conseguiram o que queriam, ou seja, fizeram tanta balbúrdia com os homens incautos que estes foram trancafiados na prisão.

Noutros termos: os obsessores continuam aqui fora, aprontando a bel prazer! E estão sempre procurando intrigas e sugerindo ideias malsãs dentre os homens e, pois, fazendo de tudo para brigarmos uns com os outros por suas más sugestões, e por aí vão, destruindo amizades, fomentando crimes, roubos, negociatas, que, um dia, acabam por culminar em prisões, donde, então, os criminosos terrenos vão pagar por seus delitos, insultos e coisas que tais.

Logo:

Os obsessores estão por aqui mesmo – na minha e na sua vizinhança -, fazendo suas intrigas, nos insultando, nos perseguindo, e, pois, operando pela nossa discórdia, o nosso pior, e lá na ponta, quem sabe, a nossa queda, a nossa prisão nos cárceres sombrios das penitenciárias por nossa intemperança e ausência de Jesus em nossas almas, em nossos corações!

Dias atrás, no trânsito, um sujeito do meu lado mesmo, dirigindo seu veículo, passou por mim berrando, me ofendendo, e eu, óbvio, não sabendo o que fizera com ele! E, naquele instante, toda a carga de ódio dos obsessores daquele nosso irmão infeliz penetrou minh’alma, obscureceu minha razão e fez disparar, célere, o meu coração.

E, naquela dúvida, o desejo da resposta devida, quiçá com ofensas similares, se apossou de minha alma ainda rebelde e transgressora!

Foi quando os Bons Espíritos intervieram e sugeriram-me o silêncio, a calma, pois que, afinal, tudo já estava passando e, também, o motorista ofensor já seguia mais na nossa frente, nos deixando para trás.

E, então, pude me acalmar, até porque minha revolta momentânea não fora tanto pela minha resposta que não dera, mas sim pela presença dos obsessores, que, estando com aquele outro, se achegaram a mim com sua presença sombria, revoltosa, sugerindo a pena de talião - o olho por olho, dente por dente -, quando Jesus, pelo contrário, nos pediu o perdão das ofensas, a desculpa para outrem, o recíproco “Amor”, mesmo que tal não seja da intenção do outro, daquele nosso irmão infeliz, esbravejante e ofensor.

Daí, pois, mais ainda, o “Orai e Vigiai” do mesmo Mestre Nazareno Jesus; daí, pois, o “Perdão” e, óbvio, como já dito supra: o “Amor”, mesmo que, do outro, não haja a reciprocidade do mesmo “Amor”.

E o fato é que o Homem, em sua rebeldia e infantilidade, ainda não descobriu os efeitos miraculosos desta palavrinha tão curta, tão profunda e balsamizante: “Amor”.

Quando o homem o descobrir em sua essência, em sua prática viva e, pois, cotidiana, saberá, então, de seus feitos miraculosos, donde, assim, pois, os obsessores, quando não convertidos, serão então convidados, por força maior, a viver e a conviver, bem como de se educar, junto aos seus iguais de um Mundo também de Deus, porém muito inferior a este nosso de agora, que, como todos sabem, caminha, por evolução, para um Mundo Melhor, o Regenerador, donde haveremos de compreender e de praticar esta mesma e divina Lei ministrada pelo Cristo: de Amor, de Justiça e de Caridade!

A Lei, pois, do mesmo Deus de Amor e de Misericórdia para com teus filhos, que, então, gozarão dos frutos saborosos de sua nova conduta, consoante o Evangelho do Mestre, do Enviado Jesus.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita