Artigos

por Wellington Balbo

 

Vícios em redes sociais: desafios para o Espírito em tempos modernos


O objetivo fundamental do Espiritismo é proporcionar condições para que o homem, em sua jornada pela Terra, progrida sob dois aspectos: moral e intelectual.

Ao partir da premissa de que o objetivo do Espiritismo é tornar o homem melhor, entramos num campo em que se confrontam os vícios e as virtudes. O que seriam vícios e virtudes?

A resposta para essas indagações pertinentes a vícios e virtudes encontramos em O Livro dos Espíritos. Quando Kardec fala sobre virtudes, indagando aos Espíritos qual a mais meritória delas, a resposta é interessante: há virtude sempre que se luta voluntariamente para combater um mal pendor.

Nesta mesma linha de pensamento, aprofundando-se um pouco mais, Kardec indaga quanto aos vícios: qual deles o mais complicado? Os Espíritos não fecham questão de forma, mas de fundo. A caracterização do vício é o interesse pessoal, ou seja, o egoísmo que pode estar de forma mais ou menos acentuada no indivíduo.

E hoje, século XXI, nesta era digital, todos conectados, plugados uns nos outros, com relações sendo estabelecidas a partir de um toque no teclado ou no celular surge a pergunta: Como situar as questões que envolvem os vícios neste mundo moderno?

Eu, por exemplo, quando vi pela primeira vez um videogame, o já ultrapassado Atari, encantei-me. Fiquei fascinado. Não havia mais brincadeiras, apenas o videogame. Eu tinha somente 7 anos, contudo encontrava-me viciado. Quais as consequências? Perda de amigos, notas baixas, aumento de peso, sensação de vazio sem o jogo por perto.

Meus pais, vendo a situação, trabalharam de forma bem rápida. Dois pontos foram cruciais para que vencesse o vício: ajuda psicológica e disciplina em casa, obedecendo horários e sendo mais equilibrado no que se refere ao jogo. Resumindo: criando bons hábitos, exatamente o que sugere Kardec quando aborda a temática da educação.

Uma pergunta aos pais:

Seu filho acessa a rede social enquanto está almoçando? Já ouvi muitos pais dizerem que deixam os filhos acessarem as redes sociais enquanto estão nas refeições para a criança deixá-los um pouco mais sossegados a fim de que possam também ficar em suas redes sociais ao mesmo tempo em que estão almoçando.

O que extraímos dessa fala?

Vícios sendo gerados por conta do interesse pessoal.

Quais as consequências paras as crianças?

Crianças viciadas, sem vida além das redes sociais, ansiosas e com grande dificuldade em aceitar as regras de uma vida “real”, posto que foram criadas em ambiente solto em demasia.

Com a sugestão de Kardec no que se refere à educação, que é a arte de criar bons hábitos, pode-se, de forma disciplinada, utilizar todos os benefícios que nos trazem as redes sociais. Isto, aliás, é um desafio para o Espírito que pode buscar as redes sociais como alavancas para o progresso educando-se para as utilizar de forma adequada.

Aliás, será que estamos preparando nosso Espírito para bem utilizar essas novidades, sem cair em vícios e excessos?

 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita