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por Jane Martins Vilela

Bênçãos do amor


Os estudiosos do Espiritismo cada vez mais nos encantamos com a presença do amor em nossas vidas e do amparo bendito da misericórdia divina, que jamais deixa um de seus filhos ao abandono. Estamos sob a proteção incessante de nosso amoroso Pai, cuja grandeza, dadas as nossas imperfeiçoes, ainda desconhecemos.

Muito é dado ao espírita e muito será cobrado daquele que muito recebeu.

A espiritualidade superior incessantemente nos exorta ao bem e à bondade. Estimula-nos à fé e à perseverança em suas comunicações amorosas e, compreendendo que todos passam momentos difíceis, exorta-nos sempre à observância da obediência e da resignação, compreendendo que isso não é inoperância, mas sim atitudes que significam trabalho incessante no bem e amor a Deus, na certeza de que todos os acontecimentos difíceis são temporários e representam degraus de subida para o espírito imortal.

Temos conversado muito com pessoas de diversas religiões e verificado que os fenômenos mediúnicos estão crescentes, sempre na orientação para a paz e para o amor.

Nestes dias, conversamos com uma senhora evangélica, muito bondosa, que era cuidadora de seu vizinho de idade. Ela o conheceu ainda menina. Ela e seu marido se dispuseram a cuidar dele e seu marido era quase um filho para o idoso, que não tinha filhos homens.

Há cerca de cinco meses seu marido lhe disse que ele havia sonhado que Deus lhe dizia que o velhinho não passaria de quatro meses ainda no mundo. É claro que compreendemos que ele deve ter sido visitado por um espírito amigo que o avisou em sonhos.

Redobraram os cuidados amorosos com o senhor idoso, que dias antes dissera a ela ter visto uma luz tão forte no quarto que iluminou seu quarto. Ele avisou, então, à senhora que sua hora chegava, que não ficaria muito tempo.

Encontra-se na UTI há alguns dias e os familiares e eles estão aguardando sua desencarnação, compreendendo que essa não tardará.

A senhora evangélica inclusive revelou ter conhecimento da separação entre o espírito e o corpo, que em alguns é muito fácil e em outros não. Bem disse o espírito de Zéfiro a Allan Kardec, quando o esclareceu que não seria o Espiritismo o futuro das religiões, mas sim, a religião do Cristo que um dia iria imperar e que um dia todos falariam a mesma linguagem. Estamos aproximando-nos disso.

Quem nunca ouviu relatos como esse, da senhora que conversou conosco? São inumeráveis. Pudemos ouvi-los desde criança, quando ainda não tínhamos o conhecimento espírita.

Crianças e idosos têm facilidade de intercâmbio com o mundo espiritual. As crianças, com os amigos, invisíveis aos adultos. Chegam a deixar lugar para eles, na mesa de refeições. Depois, ao nascer um irmãozinho, muitas vezes isso desaparece. Era um amigo espiritual. Velhinhos conversam muito com aqueles que já partiram e vêm visitá-los. São muitas vezes classificados como estando tendo alucinações, em quadros de Alzheimer, pelos mais desavisados, mas muitos já percebem que quando o idoso começa a ver demais e conversar com eles é porque seu momento de partir para o mundo espiritual está chegando. Os amigos costumam vir, tornar-se visíveis a eles, que já estão com os laços que os prendem à matéria mais fragilizados, permitindo essa possibilidade.

Ainda nos lembramos dos acontecimentos ocorridos com nosso querido pai, desencarnado há cinco anos. Na véspera de sua internação hospitalar, aos 86 anos, ele havia comido bem. Disse à cuidadora que a comida estava uma delícia. Ele estava com uma pneumonia difícil, que não estava melhorando com medicação. A cuidadora o amava muito. Ficou feliz porque ele havia aceitado a alimentação e gostado, pois nos últimos dias não estava achando graça na comida. “Que bom”, disse ela a ele, “o senhor está melhorando!”

Era uma sexta feira. Ele lhe respondeu simplesmente: “Não. Você está enganada. Amanhã vou entrar em coma!”

Ela lhe replicou: “Que é isso, doutor!” (Ele era médico). “O senhor vai ficar bom.” Ele redarguiu que iria entrar em coma, que ele sabia.

No dia seguinte, ela achou que ele não estava bem. No final da tarde, foi internado de emergência, desencarnando na madrugada desse mesmo dia.

Deus foi maravilhoso, como sempre. Ele não ficou sofrendo internado no hospital que ele mesmo havia fundado. Ficou apenas algumas horas e desencarnou. Foi muito bem recebido no mundo espiritual. Desde os primeiros meses após sua desencarnação, temos notícias de quanto ele está bem.

Pudemos, cinco meses após seu retorno ao mundo espiritual, na véspera do dia dos pais, receber sua visita amorosa e um beijo seu. A energia que sentimos era de puro amor e então verificamos que ele estava bem e nos tranquilizamos.

Tivemos relatos, depois, que ele fazia parte da equipe dos médicos espirituais que estavam socorrendo, no mundo inteiro, os milhares de desencarnados que voltavam, vitimados pela pandemia da Covid.

A imortalidade e seus relatos estão-se intensificando. A morte teve seus momentos de dor cerceados quando Jesus, o mestre dos mestres, surgiu em meio a seus discípulos, quando todas as portas e janelas encontravam-se fechadas. A morte foi iluminada pela vida e pela certeza do amor de Deus.

Passemos o conhecimento do amor de Deus e suas bênçãos para as crianças. Elas necessitam ter esse suporte de fé e a certeza do amor de Deus. Precisam crescer sabendo da vida de Jesus e de seus ensinos.  Precisam aprender a orar, desde cedo. Isso lhes dará forças nas horas difíceis e saberão testemunhar o amor, mesmo que entre lágrimas, na preparação para o mundo de regeneração que não tarda.

Relatos como o da senhora evangélica que ouvimos, e como o de nosso pai, crescem cada vez mais. É momento de a fé aumentar e do amor vencer na Terra. Essa certeza sustentará os que passam por aflições, até que um dia elas minimizem no planeta.

Como dizia João, o evangelista, quando bem idoso, em sua igreja em Éfeso: Meus filhinhos, amemo-nos uns aos outros!

Amemo-nos sim, pois o amor de Deus e suas bênçãos nos sustentam. Tenhamos luz em nós e amor em nossos corações!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita