Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

   

Chico Xavier trabalhou na Fazenda de Criação do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo, durante muitos anos. Certa manhã, caminhava para o trabalho, atravessando largo trecho de campo no rumo do escritório, meditando sobre os trabalhos mediúnicos a que se confiava. As exigências eram sempre muitas. Como agir para equilibrar-se na tarefa?

Surgiam doentes pedindo socorro...

Aflitos rogavam consolação...

Curiosos reclamavam esclarecimentos...

Ateus insistiam pela obtenção de fé.

Os problemas eram tantos!

Quando curvava a cabeça, desanimado, aparece-lhe Emmanuel e aponta-lhe um quadro a pequena distância. Era um lavrador ativo, manejando uma enxada ao sol nascente.

— Reparou? — disse ele ao médium — guiada pelo cultivador, a enxada apenas procura servir.

Não pergunta se o terreno é seco ou pantanoso, se vai tocar o lodo ou ferir-se entre as pedras... Não indaga se vai cooperar em sementeira de flores, batatas, milho ou feijão... Obedece ao lavrador e ajuda sempre.

Logo após, fez uma pausa, e considerou:

— Nós somos a enxada nas mãos de Jesus, o Divino Semeador. Aprendamos a servir sem indagar.

Chico, tocado pelo ensinamento, experimentou iluminada renovação interior, e disse:

— É verdade! o desânimo é um veneno...

— Sim, — concluiu o orientador — a enxada que foge à glória do trabalho cai na tragédia da ferrugem. Essa é a Lei.

O benfeitor despediu-se e o médium abraçou o trabalho, naquele dia, de coração feliz e a alma nova.

 

Do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama.
 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita