Internacional
por José Lucas

Ano 16 - N° 802 - 11 de Dezembro de 2022

 

 

Divaldo Franco… na hora da despedida!


A notícia surgiu de repente: Divaldo Franco viria a Portugal e Espanha, num périplo rápido, após autorização médica. Com 95 anos e uma saúde debilitada, o “Paulo de Tarso” do século XX, imitando Francisco de Assis, não ficou na cama. Levantou-se e veio do Brasil à Europa.

Muito à pressa, a Federação Espírita Portuguesa (FEP), graças ao dinamismo do seu presidente, Engº Vítor Mora Féria, tentou em vão um espaço que albergasse 800 pessoas, em Lisboa. As portas fechavam-se, uma após a outra, logo que se falava em Espiritismo (ciência, filosofia e moral), relembrando os tempos do Estado Novo, onde o Espiritismo foi perseguido e espoliado. Por último, lá se conseguiu uma sala no Marriott Hotel, para cerca de 450 pessoas, no dia 29 de Novembro de 2022. Apesar de um 5 estrelas, o som… era muito mau.

Sinais dos tempos!

Ah que saudades de quando havia profissionalismo, competência, interesse e vontade de se fazer bem.

Outros tempos…

Em paralelo, outro evento estava a ser organizado, em Olhão, para o dia 1º de dezembro de 2022: um workshop para 800 pessoas, com Divaldo Franco.

Em ambos, apesar das dificuldades financeiras da FEP, as entradas foram gratuitas.

Divaldo Pereira Franco, espírita, notável médium, educador, 600 filhos registados, adoptados, conferencista de renome mundial, 3 vezes na ONU, Embaixador da Paz por uma organização Suíça, Doutor Honoris Cause pela Sorbonne (entre outras), edificou a maior obra social privado do mundo – a Mansão do Caminho – em Salvador, Bahia, Brasil, por onde já passaram cerca de 130 mil meninos da rua.

Quando já não mais se esperava, eis que Divaldo caiu literalmente do céu, neste caso, aterrou, não caiu, e fê-lo em Lisboa, que o recebeu com muita alegria, carinho, ternura e reconhecimento, de quem muito fez pela divulgação do Espiritismo no mundo inteiro.

Relembrando o papel pacífico e fraterno da doutrina dos Espíritos, realçou as suas componentes científica, filosófica e moral, exortando os presentes que se deslocaram de cidades longínquas para o ouvir, ao ânimo, à alegria de viver, ao serviço ao próximo pelo prazer de ser útil, de fazer o Bem pelo Bem, sem qualquer interesse, imitando o grande psicoterapeuta da Humanidade, Jesus de Nazaré.

 

O Espiritismo dá um forte contributo para a pacificação social da Humanidade, fomentando a paz, a fraternidade, universalidade e igualdade do Homem perante Deus

 

Com uma força de vontade enorme, a desafiar as leis da vida na Terra, Divaldo Franco rumou ao Algarve, onde, perante 750 pessoas deixou brilhantes depoimentos da imortalidade e alertou para a ilusão da solidão, já que vivemos rodeados de vida, terrena e espiritual, na certeza de que esta vida é uma passagem para a outra margem do rio existencial.

Renunciar ao desânimo, ao desencanto, sorrir, seguir adiante com o roteiro espírita como bússola da vida: quem tem a certeza científica da imortalidade do Espírito, jamais se pode sentir sozinho, os momentos menos bons devem transformar-se em oportunidades de sermos úteis àqueles que estão pior do que nós, fruindo assim do perfume divino que envolve todos aqueles que se dedicam ao amor ao próximo, citando Mohandas Gandhi e Jesus de Nazaré.

Fechada esta rápida jornada portuguesa, a caminho do congresso espírita espanhol para, depois, rapidamente regressar ao Brasil, ficou um cheirinho a despedida, que para quem é espírita, tem um peso muito relativo, já que a vida continua e, sempre podemos reencontrar-nos durante o sono fisiológico.

Em ambos os eventos houve música, numa parte cultural, deixando no ar os acordes da harmonia universal, que são a base da existência do Universo, alimentado pelo infinito Amor de Deus.

Os eventos encerraram envoltos em sadia alegria, própria de quem conhece a imortalidade do Espírito, a reencarnação, a comunicabilidade dos Espíritos, a pluralidade dos mundos habitados e a existência de Deus, os princípios básicos desta doutrina universal e universalista – a doutrina espírita – que não é mais uma religião ou seita, mas uma filosofia espiritualista de vida, que nos ensina que “Fora da caridade não há salvação” (o Espírito só evolui quando a caridade fizer parte do seu património íntimo), bem como que “Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a Lei.”


José Lucas reside em Óbidos, Portugal.


 
  


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita