Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 

Toda criança tem direito ao convívio com a natureza


“A brincadeira é o trabalho da infância.” J. Piaget


Em um passado recente, o quintal da casa era um mundo pleno de possibilidades que despertava, na criança, curiosidade e contentamento: explorar o espaço externo, brincar com barro, água e grama, subir em árvore, conhecer insetos, jogar bola, fazer cabana com os panos que a mãe permitia...

Quem é criança precisa usufruir do direito ao convívio com a natureza. E se o poder público deve garantir que todas as crianças tenham acesso a áreas naturais, seguras e próximas às suas residências, os pais, as mães, os adultos que cuidam da criança necessitam reservar tempo para que a criança possa brincar na natureza próxima, ou seja, aquela que lhe é acessível: pátio do prédio, pracinha do bairro, parque municipal...

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que as crianças (e adolescentes) devem ter acesso diário, no mínimo por uma hora, a oportunidades de conviver com a natureza, para que possam desenvolver-se com plena saúde física, mental, emocional e social. Por isso, de forma habitual, faz todo sentido, por exemplo, instigar o hábito na criança de brincar sem telas e ao ar livre...

À medida que o tempo dedicado ao brincar na natureza pode contribuir para o desenvolvimento da criança, é imperativo para os pais, as mães, ou quem cuida da criança, oferecer a ela uma rotina em contato com o mundo natural: coletar pedras no parque, identificar plantas no jardim de casa, jogar bola na pracinha, andar de bicicleta no pátio do condomínio, ler livro sobre passarinhos na hora de dormir...

Razões não faltam para garantir a criança o direito ao convívio com a natureza. Invista, portanto, o seu tempo enquanto pai e mãe em um cotidiano marcado pelas vivências dinâmicas, sensoriais e lúdicas em meio à natureza. Não tem um quintal? Descubra e faça um mapa sobre outras alternativas no seu bairro, na sua cidade, e, de modo rotineiro, leve seu filho a parques, praças, jardins botânicos. Aproveite para se divertir junto, pois compartilhar as brincadeiras em família é algo inesquecível para a criança. Vale muito a pena!

 

Notinhas  

Com as diversas opções tecnológicas de lazer e a redução de áreas verdes nas cidades, o distanciamento das crianças da natureza se torna uma realidade cada vez mais preocupante: no geral, o que vemos hoje, principalmente em capitais e grandes centros urbanos, é uma infância sem liberdade, em que as crianças vivem rodeadas de prédios, asfalto, restritas a playgrounds de condomínios e preferindo jogos on-line e videogame às atividades ao ar livre.

Ter acesso a um parque ou área verde, que fique próximo, assegura à criança seu direito a brincar, à convivência familiar e comunitária, à saúde. Garantir isso é garantir sua integridade física, psicológica e mental. É garantir, ainda, seu direito à educação, porque a educação não ocorre apenas de modo formal, em local fechado/emparedado.

Brincar ao ar livre em um ambiente natural estimula o equilíbrio, força motora e coordenação das crianças.

Experiências positivas com a natureza costumam instigar, mais tarde, uma vida comprometida com o respeito e a conservação dos recursos naturais.

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita