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por Ricardo Orestes Forni

 

A primeira cura


Por que você está aqui? Por que você nasceu? Por que o mundo está como está? Qual a finalidade disso tudo? A resposta que espero é que estamos aqui para aprender a amar, para agir como verdadeiros anjos de guarda uns dos outros, para demonstrar amor e compaixão, para ajudar a crescer. Está é a razão e o significado da vida. – Dr. Bernie Siegel (livro: Os Caminhos do Coração)

Inquietamo-nos com as guerras que já se efetivam e com aquelas que sinalizam como sendo possíveis no horizonte da humanidade, oriundas em determinadas atitudes de países que são divulgadas pelos meios de comunicação que cada vez mais encurta a distância entre os povos.

Entristecemo-nos com a realidade de que seres humanos catam nas latas de lixo o que comer ou até mesmo morrem de fome enquanto tantas mesas ilustram o supérfluo.

A revolta visita nosso interior quando a impunidade proporciona estímulo para a desonestidade em suas mais diversas manifestações.

Os crimes denominados hediondos contaminam a psicosfera do planeta e a nossa própria psicosfera interior porque estamos mergulhados em convivência muito próxima com o todo psíquico, se é que seja possível separá-los.

A intolerância religiosa e a injustiça social ganham corpo diante de nossos olhos e de nossos braços cruzados que não buscam nenhuma solução ou fazem frágeis esforços para consegui-la.

O grande problema é contemplarmos essa situação lamentável do planeta que nos serve de abençoada escola, como se estivéssemos a uma distância muito grande e confortável dos acontecimentos infelizes da humanidade terrestre.

Justamente nesse momento de reflexão sobre onde estamos nessa fase atual dos acontecimentos do planeta é que começam adquirir força as duas primeiras indagações do Dr. Siegel colocadas abaixo do título: por que você está aqui? E por que você nasceu?

Será que fomos inseridos no contexto atual que tanto lamentamos apenas como meros observadores e críticos ou por alguma razão muito maior que ainda nem conseguimos enxergar?

Qual a finalidade disso tudo, indaga Dr. Bernie e ele mesmo proporciona a única solução que poderá solucionar a situação do mundo atual: aprender a amar!

Observemos que ele não diz que estamos aqui para amarmos, mas para aprendermos a amar!

Quando falamos em amar, temos o hábito de voltar rapidamente nosso entendimento para fora de nós mesmos como se fosse possível amar o que está em nosso entorno sem amar-nos.

A lei maior anunciada pelos profetas e relembrada e vivenciada por Jesus contém a condição de amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos! Sim! Também precisamos ser amados por nós mesmos para, a partir daí, deixarmos que o amor se derrame como a pequena fonte que entreabre as pedras do caminho em direção ao pequeno filete de água que um dia alcançará o oceano.

No livro Pensamentos Que Ajudam, editora Interlítera, doutor José Carlos de Lucca tem um ensinamento sobre essa condição como auxílio a nós mesmos e ao mundo que tanta tristeza ainda revela pela ausência do amor.

Diz ele na página A cura do mundo: “Quando demonstramos amor, gentiliza e compaixão, cicatrizamos muitas feridas. Eis a nossa mais importante missão no mundo! A cada pessoa curada, um mundo menos violento. A cada pessoa que é amada, um mundo mais benevolente. Essa missão, porém, começa em nós mesmos. Cuidemos de nós, curemos as nossas feridas com os santos óleos do amor: do amor que aceita, acolhe, perdoa e nos transforma no melhor que podemos ser. Paremos de viver como pássaros feridos! Seja a nossa paz o melhor presente ao mundo. Ofereçamos beleza ao mundo, que anda tão feio. Mais arte. Mais encontro. Mais gentileza e cordialidade. Mais fraternidade e humanidade. Mais empatia e simpatia. Menos fofoca. Menos crítica. Menos rabugice, cara feia e imundície! Estamos aqui porque o mundo precisa do nosso amor.”

O grande problema é que ficamos aguardando que toda essa beleza, esse comportamento ideal venha até nós, se aproxime e nos abrace como se fôssemos o único ou mais necessitado do planeta. Não! O mundo está doente necessitando da medicação do amor. Todos os habitantes da Terra estão urgentemente necessitados! O estado dessa necessidade já passou de urgência para o regime de emergência se de fato quisermos um mundo melhor, mais justo, onde o amor passe a predominar ou pelo menos a equilibrar a proporção do amor em relação ao ódio entre aqueles que continuarão a merecer a frequentar a escola da Terra.

Reparemos que na oração de São Francisco, ele pede a Deus que o empregue como instrumento do amor e da paz. O poverelo de Assis caminha em direção aos necessitados que são muitos já naquela época. Ele toma a iniciativa de medicar as almas para que um mundo melhor fosse possível.

Francisco já havia entendido por que estava aqui e por que havia nascido!

Essa dúvida já se fez presente em nossa consciência ou somente prosseguimos apontando para a ausência do amor e a presença do ódio na humanidade terrestre?


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita