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por Fernando Rosemberg Patrocinio

 

Em Deus existimos...


Não se pode, seja filosoficamente, ou mesmo cientificamente, negar nossa condição de Ser, ainda algo um tanto indefinido em face da pobreza das línguas humanas para se definir o que realmente somos: Espírito ou Consciência imortal, e obviamente: palingenésica por questões evolutivas, etc. etc.

E, isto, pois, não apenas pelo fato de ser esta uma crença ou uma ideia universal, mas, também, pelo fato da referida ideia ter recebido, no Século 19, sua confirmação científica, tanto pelo Espiritismo como pelo trabalho dos mais importantes gênios de tal quadra secular, tais como Richet, Crookes, Aksakof, Geley e muitos outros mais.

Todavia, e apesar de sabermos o que de fato somos: Espírito, nós não sabemos, a não ser pelos seus efeitos, o que é dito Espírito, do que se formara, e, por isso, na falta de uma terminologia mais específica, apenas dizemos ou deduzimos que o mesmo vem a ser uma espécie de:

-Luz, ou, de uma

-Centelha etérea, ou ainda, de um

-Núcleo de forças intelectuais e morais, que se nada explicam, pelo menos dão uma ideia de tal, conquanto nossa ignorância, ainda, de seus fundamentos básicos, sua mecânica funcional e gênese de outrora, ou seja, de um tempo sem tempo, de sua divina criação. Mas “em Deus existimos e em Deus nos movemos”, como ministrava antigo filósofo grego; e Paulo lhe endossava as palavras; e mais curioso ainda é que André Luiz, nos tempos modernos, não só lhes confirma como também lhes completa nas assertivas de que:

“Através de pensamentos, palavras e atos, que nos fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino”. (Vide: “Ação e Reação” – 1957 – Feb).

E o fato é, pois, que sou Espírito e não matéria; que sou Consciência Imortal e não mortal; e, mais ainda, sou de um carácter palingenésico por questões evolutivas, estando Eu, hoje, neste corpo biológico, mas que, todavia, não mais estarei amanhã, quando por morte e desintegração deste envoltório grosseiro, mas não daquele: do Espírito imortal.

Logo, temos muito por aprender do Espírito que há em Mim, em Você, em todos Nós, que, queiramos ou não, estamos em Deus, vivemos em Deus, agimos, pensamos e gastamos nossa energia que, dantes que Tudo, é energia de Deus, que nos envolve a todos, seja do Universo material ou do espiritual, não importa, pois Tudo quanto há, só existe, só funciona, em função da existência de Deus, da energia de Deus, nosso Pai, nosso Criador.

E assim, pois, podemos lançar mão de muitas ideias, muitas teorias, lucubrações, em função do pouco quanto já sabemos.

Por exemplo, o Cristo disse ser Uno com o Pai, nos termos de que: “Eu e o Pai somos Um” (João: 10-30). Logo, por evolução, chegaremos lá, ao ponto máximo de nossa subida, donde também seremos, com certeza, Unos com o Pai, com o nosso eterno Criador.

Mas, ao fundo, o que isso quer dizer?

Em nossa visão teórica de tal, entendemos que vamos chegar ao Pai, e, conquanto Seres finitos, vamos chegar ao nosso Criador na condição de sermos, junto a Ele, um Ser infinito, pois, gozaríamos com o Pai, e formaríamos com o mesmo Pai, o “UM” divino da citação do Cristo, gozando e usufruindo, pois, com Ele, das mesmas condições e poderes supremos de Tal.

Noutros termos, e, pois: pela impossibilidade de sermos Deus por nossa própria situação de filhos, ou, de o sermos: Seres finitos, pelo menos teríamos d’Dele, do nosso Pai, “a condição de o sermos”, tal como Ele, um Ser divino, de potências tais que se “igualariam” à Sua potência, tais como as de ser:

Onipotente, Onisciente, e, pois, Onipresente!

Noutros termos:

Seríamos:

-Onipotente, de Grandiosíssimo Poder na Unidade Grandiosa de Deus; e, mais ainda, seríamos:

-Onisciente, e, pois, com a Ciência de Tudo, por estarmos inseridos na Ciência Grandiosíssima de Deus; e, por fim, seríamos:

-Onipresente, pela Presença de Deus em Tudo, e, pois, por estarmos n’Ele que está em Tudo de Sua Divina e Incessante Criação.

Podemos até, e, não só nesta como em outras situações, estar incorretos de tais deduções, pois que não sabemos Tudo, mas, pelo menos, se pode, das palavras mesmas de Jesus, algo atinarmos do nosso futuro espiritual ao Seio de Deus, nosso Pai de Amor e de Misericórdia, nos tornando, assim, Unos-com-Ele, tal como se pode “inferir” das palavras confiabilíssimas do Mestre Amado Jesus.


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita