Artigos

por Arleir Bellieny

 

Setembro Amarelo e o autoperdão


Todo mês de setembro, a mídia em geral, junto à OMS (Organização Mundial da Saúde) e ao Ministério da saúde), reforça a campanha para a prevenção daqueles que em desesperança buscam solução rápida para suas desditas, atentando contra a própria vida, apresentando estatísticas com números inacreditáveis do que ocorre no mundo. A cada 40 segundos, lamentavelmente, uma pessoa tira a própria vida. Imagine o leitor amigo, que enquanto está ocorrendo a leitura deste artigo, um número significativo de indivíduos deixou de existir no planeta.

Parece que os transtornos psíquicos decorrentes de decisões equivocadas podem causar  sentimento de culpa e descompensação de energia física e espiritual e enquanto perdurar esse sentimento de culpa o estado físico estará cada vez mais comprometido. O  corpo então começa a apresentar sinais de somatização oscilando, de simples resfriado ou coceiras, às mais severas e complexas psicopatologias. A frustração experimentada no curso dos episódios  pode causar um mal maior do que o fato propriamente dito.

Utilizando técnicas regressivas (1), deparei-me com inúmeras histórias vivenciadas pelas pessoas em estados modificados de consciência - EMC (2),  que indicaram uma conduta de comportamento inadequada dos seus personagens frente às decisões tomadas, quando comparadas à vida atual.

Nota-se uma significativa tendência na vida presente de  repetição de hábitos, costumes e valores aprendidos e praticados nas  vivências anteriores, como forma de solução para as situações dos conflitos do  cotidiano.  Possivelmente reeditam esse comportamento por assim se sentirem seguras (zona de conforto). A  similaridade dos sentimentos e emoções manifestados pelos queixantes: nada dá certo, não tenho sorte, os outros não me compreendem, parece que o mundo desabou na minha cabeça, tudo que faço dá errado, só acontece comigo, não aguento mais etc., denuncia  um perfil de caráter  rígido,  controlador,  levando ao extremo, conceitos preconcebidos que se transformam em postulados de caráter,  inconscientemente exteriorizados, sugerindo resquícios de personagens de vida  passada, que acreditaram ser  esta a melhor maneira de agir e conduzir suas vidas, pois foi assim que “deu certo” segundo a sua percepção.

A proposta terapêutica em TVP (Terapia de Vida Passada) consiste em facilitar à pessoa o entendimento e a comprerensão desses conteúdos, estabelecendo a interface num comparativo do passado e do presente. Importante considerar  que no curso da vida atual não somos mais aqueles personagens de outrora, e precisamos nos adequar às situações e problemas que se nos apresentam aqui e agora, porque enquanto perdurar em nossa organização psíquica esses resíduos tendemos a repetir os mesmos equívocos.

Dentre as inúmeras maneiras de promover o escoamento dessas energias potencializadas,  o “autoperdão” surge  como agente libertador das culpas, e por conseguinte, da alma. Os personagens que  vivenciamos não devem ser condenados ao sofrimento eterno. Após identificá-los,  passamos a ter para com eles a responsabilidade de suas condutas diante de nós mesmos e para com os outros, não tendo  mais o direito de usar os mecanismos de fuga, alegando desconhecermos as causas dos nossos desajustes.

Novos equívocos gerariam novas culpas e assim estaríamos repetindo tudo de novo. Inúmeras vezes, criamos monstros e algozes internos e os carregamos como pesados fardos, por várias encarnações, acreditando ser esse o “destino cruel, o preço que se paga pela reencarnação, ou um castigo  divino”. Perdoar aos nossos  personagens pelas escolhas e decisões equivocadas é perdoar a nós mesmos. 

São incontáveis as personalidades notáveis que passaram pela Terra e fizeram uso do perdão  e do autoperdão para  libertar e se autolibertarem. Nos Evangelhos, encontramos Jesus de Nazaré, o Mestre dos mestres, dando sua contribuição a toda a humanidade, no momento da crucificação: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!”.

São Francisco de Assis assevera em sua prece: “... É perdoando que somos perdoados”.

Gandhi, num ato sublime de não violência,  perdoa aos ingleses, libertando a Índia.

Joana d’Arc, antes de ser morta na fogueira, perdoa aos seus verdugos e a  França torna-se livre.

Sócrates, condenado a beber cicuta, fez humor com aqueles que o julgaram, perdoando-os porque eles não o compreenderam.

Penso que o autoperdão não é privilégio dos sábios. Parece que  ao nos esforçarmos para entender e compreender os nossos sentimentos, estaremos construindo o caminho da autolibertação. No dizer do Dr. Bezerra de Menezes: “Ainda devemos considerar que cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Neste setor, além dos muitos cuidados exigíveis, o tempo é fator de alto significado, para os resultados salutares que se desejam alcançar” (3). 

Ao buscar respostas para inevitáveis questionamentos, é prudente fazer uma reflexão mais acuidada do comportamento e das atitudes diante dos fatos que causam desconforto e desequilíbrio emocional. Vale lembrar que vida passada pode ser o que aconteceu ontem ou até mesmo há um minuto. Tudo o que não estiver confortável  poderá ser ressignificado e transformado com o exercício do autoperdão,  resultando em breve  tempo, modificação das vibrações psíquicas,  e aos poucos,  o equilíbrio desejado.

Convido você à aplicação do perdão e o autoperdão como recurso terapêutico. Utilizado com seriedade, poderá  tornar-se remédio curador. Não tem contraindicação e deve ser usado sem moderação.(*)

 

Bibliografia

(1)  Netherton, Morris – Past lives therapy - São  Paulo: Sumus, 1997.

(2)  Grof, Stanislav - Além do Cérebro – Mac Graw – Hill – Brasil, 1987.

(3) Menezes, Bezerra de - Loucura e Obsessão - 1ª edição FEB, pág. 91- Manuel Philomeno de Miranda

 

(*)O presente artigo foi redigido em setembro de 2022.  

 


Todo mês de setembro, a mídia em geral, junto à OMS (Organização Mundial da Saúde) e ao Ministério da saúde), reforça a campanha para a prevenção daqueles que em desesperança buscam solução rápida para suas desditas, atentando contra a própria vida, apresentando estatísticas com números inacreditáveis do que ocorre no mundo. A cada 40 segundos, lamentavelmente, uma pessoa tira a própria vida. Imagine o leitor amigo, que enquanto está ocorrendo a leitura deste artigo, um número significativo de indivíduos deixou de existir no planeta.

Parece que os transtornos psíquicos decorrentes de decisões equivocadas podem causar  sentimento de culpa e descompensação de energia física e espiritual e enquanto perdurar esse sentimento de culpa o estado físico estará cada vez mais comprometido. O  corpo então começa a apresentar sinais de somatização oscilando, de simples resfriado ou coceiras, às mais severas e complexas psicopatologias. A frustração experimentada no curso dos episódios  pode causar um mal maior do que o fato propriamente dito.

Utilizando técnicas regressivas (1), deparei-me com inúmeras histórias vivenciadas pelas pessoas em estados modificados de consciência - EMC (2),  que indicaram uma conduta de comportamento inadequada dos seus personagens frente às decisões tomadas, quando comparadas à vida atual.

Nota-se uma significativa tendência na vida presente de  repetição de hábitos, costumes e valores aprendidos e praticados nas  vivências anteriores, como forma de solução para as situações dos conflitos do  cotidiano.  Possivelmente reeditam esse comportamento por assim se sentirem seguras (zona de conforto). A  similaridade dos sentimentos e emoções manifestados pelos queixantes: nada dá certo, não tenho sorte, os outros não me compreendem, parece que o mundo desabou na minha cabeça, tudo que faço dá errado, só acontece comigo, não aguento mais etc., denuncia  um perfil de caráter  rígido,  controlador,  levando ao extremo, conceitos preconcebidos que se transformam em postulados de caráter,  inconscientemente exteriorizados, sugerindo resquícios de personagens de vida  passada, que acreditaram ser  esta a melhor maneira de agir e conduzir suas vidas, pois foi assim que “deu certo” segundo a sua percepção.

A proposta terapêutica em TVP (Terapia de Vida Passada) consiste em facilitar à pessoa o entendimento e a comprerensão desses conteúdos, estabelecendo a interface num comparativo do passado e do presente. Importante considerar  que no curso da vida atual não somos mais aqueles personagens de outrora, e precisamos nos adequar às situações e problemas que se nos apresentam aqui e agora, porque enquanto perdurar em nossa organização psíquica esses resíduos tendemos a repetir os mesmos equívocos.

Dentre as inúmeras maneiras de promover o escoamento dessas energias potencializadas,  o “autoperdão” surge  como agente libertador das culpas, e por conseguinte, da alma. Os personagens que  vivenciamos não devem ser condenados ao sofrimento eterno. Após identificá-los,  passamos a ter para com eles a responsabilidade de suas condutas diante de nós mesmos e para com os outros, não tendo  mais o direito de usar os mecanismos de fuga, alegando desconhecermos as causas dos nossos desajustes.

Novos equívocos gerariam novas culpas e assim estaríamos repetindo tudo de novo. Inúmeras vezes, criamos monstros e algozes internos e os carregamos como pesados fardos, por várias encarnações, acreditando ser esse o “destino cruel, o preço que se paga pela reencarnação, ou um castigo  divino”. Perdoar aos nossos  personagens pelas escolhas e decisões equivocadas é perdoar a nós mesmos. 

São incontáveis as personalidades notáveis que passaram pela Terra e fizeram uso do perdão  e do autoperdão para  libertar e se autolibertarem. Nos Evangelhos, encontramos Jesus de Nazaré, o Mestre dos mestres, dando sua contribuição a toda a humanidade, no momento da crucificação: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!”.

São Francisco de Assis assevera em sua prece: “... É perdoando que somos perdoados”.

Gandhi, num ato sublime de não violência,  perdoa aos ingleses, libertando a Índia.

Joana d’Arc, antes de ser morta na fogueira, perdoa aos seus verdugos e a  França torna-se livre.

Sócrates, condenado a beber cicuta, fez humor com aqueles que o julgaram, perdoando-os porque eles não o compreenderam.

Penso que o autoperdão não é privilégio dos sábios. Parece que  ao nos esforçarmos para entender e compreender os nossos sentimentos, estaremos construindo o caminho da autolibertação. No dizer do Dr. Bezerra de Menezes: “Ainda devemos considerar que cristalizações de longo período, no inconsciente, não podem ser arrancadas com algumas palavras e induções psicológicas de breve duração. Neste setor, além dos muitos cuidados exigíveis, o tempo é fator de alto significado, para os resultados salutares que se desejam alcançar” (3). 

Ao buscar respostas para inevitáveis questionamentos, é prudente fazer uma reflexão mais acuidada do comportamento e das atitudes diante dos fatos que causam desconforto e desequilíbrio emocional. Vale lembrar que vida passada pode ser o que aconteceu ontem ou até mesmo há um minuto. Tudo o que não estiver confortável  poderá ser ressignificado e transformado com o exercício do autoperdão,  resultando em breve  tempo, modificação das vibrações psíquicas,  e aos poucos,  o equilíbrio desejado.

Convido você à aplicação do perdão e o autoperdão como recurso terapêutico. Utilizado com seriedade, poderá  tornar-se remédio curador. Não tem contraindicação e deve ser usado sem moderação.(*)

 

Bibliografia

(1)  Netherton, Morris – Past lives therapy - São  Paulo: Sumus, 1997.

(2)  Grof, Stanislav - Além do Cérebro – Mac Graw – Hill – Brasil, 1987.

(3) Menezes, Bezerra de - Loucura e Obsessão - 1ª edição FEB, pág. 91- Manuel Philomeno de Miranda

 

(*)O presente artigo foi redigido em setembro de 2022.  


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita