Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

Acima de nós


Quantas vezes, procuramos a paz, experimentando a tortura do sedento que anseia pela glória!…

Em momentos assim, o passo mais expressivo será sempre a nossa incondicional rendição a Deus, cuja sabedoria nos guiará no rumo da tranquilidade operosa e tonificante.

Imperioso pensar nisso, porque frequentemente surgem no cotidiano crises inesperadas que se nos envolvem na vida mental, à feição de problemas classificados por insolúveis no quadro das providências humanas.

Em muitas ocasiões, efetuaste quanto se te fazia possível pela sustentação de um ente amado, no terreno firme dos ideais superiores e, ainda assim, assististe-lhe a queda espetacular nos precipícios de sombra…

Entregaste os melhores valores da existência para a felicidade de alguém que os recolheu, enquanto isso lhe conferia vantagens imediatas, e, de um instante para outro, sofreste inqualificável abandono, colhendo injúria e sarcasmo, em troca de renunciação e de amor…

Responsabilizaste a ti mesmo pelo amigo que te deixou a sós, no labirinto de negócios e compromissos inquietantes, sem qualquer consideração para com os teus testemunhos de confiança…

Deste o que és e quanto tens na proteção do grupo doméstico, por tempo vasto de trabalho e de sacrifício, e te viste, de repente, sob o desprezo daqueles mesmos familiares que te deviam carinho e respeito, sem a menor possibilidade de reivindicação…

Em tais circunstâncias, a prova se reveste de tamanha complexidade que, quase sempre, não dispões de outro recurso senão conservá-la por braseiro de angústia, trancado no coração, porquanto, às vezes, no grave assunto, os melhores amigos não te poderiam compreender, de vez que, provavelmente, se inclinariam a intervenções inoportunas, complicando-te os problemas.

Diante de quaisquer dificuldades, e, sobretudo, nas horas de amargura suprema, confia à Divina Providência as dores que te vergastam a alma!…

Todos nós, os Espíritos em evolução no Planeta, somos ainda humanos e, nessa condição, nem sempre conseguimos em nós mesmos a energia suficiente para a superação de nossas deficiências…

À vista disso, nos momentos terríveis e agoniados da adversidade terrestre, não abras falência diante do desespero!… Recorre aos créditos do Pai do Infinito Amor.

Nenhum de nós está órfão de amparo e socorro, luz e bênção, porque ainda mesmo fracassem todas as nossas forças, na direção do bem para o desempenho de nossas obrigações, muito acima de nós e muito acima de nossos recursos limitados e frágeis, temos Deus.

 

Do livro Alma e Coração, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.




 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita