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por Wellington Balbo

 

Aprovamos ou reprovamos novas ideias?


O ano é março de 1867 e Kardec publica o que pensa a respeito de “a liga do Ensino”.

Entretanto, vale ressaltar alguns pontos deste texto.

Os espíritas daqueles tempos escreviam para Kardec com o intuito de saber se ele aprovava esta ou aquela ideia nova, como no caso da que surgia no momento: “A liga do Ensino”.

Perfeitamente natural a questão aqui exposta; quando admiramos alguém e o temos como uma boa referência é normal querermos saber o que pensa sobre tal ou qual ideia.

Isso ocorria com Kardec, sempre procurado pelos espíritas para opinar, posto que reconhecida sua liderança e bom senso.

Kardec, contudo, informa que seu silêncio se deve a não saber os objetivos claros a que veio a instituição designada como “A liga do Ensino”, e se pessoalmente silenciou foi porque não quis influenciar pessoas, deixando-as livres para tomar suas decisões.

Porém, como insistem em saber o que ele pensa, não se furtou a comentar.

E o fez da maneira mais leve, educada e sem afetação possível.

A moderação é um ponto alto no caráter de Kardec, ele não faz dramas e nem diminui as questões propostas, procura, porém, sempre dar-lhes um merecido valor.

A respeito de “A liga do Ensino”, como se trata de ideia nova e sem nenhum objetivo específico bem traçado, deixando, portanto, questões que deveriam estar claras no escuro, Kardec guarda a prudência de não abraçar, por momento, a proposta, no aguardo e sincero desejo que dela possa emanar o bem a todos.

Caso isto ocorra não vê qualquer problema em apoiá-la e divulgá-la, mas, antes, necessita saber com a maior segurança possível o terreno em que está pisando.

Kardec, literatura do século 19, parece-me que sofre pouco do instituto da anacronia, sendo perfeitamente aplicável em nossos dias atuais.

Aliás, o tema da aplicação de uma determinada ideia é um outro ponto que Kardec destaca em “A liga do Ensino”. Será que se trata de utopia ou pode ser aplicada e fornecer resultados, eis uma de suas dúvidas acerca da ideia nova.

E nós, abraçamos ideias novas com ou sem objetivos bem definidos, ou preferimos a prudência e segurança antes de nos lançarmos junto a uma empreitada que pode ter sucesso ou falir?

Qual nosso perfil?

 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita