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por Martha Triandafelides Capelotto

 

Esperança


Em tempos tumultuados como estes que estamos vivendo, a esperança de mudanças, em curto espaço de tempo, parece algo tão distante e irrealizável que acabamos nos entregando ao pessimismo e ao desalento.

Porém, examinando vários outros lados que compõem o panorama civilizatório, vamos encontrar luz em meio às trevas.

Refiro-me às anônimas criaturas que realizam maravilhas sem que sejam divulgadas na mídia, pessoas comuns, muitas, sem recursos financeiros e que fazem obras espetaculares. Pessoas que “arregaçaram as mangas” e foram à luta em prol de uma causa e de um ideal.

Quantos outros não estão trabalhando em laboratórios, confinados por horas a fio para descobrirem remédios, vacinas e outras tantas coisas para ajudarem a humanidade em suas mazelas?

Quantos outros tantos não estão verdadeiramente comprometidos com a educação? Quantos médicos humanitários que abdicaram de seus confortos, familiares, e foram ao encontro dos desafortunados, vítimas de regimes autoritários e despóticos?

E assim, não teríamos espaço para nominar todos os que, em silêncio, sem alardear, estão fazendo e cumprindo com seus deveres muito além da conta.

Porque então nos fixarmos no mal? Será ele irremediável ou superior ao Bem?

Estamos sim, vivendo em meio de eventos que nos aproximam da condição de seres recém-saídos das cavernas, mas, ao lado disso, muito já conquistou a humanidade terrena em suas relações interpessoais, na ordem jurídica, na preservação do meio ambiente, e tantos outros avanços. A evolução não se opera aos saltos. Ela é lenta e gradativa, para que sua eficácia seja permanente. Repetimos e repetimos aprendizados para que eles se incorporem ao nosso imo e para não retroagirmos, cedendo ao mal.

Esperança em dias melhores eu tenho, devemos todos ter. Se não podemos agir mais ostensivamente, encabeçando ONGs, dirigindo organizações importantes, estarmos na linha de frente em acontecimentos que impulsionam o desenvolvimento em larga escala, façamos bem-feita a nossa parte; cumpramos com as nossas obrigações diárias, com desvelo e responsabilidade. Simples assim.

A Esperança, como preleciona Emmanuel, é a filha dileta da Fé, porém, nem todos conseguem, por enquanto, o voo sublime da Fé. Mas a força da esperança é tesouro comum. Nem todos podem oferecer, quando querem, o pão do corpo e a lição espiritual, mas ninguém na Terra está impedido de espalhar benefícios da esperança. E, magistralmente, continua dizendo: A dor costuma agitar os que se encontram no “vale da sombra e da morte”, onde o medo estabelece atritos e onde a aflição percebe o “ranger de dentes”, nas “trevas exteriores”, mas existe a luz interior que é a esperança.

Desse modo, quando estivermos com fome de esperança, nutramos nosso espírito com as claridades do Evangelho de Jesus. Nele encontramos os ingredientes que poderão nos sustentar fortes e destemidos. A vida não se resume em uma única existência e, mesmos os ímpios, os criminosos contumazes, os promotores de guerras e genocídios, os ignorantes de toda ordem, um dia evoluirão, um dia chegarão à condição de seres iluminados.

Estamos todos em aprendizado obrigatório; uns, arrependidos, retificando o caminhar, outros, com suas consciências adormecidas, aguardando que o guante da dor os desperte. Outros tantos, mais evoluídos, ajudando para que a Humanidade terrena conheça dias de paz.

Assim, não esmoreçamos.

Confiemos na providência Divina e no funcionamento de suas Leis que se aplicam a todos invariavelmente.

Dias melhores virão. Melhores todos nós seremos. Depois da turbulência, das tempestades e agitações, o sol resplandecerá sobre os campos, sobre as águas e atingirá os nossos corações, aquecendo-os e inundando-os de júbilo e gratidão ao Senhor do Universo.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita