Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  

No grande minuto


No grande minuto da experiência, disseste, desapontado:

— Só vejo o mal pelo bem.

— Não posso mais.

— Fracassei.

— Agora é parar com tudo.

— Fiz o possível.

— Não me fales mais nisso.

— Estou farto.

— Muito difícil.

— Em tudo é desilusão.

— Sofri que chega.

— Continue quem quiser.

— Ninguém me ajuda.

— Deixa-me em paz.

— Estou vencido.

— Não quero complicações.

— É problema dos outros.

— Não sou santo.

— Desisti.

— Basta de lutas.

Entretanto, sombra vencida é porta de luz maior.

Se os amigos fugiram, continua fiel ao bem. Se tudo é aflição em torno, não desanimes. Se alguém te calunia, responde sempre fazendo o melhor que possas. Se caíste, levanta-te renovado e corrige a ti mesmo.

Não existe merecimento naquilo que nada custa. Todos nós aprendemos e trabalhamos, dias e dias, e, às vezes, por muitos anos, para vencer nesse ou naquele grande momento chamado «crise».

É a vitória na crise que nos confere mais ampla capacidade.

Se pedes roteiro para mirar, recorda o Cristo, na derrota aparente.

Humilhado e batido, supliciado e crucificado, torna ao mundo, em Espírito, sem que ninguém lhe requeira a volta. E, materializando-se, divino, entre os mesmos companheiros que o haviam abandonado, longe de referir-se aos remoques e tormentos da véspera, recomeça o trabalho, dizendo simplesmente:

— «A paz seja convosco.»

 

Do livro Religião dos Espíritos, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita